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Uso do celular ao volante passará a ser multa gravíssima a partir de novembro

Apesar do uso do telefone celular ser uma infração já prevista no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) desde 1997, hoje outras funções acrescentadas ao aparelho, e seu constante uso pelos motoristas enquanto dirigem, fizeram com que aumentasse o número de autuações dessa natureza.

De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de São Paulo, houve alta de 43,3% nas multas aplicadas em razão desse tipo de infração em 2015, quando comparado com o montante contabilizado em 2010.

Se há quase 20 anos o risco maior era o condutor usar o celular para fazer alguma ligação enquanto dirigia, agora há ainda outros recursos que desviam a atenção dele, como, por exemplo, enviar mensagens de texto e checar as redes sociais.

De acordo com pesquisas realizadas pela Universidade de Utah, nos Estados Unidos, manusear o celular enquanto dirige aumenta em até 400% a possibilidade do condutor se envolver em algum acidente.

Por isso, a partir de novembro, o motorista que for flagrado manuseando o celular deixará de cometer uma infração média e passará a ser enquadrado como autor de falta gravíssima, segundo o CTB.

Desta forma, perderá 7 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e terá que pagar uma multa de R$ 293,47.

“É sabido que acidentes decorrem de decisões tomadas em segundos. Para digitar uma mensagem de texto o motorista desvia a atenção da condução por diversos segundos. Ao desviar a atenção para ler uma mensagem serão, no mínimo, cinco segundos. Se ele estiver a 80 km/h, terá percorrido aproximadamente 100 metros sem ver o que está acontecendo do lado de fora do carro”, alertou a especialista em segurança no trânsito e responsável pela área de educação do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), Roberta Mantovani.

Ela destaca ainda que as distrações ao volante abrangem quatro dimensões: visuais (quando o condutor desvia o olhar da via para realizar alguma tarefa alheia à direção, como ler uma mensagem ou olhar para o telefone com o objetivo de atender uma ligação);

Cognitiva (ao pensar sobre algum assunto ao qual está falando ao telefone, prejudicando a reação frente alguma necessidade no trânsito); física (quando o motorista tira uma das mãos do volante para executar tarefas como discar um número no telefone ou digitar uma mensagem de texto);

E auditiva (a atenção do motorista volta-se para os sons do telefone, provocando perda de percepção auditiva de uma sirene ou buzina de outro veículo, por exemplo).

“Para que o condutor faça escolhas seguras é preciso que tenha a percepção do risco envolvido nas mais diversas situações de trânsito, entre elas aquelas que envolvem as distrações ao dirigir. Estimular uma cultura de autoproteção e autocuidado contribui para a construção dessa percepção de risco. É preciso investir em política de segurança viária, melhorando permanentemente as leis, fiscalizando, formando, melhorando a segurança dos veículos e das vias e ainda o atendimento aos eventos de trânsito”, salientou Roberta.

Um dos caminhos para aumentar a segurança no trânsito é a melhor formação dos motoristas. É preciso atentá-los quanto aos riscos de alguns comportamentos durante a condução.

Para tal, a tecnologia contribui de modo fundamental para a conscientização e preparação. É o caso da inclusão do simulador de direção veicular na etapa antes de o candidato partir para a prática nas ruas.

Cinco das 25 aulas para obter a CNH devem ser realizadas no simulador. O equipamento permite que o condutor experimente com segurança como o uso do celular ao volante, por exemplo, prejudica a atenção.

Para abordar essa mudança no CTB, disponibilizamos como fontes a especialista em segurança no trânsito e responsável pela área de educação do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), Roberta Mantovani.

Além dela, também temos à disposição Sheila Borges, diretora de operações da Prosimulador e especialista em simuladores de direção veicular.

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