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DOWNSIZING , motores menores , mais econômicos, menos poluentes, porem não menos potentes !

Definitivamente estão chegando ao Brasil os motores com o conceito de “downsizing”, que já é uma realidade na Europa. O investimento neste tipo de tecnologia, só se deu por aqui em função da nova legislação que entra em vigor em 2017 batizada de INOVARAUTO, que exige dos fabricantes de veículos determinados valores de eficiência energética que pode ser traduzido em economia de combustível. De qualquer forma por efeito de legislação ou não,  é muito positiva e bem vinda esta tecnologia.

O primeiro verdadeiro exemplo da chegada dessa tecnologia com todo o glamour europeu, no Brasil, pode se dizer que é o VW UP Turbo , pois além de um motor menor em tamanho (Cilindrada e numero de cilindros) conta com injeção direta, variadores de fase, e principalmente o auxilio de uma Turbina, entre outras tecnologias (Veja matéria sobre o propulsor do UP na mecânica online).

Em geral considera-se como “downsizing” a diminuição significativa na cilindrada de um motor, somando-se a sobrealimentação. Esta combinação, compensa a perda de desempenho gerada pela diminuição do motor, obtendo-se uma redução expressiva no consumo de combustível. O motor passa a operar de forma diferente e mais eficiente, com cargas mais altas em rotações mais baixas.

Quando se opera um motor pequeno sem sobrealimentação, 1.0L por exemplo, não é possível se reduzir a rotação de trabalho sem perder torque. Para se atingir uma determinada faixa de torque necessário para o funcionamento do motor somos forçados a elevar a rotação (Acelerar mais) . Já num motor sobrealimentado o torque de trabalho fica disponível em rotações mais baixas ganhando-se na eficiência.

Pode–se dizer que “downsizing” é a substituição de um motor de alto deslocamento volumétrico (alta cilindrada) por um motor de Baixo deslocamento , por exemplo a substituição de um motor 2.0L por um motor 1.2L , que seja capaz de mover com conforto, desempenho e economia um veiculo de porte médio sem que o motorista perceba a diferença entre as motorizações.

Num mercado , como o brasileiro , onde uma grande parte das motorizações estão na faixa do 1.0L falar em “ downsizing” , seria termos motores na faixa de 500 cm3 (0.5L) com turbinas e tecnologias de ponta para atingirmos os mesmos níveis de performance de um motor 1.0L tradicional. Se olharmos por um outro foco , motores 1.0L com aplicações de turbinas ou compressores, já estiveram presentes em nosso mercado (Gol 1.0 L Turbo ou Fiesta 1.0L Supercharger) e procuravam  a performance de motores 1.4 L , 1.6 L , com os incentivos fiscais dos motores 1.0L (Ditos populares). Nestes exemplos os preços dos carros acabavam sendo posicionados muito próximos aos mesmos modelos de veículos equipados com motores maiores (com performance similar) e o publico em geral , não vendo vantagens efetivas preferiam comprar veículos com motores maiores ao invés de ter um veiculo 1.0L “Turbo”. Existia ainda a crença de que os motores “Turbo” tinham baixa durabilidade, o que não é verdade, pois são projetados para durar tanto quanto os aspirados naturalmente. Os motores tem seus componentes projetados para as maiores potencias, diferentemente de adaptações feitas em oficinas.

É interessante, ressaltar que no Brasil “Turbo” em geral significa performance, esportividade, o que não é uma verdade “técnica”. Embora utilizada em larga escala para aumentar a performance de motores de competição a turbina na verdade é um componente desenhado para gerar eficiência, e logicamente se aplicada em um motor 2.0 L ou maior vai gerar mais potencia . As turbinas em “downsizing” são utilizadas para maximizar a performance do motor e não para dar  características esportivas ao veiculo. Esquecem os Brasileiros que 99,9 % dos motores Diesel são equipados com turbinas (Entre eles Ônibus e caminhões ), com o único objetivo de melhorar o rendimento do motor , sua eficiência , sem o apelo esportivo .

O consumidor brasileiro já demonstrou nos últimos anos que não mais se ilude com um carro “bonitinho” com motor 1.0L , já tem a clara noção que é melhor pagar um pouco mais para ter um carro 1.4L, 1.5L ou 1.6L  e poder acelerar e utilizar o carro de forma mais confortável no transito urbano , do que amargar numa retomada com um motor mais fraco. Isto fez com que os modelos com motores maiores , se aproximassem em preço dos modelos ditos “populares” e passou a ter a preferencia do consumidor.

Os motores 3 cilindros 1.0L , já estão presentes em nosso mercado e podem ser considerados o inicio do “downsizing” . Esses motores têm como objetivo a redução de peso, de tamanho , diminuição do numero de componentes e redução de custo, sem perder as características de um motor 4 cilindros 1.0L . Este design com 3 cilindros já são utilizados em larga escala pela VW , Hyundai , Ford .

Mais uma vez motivados pela legislação, que passa a exigir eficiência dos veículos, fabricantes de automóveis, procuram reduzir o peso e custo dos veículos sem perder a performance. Se fica caro trazer para o Brasil motores “downsized” com turbinas e sistemas de injeção complexos, porque não reduzir o tamanho do motor eliminando um cilindro e todos os seus componentes (pistão , biela , vela , válvulas de admissão e escape , molas , e um bom pedaço de alumínio ou ferro fundido ) mantendo o mesmo na mesma faixa de performance e preço de um tradicional motor de 1.0L ?

Os motores 3 cilindros já foram mais ásperos que os quatro cilindros , mas graças as tecnologias (exclusivas de cada fabricante) sistemas de compensação de vibrações foram introduzidos nesses motores fazendo com que eles não transmitissem as vibrações inerentes a um motor com essa configuração aos passageiros.

Daqui para frente é só aguardar o mercado e a concorrência, e a VW deu o primeiro passo nessa direção, para os motores 3 cilindros passem a ser equipados com turbinas ou compressores, e tecnologias avançadas de injeção de combustível e ignição , tornando motores 1.0L em grandes propulsores.

Os Dois Pilares do “downsizing”:

SOBREALIMENTAÇÃO: Turbo compressores ou compressores, são bombas de ar acionadas pelos gases de escape ou pelo virabrequim, que comprimem o ar para dentro dos cilindros, a fim de obter mais ar para a combustão da mistura (ar / combustível).

INJEÇÃO DIRETA : Tecnologia de se levar combustível ao motor diretamente na câmara de combustão ao invés de indireta, ou seja , com injetores de combustível instalados no coletor de admissão, como ocorre nos dias de hoje na grande maioria dos veículos nacionais.

Ou seja , maior quantidade de ar (Turbo), com o combustível necessário injetado diretamente na câmara de combustão. O resultado será maior performance com menos consumo de combustível e baixos níveis de poluição .

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