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Adesão da ANFAVEA ao Pró-álcool completa 40 anos, com quase 40 milhões de veículos que usam etanol vendidos no Brasil

Há exatos 40 anos era assinado um documento que mudaria para sempre a frota brasileira de veículos.

Naquela quarta-feira de setembro de 1979, representantes da ANFAVEA, então presidida por Mário Bernardo Garnero, entregaram ao Presidente da República João Batista Figueiredo o protocolo de plena adesão ao Programa Nacional do Álcool (Pró-álcool), assinado por todas as suas 25 associadas.

Na época ainda havia muita desconfiança se os motores a álcool etílico hidratado vingariam no mercado brasileiro.

Mas as duas crises do petróleo dos anos 1970 criaram as condições para o surgimento de uma nova solução de combustível para motores a combustão, usando como fonte um vegetal amplamente cultivado no Brasil, a cana-de-açúcar.

Isso levou o governo federal a criar em novembro de 1975 o Pró-álcool, ambicioso plano de política industrial envolvendo esforços conjuntos do Estado e da iniciativa privada.

Quatro décadas depois, os números comprovam que o Pró-álcool foi um sucesso. De lá para cá, 39,8 milhões de veículos foram vendidos no Brasil com motores capazes de utilizar etanol.

Desses, pouco mais de 5 milhões são abastecidos exclusivamente com o combustível de origem vegetal. Quase 35 milhões do total já usam a tecnologia flex, surgida em 2003, que possibilita o uso de etanol ou gasolina em qualquer proporção.

“O motor a etanol é um marco na história da nossa engenharia automotiva. Uma solução inovadora que colocou a frota brasileira no topo do ranking de sustentabilidade entre os carros com motor a combustão. Além disso, com o posterior advento dos motores flex, o consumidor ganhou a possibilidade de usar etanol ou gasolina de acordo com sua conveniência, em outro movimento histórico da engenharia brasileira”, afirmou o presidente da ANFAVEA, Luiz Carlos Moraes.

A produção de veículos a etanol ou flex no Brasil atingiu neste mês a marca de 38,3 milhões de unidades, parte delas exportadas para países da América do Sul.

A força dos motores flex no mercado brasileiro tornou-se tão grande que muitos modelos que o Brasil importa da Argentina e do México são produzidos com essa tecnologia.

Cerca de 3,1 milhões de carros com capacidade de uso de etanol foram importados destes dois países nos últimos anos.

O pico de vendas de carros com motor exclusivamente a etanol deu-se em 1986, com 621,7 mil unidades.

Em 2012 foi batido o recorde de licenciamento de carros flex, com 2,83 milhões de unidades.

Hoje, apenas automóveis e comerciais leves usam etanol, mas nos anos 1980 chegaram a ser produzidos 10.782 caminhões e 25 ônibus que utilizavam apenas o combustível vegetal.

A grande vantagem do etanol é emitir menos poluentes na comparação com a gasolina, sem falar na sustentabilidade representada por uma fonte natural e renovável, cujo plantio neutraliza com folga as emissões da frota que usa esse combustível.

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