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Carro funciona com combustível duplo reversíveis podem usar até 85% de álcool na gasolina

A alternativa economicamente viável para substituir a cana-de-açúcar na Zona da Mata, pode estar na própria cana-de-açúcar. Parece um trocadilho, mas não é. Enquanto o governo brasileiro não define regras e coloca em segundo plano qualquer estímulo ao uso do álcool em substituição à gasolina, os Estados Unidos, que sabe bem que globalização não é apenas marketing, está aos poucos superando a, antes, inovadora tecnologia brasileira.

A Indústria automobilística americana acaba de lançar no mercado um carro movido a até 85% de álcool e 15% a gasolina. O chamado E85 já tem uma expectativa de produção para este ano de 770 mil unidades, ou seja, 6,4% da produção americana de 98 que ficou em 12 milhões.

No Brasil, a produção de veículos a álcool vai de mal a pior. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Álcool (ALCO), em 98, dos 1,5 milhão de veículos fabricados no País, apenas 0,3% eram movidos a álcool. A grande vantagem do motores E85 é que o consumidor é quem vai optar pela quantidade de álcoolmisturado a gasolina que irá utilizar no tanque do seu veículo.

“Ele pode utilizar até 85% de álcool. Isso vai estimular o mercado a baixar o preço da gasolina”, destaca o presidente da Alco, Gustavo Maranhão. A Ford Motor Company já anunciou que cerca de 168 mil unidades do Taurus modelo 2000, serão produzidos com motores E85 e terão o certificado da Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos Estados Unidos, como veículos de baixo nível de emissões de poluentes. Além do Taurus, no último ano a Ford americana produziu cerca de 200 mil picapes Ranger 3.0 e Mazda B3000, também com motores flexíveis, ou seja, com a possibilidade do uso do álcool.

A Daimler/Crysler produzirá aproximadamente, 160 mil mini-vans 3.3 e a General Motors promete chegar ao mercado de veículos de combustível alternativo com o modelo 2000 fabricando 175 mil S10 Chevy 2.2 e picapes leves GMC Sonoma, que no Brasil são comercializados como modelo S10. No total, a produção de veículos flexíveis nos Estados Unidos deverá superar as 775 mil unidades este ano.

Apesar dos últimos aumentos do preço do álcool, o combustível continua sendo, além de menos poluente, mais econômico que a gasolina. No Brasil, apesar da diferença de preços de cada região, em média o valor do litro do álcool não ultrapassa a 72% do preço da gasolina. As industrias automobilísticas nacionais já demonstram interesse pelo ressurgimento do álcool como combustível. A Ford, que há anos não produz nenhum veículo a álcool, promete colocar no mercado Fiesta e Ka, mas só no final de março. A GM também já anunciou os primeiros Corsas para o fim do mês.

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