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Chave de carro pode custar até US$ 2,4 mil

Em caso de perda da chave, os sistemas de segurança mais modernos exigem até troca de computador

Ao perceber que havia perdido a chave do seu carro, a motorista dirigiu-se à concessionária Toyota mais próxima em busca de uma reserva. O que ela imaginava ser um serviço de rotina tornou-se um pesadelo quando o atendente anunciou o preço da reposição: US$ 2,4 mil se ela quisesse manter o sofisticado sistema de alarme disponível para o modelo.
Detalhe: o carro havia custado US$ 30 mil. A chave substituta custaria 8% do seu valor.

Esse caso aconteceu nos Estados Unidos com o luxuoso sedã Toyota Avalon da professora Mary Elizabeth Schuppin, mas pode um dia repetir-se no Brasil, caso as marcas passem a oferecer os sistemas antifurto mais sofisticados. O do Avalon, por exemplo, é um sistema eletrônico que imobiliza o motor, a alimentação e a transmissão, a não ser que seja usada a chave correta. Se a chave-mestra for perdida não bastará repô-la. É preciso também trocar o computador central para manter funcionando o sistema antifurto.

Esse sistema, opcional para os Toyotas mais luxuosos e toda a linha Lexus, tem similares em modelos da Mercedes-Benz, Ford e GM, entre outros, mas só na linha Toyota é preciso trocar o computador. Para os outros basta recodificar uma nova chave-mestra, o que sai bem mais em conta.

Alguns casos de perda de chaves codificadas já estão acontecendo no Brasil. O dono de uma funilaria tipo martelinho de ouro em São Paulo, Écio Francisco de Abreu, está há mais de 20 dias com o Mercedes-Benz C 280 de um cliente parado. “Um dos funcionários perdeu a chave, e como o cliente já era o terceiro dono do carro, só havia ficado com uma das chaves originais”, conta. “Não há o que faça o carro funcionar.”

Quando isso acontece a Marcedes-Benz tem de encomendar na Alemanha uma chave reserva, feita especificamente para o modelo (para isso é preciso fornecer o número do chassi). O custo da reposição é R$ 370,00 e a espera pode ser de 40 dias. Como cada carro vem com duas chaves, o ideal é encomendar uma de reserva assim que uma delas for perdida ou danificada, recomenda a assessoria de imprensa da Mercedes-Benz brasileira.

As chaves dos Mercedes importados são as mais sofisticadas disponíveis no mercado brasileiro. Elas não possuem os dentes de uma chave convencional, mas sim um sensor que lê a codificação eletrônica da ignição. Esse código muda a cada partida que se dá no motor, tornando impossível a confecção de uma chave parecida por parte de ladrões de carro.

Além do bloqueio, a chave tem uma série de funções por controle remoto, como abertura e fechamento de todas as portas (ou só a do motorista), acesso ao porta-malas, fechamento dos vidros e até abertura de verão (ao pressionar uma tecla, todos os vidros se abrem e também o teto solar). A nova Classe S da Mercedes já tem na Europa um sistema ainda mais inovador, o smart card (cartão inteligente), que dispensa chave de ignição. O motorista só precisa portar esse cartão para abrir as portas e desbloquear a ignição. Para dar partida só é preciso pressionar um botão na alavanca de câmbio.

Nos carros nacionais, o máximo de sofisticação, por enquanto, são as chaves com transponder, um chip que vai embutido na própria chave de ignição, responsável pelo desbloqueio do sistema. Se o motorista perder a chave, terá de solicitar outra na concessionária, ao custo médio de R$ 70,00. Em tempo: a professora norte-americana assustou-se tanto com o preço da nova chave para seu Toyota que voltou para casa e vasculhou-a toda até achar a chave-mestra perdida. E, para evitar novos sustos, mandou fazer duas cópias, ao custo de US$ 45,00 cada (bem mais em conta que os US$ 2,6 mil que teria de pagar).

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