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Propalada chegada dos elétricos “agita” setor de lubrificantes

Ao menos duas palestras – “Inovação na Mobilidade: Origens, Conquistas e Futuro”, de Demetrio Vetorazzo, chefe-assistente de Transmissão Regional da General Motors, e “ Eletrificação: perspectiva para mobilidade urbana e o impacto na indústria de lubrificantes”, de Rafael Ferreira Ribeiro, gerente de Marketing da Chevron Oronite para América Latina, agitaram a plateia do XII Simpósio Internacional de Lubrificantes, Aditivos e Fluidos, na última quarta-feira, 23 de outubro, no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo.

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O receio é que, com a propalada tendência por carros eletrificados no mundo, haja redução substancial do papel de lubrificantes e aditivos veiculares, embora as projeções de motores à combustão interna ainda indiquem números muito promissores nas próximas décadas.

Promovido pela AEA – Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, o simpósio trouxe para debate o macrotema “Lubrificantes e a Mobilidade Sustentável”, no qual palestras e discussões técnicas sobre que o há de mais recente em desenvolvimento tecnológico sobre lubrificantes automotivos, debatendo a importância deste setor para evolução da mobilidade sustentável; as modernas tecnologias de motores e leis ambientais mais restritivas exigem lubrificantes cada vez mais amigáveis ao meio ambiente.

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A sessão de abertura do evento teve a participação de Paulo Consonni, gerente executivo da entidade, e de Simone Hashizume, diretora da AEA e uma das coordenadoras do simpósio, que enfatizaram a contribuição do setor no processo de atendimento cada vez mais restritivo das leis de emissões e eficiência energética veicular, em especial a partir de 2012, com o programa Inovar-Auto e, na sequência, por meio do programa Rota 2030.

A evolução da mobilidade é uma onda sucessiva e inesgotável de genialidade e inovação que desde os seus primórdios tem beneficiado o progresso da civilização.

Em palestra de abertura, “Inovação na Mobilidade: Origens, Conquistas e Futuro”, o palestrante Demetrio Vetorazzo, chefe-assistente de Transmissão Regional da General Motors, trouxe uma reflexão sobre as origens do sistema de propulsão automotiva, sendo que ideias originadas há séculos integram os veículos que usamos hoje.

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“Passado, presente e futuro estão interligados e, por isso, o futuro pode ser perscrutado. Algumas das ideias que integrarão os veículos do futuro já foram originadas e seu impacto na sociedade e na civilização será maior do que imaginamos, afetando o mundo, a sociedade, a economia, o meio ambiente e a forma como vivemos”, afirma Vetorazzo.

“Os OEMs automotivos estão buscando agressivamente óleos de motor de baixa viscosidade para melhorar a eficiência do motor. Essas tendências globais favorecem a redução de emissões de CO2 e melhoram a eficiência de combustível”, disse Michael P. Sheehan, químico técnico de desenvolvimento de clientes da Exxon Mobil, em apresentação “Ativando a economia de combustível através da inovação de óleo básico”.

Em “Aditivos para óleo de motor e mobilidades sustentáveis”, o especialista em Engenharia de Pesquisa e Desenvolvimento da Afton Chemical, William Anderson, reforçou sobre as regulamentações globais que exigem melhor economia de combustível e incentivam os OEMs a produzir projetos de motores mais sofisticados.

Ainda de acordo com Anderson, “os motores modernos tendem a ser menores com maior densidade de potência e menor volume de óleo, colocando maior estresse no óleo do motor. Paralelamente, há uma tendência para o aumento de carros compartilhados, com os veículos rodando mais e mais, reforçando novamente o lubrificante. O estresse adicional dos motores modernos e a condução mais longa e mais difícil empurram a necessidade de melhores sistemas aditivos”.

Além das questões ambientais, o gás natural apresenta vantagens econômicas à medida que novos campos e métodos de produção são desenvolvidos.

E em apresentação “Gás natural e biogás por um futuro mais sustentável”, Fred W. Girshick, da área de Tecnologia de Lubrificantes da Infineum, os três tipos de combustíveis gasosos – gás natural, aterro sanitário e biogás – apresentam desafios diferentes para o projetista de motores e, portanto, para o formulador de óleo de motor.

“Os projetos de motores para aumentar a eficiência térmica colocam um estresse sem precedentes nos lubrificantes, e a indústria respondeu com uma nova geração de óleos para permitir essas eficiências mais altas.( Biogas) de Aterros e biogás contêm contaminantes significativos que degradam o desempenho do motor e exigem despesas de manutenção desnecessárias por outros tipos de motores. Novamente, as indústrias de lubrificantes e aditivos desenvolveram novos óleos que aumentam a vida útil do motor e reduzem os custos de manutenção”, diz Girshick.

“As especificações de lubrificante para ciclo diesel continuam evoluindo em uma velocidade sem precedentes devido a tendências importantes como redução de emissões, durabilidade e economia de combustível”, disse Fabio Araújo, gerente de Produtos da Lubrizol, durante palestra “As Tendências no Mercado de HDMO”.

Para Araújo, economias emergentes como o Brasil têm desafios importantes pela frente com a introdução de novas legislações de emissões e a nova especificação ACEA 2020. Todas essas mudanças criam novos desafios para a Indústria e para o usuário final.

A diversidade e a complexidade das tecnologias e fontes de energia dos veículos aumentarão ainda mais e apresentarão novas oportunidades para a indústria de lubrificantes / aditivos.

Em palestra “Eletrificação: perspectiva para mobilidade urbana e o impacto na indústria de lubrificantes”, Rafael Ferreira Ribeiro, gerente de Marketing da Chevron Oronite para América Latina, informou que os projetos híbridos e totalmente elétricos têm necessidades únicas que a tecnologia avançada de lubrificação pode ajudar a resolver.

“Além disso, outras alternativas (células de combustível, biocombustíveis, hidrogênio, vapor ou qualquer novo avanço) provavelmente terão alguma forma de fluidos que ajudam a tecnologia a funcionar como pretendido, e nossa indústria estará pronta para enfrentar esses desafios”, completou Ribeiro.

O Painel I – A Indústria do Lubrificante em 2030 – integrou a programação do evento da entidade e o palestrante Marco Antonio Gonzalez de Almeida, consultor master em Lubrificantes da Petrobras Distribuidora, em apresentação “Lubrificantes para PCMO em 2030″, exibiu um cenário atual comparando-o com o futuro, as tendências, além de elencar os prováveis desafios tecnológicos para a indústria de lubrificantes no País.

A crise econômica vem impactando o processo de renovação de frota de caminhões e ônibus; potencializou-se ainda a busca pela redução do gasto com lubrificante em detrimento ao requisito de desempenho recomendado.

Para Roberta Teixeira, da Iconic, palestrante da apresentação “Lubrificantes para motores Diesel, leves e pesados”, “a regulação é importante para o aumento do nível mínimo de desempenho dos lubrificantes e a indústria tem um papel fundamental na conscientização do consumidor final quanto à aplicação correta, independente da idade do veículo. O aumento do teor do biodiesel afetará toda a frota, com consequente impacto no lubrificante. Com isso, neste cenário desafiador é possível ofertar produtos de maior performance buscando a entrega de benefícios”, disse a palestrante.

O mercado de lubrificantes também está se transformando com desenvolvimento de novas formulações e especificações para atender à tendência da crescente demanda de veículos com transmissões automáticas.

A palestra de André Pires, gerente Industrial da Moove Lubrificantes, abordou as tendências do mercado e as principais características dos lubrificantes para transmissões automáticas.

O Painel I foi encerrado após debate entre os palestrantes e o público presente, mediado por Sergio Viscardi, da Viscardi Consultores Associados
A Comissão Técnica de Lubrificantes, Fluidos e Aditivos da AEA, ao longo de 2019 abordou em suas reuniões mensais as novas tendências globais para lubrificantes de motores Diesel e como estes novos produtos podem trazer benefícios ao mercado brasileiro de caminhões e ônibus.

Na palestra “Emissões, sustentabilidade e impactos no lubrificante”, Marcus Vercelino, daquela comissão, apresentou como novos testes e especificações de instituições independentes como a ACEA (Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis) e API (Instituto Americano de Petróleo) trazem um maior nível de proteção aos veículos pesados que operam ou irão operar no Brasil.

“Os veículos mais modernos demandarão fluidos mais robustos e de melhor qualidade e a durabilidade das emissões impactará em novas ações no gerenciamento do motor. O segmento de lubrificantes com baixos teores de cinza (ou low SAPS) passará ser requisito obrigatório – especificado em manual do proprietário pelo fabricante e a busca por eficiência, viscosidades mais baixas serão implementadas em todo powertrain (motor, transmissão e eixos)”, informou Vercelino.

A palestra “Quantificação direta de aditivos lubrificantes por XRF”, ministrada por Cristian Roque Perdoná, coordenador de Aplicação da Bruker, encerrou as atividades da 12ª edição do simpósio da AEA.

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