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Alta Roda | Entre o futuro e a realidade

O Salão do Automóvel de Paris, o mais longo entre as exposições internacionais e que se encerra no próximo dia 16, evidenciou a aposta da maioria dos fabricantes em modelos híbridos, híbridos plugáveis e elétricos.

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Embora a indústria veja esse cenário como oportuno, ainda não se tem certeza de como os consumidores dos mercados maduros do Hemisfério Norte vão “abraçar a causa”.

Nos elétricos, a autonomia tem aumentado, mas não há a segurança de recarga rápida e capilar. E por ainda demandar subsídios governamentais para trazer os preços a uma realidade aceitável, mesmo para compradores de alto poder aquisitivo, sobram dúvidas.

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O mercado europeu continua a caminhar, até certo ponto, de forma contrária ancorado no baixo preço atual da gasolina e diesel. A crescente aceitação de SUVs e crossovers ficou marcada mais uma vez em Paris, apesar de significar aumento de consumo de combustível e, como consequência direta, de CO2.

Um dos modelos conceituais que chamaram atenção foi o BMW X2, um crossover compacto que segue a moda. Seu estilo, sem dúvida, é o mais atraente da gama X do fabricante alemão, que não revelou sua mecânica, mas deverá ser a do X1 de tração dianteira.

No outro extremo está o novo Land Rover Discovery de sete lugares que, apesar das dimensões avantajadas, perdeu quase 500 kg de massa por usar estrutura em alumínio.

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Dois compactos, no entanto, roubaram a cena. O novo Nissan March (Micra, na Europa) rompeu com o estilo convencional e ficou ainda mais ousado que o Kicks.

A marca japonesa afirmou que o modelo ainda está distante de produção no Brasil, vai depender da recuperação do mercado aqui. Mesmo discurso adotou a Citroën em relação ao novo C3 cuja renovação estilística é marcante.

Mas tudo pode não passar de dissimulação, o tradicional “esconder o jogo”.

Sem dúvida, o cronograma de lançamento para estes dois modelos pode se dilatar, mas quem ficar parado no tempo corre o risco de se dar mal no futuro.

Sandero e Logan (Dacia na Europa) passaram a ter estilo um pouco mais refinado e, tudo indica, os Renault homônimos produzidos no Brasil e em 2017 também na Argentina não acompanharão.

O CH-R, que de tão arrojado parecia ser um exercício de estilo, estreou no salão praticamente igual à forma original concebida e pode inspirar as linhas do futuro crossover que a Toyota produzirá no Brasil.

Novo Audi Q5 a ser feito no México dentro de alguns meses e, portanto, com preço competitivo aqui, impressionou bem pelo desenho marcante que dá início à estratégia de diferenciar mais a linha de automóveis dos crossovers e SUVs.

A Volkswagen procurou demonstrar uma guinada tecnológica em direção à eletrificação e aos carros autônomos para virar a página em relação aos motores a diesel.

Sem lançamentos de impacto este ano em Paris entre os carros esporte, os Mercedes-AMG GT Roadster e C Roadster acabaram por roubar a cena.

Tornaram-se a demonstração viva de que, embora o clima não ajude, sempre há espaço para conversíveis, mesmo que representem parcela quase simbólica das vendas totais. Mas dessa liberdade os europeus não abrem mão.

RODA VIVA – SETEMBRO foi um mês ruim para o mercado interno por ter menos dias úteis e greve bancária. Volkswagen estava sem estoques depois de 30 dias com as suas três fábricas paradas em razão de conflito com um fornecedor de bancos.

Queda atingiu 20% sobre o mesmo mês do ano passado e de 23% no acumulado de 2016. Anfavea manteve previsão anual em menos 19% sobre 2015.

ESTOQUES totais de 40 dias de setembro (mesmo sem nada nos pátios da VW e da sua rede) continuam altos. Sinalização para o último trimestre indica leve recuperação, na realidade números um pouco menos negativos. Fenabrave (associação das concessionárias) prevê que vendas de automóveis, comerciais leves e pesados encolherão cerca de 20% nos 12 meses deste ano.

FIAT MOBI tem vantagem na hora de entrar numa vaga mais apertada por suas dimensões menores e a versão Way com altura de rodagem elevada mostra eficiência em pisos irregulares. Visibilidade traseira é um ponto fraco em especial no uso urbano.

Em termos de desempenho quase nada muda em relação ao Uno quando tinha os antigos motores de quatro cilindros.

GRAÇAS à legislação, que considera picapes de cabine estendida ou dupla como veículos comerciais, a Fiat Toro receberá o novo motor de quatro cilindros flex com cilindrada maior de 2,4 litros e 175 cv.

O mesmo motor, colocado no Jeep Compass (considerado automóvel), precisou se limitar a dois litros para enquadramento competitivo no IPI.

PASSARAM-SE cinco anos e o Denatran não implantou o sistema que aponta se o veículo sujeito a recall (revocação) por problema de segurança deixou de atender.

A notificação sairia no certificado de licenciamento anual e poderia melhorar o índice de comparecimento às concessionárias, hoje inferior a 50%. E, pior, sem solução à vista para essa estranha omissão.

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fernando@calmon.jor.br e www.facebook.com/fernando.calmon2

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