sexta-feira, 19 abril , 2024
28 C
Recife

Alta Roda | TSI: bem mais que a sigla

Desde o final de semana passada, com a chegada do up! TSI, o Brasil tem pela primeira vez um automóvel mais avançado tecnologicamente em termos de motor que o mesmo modelo comercializado na Europa. Em regra, o País vai a reboque de países centrais ou, em alguns poucos casos, até recebe primeiramente um novo modelo com alguns meses de antecedência.

- Publicidade -

No caso do produto de entrada da Volkswagen, além de reconhecido como primeiro turboflex fabricado no Brasil (os da BMW e PSA Peugeot Citroën são importados), nem na Europa essa motorização – no caso apenas a gasolina – está, por ora, disponível. Na realidade, a própria VW já produziu motor 1-litro turbo (gasolina), a exemplo deste, para Gol e Parati entre 2000 e 2002 focado em desempenho.

Entretanto, o TSI faz o casamento perfeito entre injeção direta e turbocompressor (antes a injeção era indireta) dentro do conceito moderno de aumentar o desempenho e simultaneamente obter menor consumo de combustível. De maneira simplificada, oferece potência 28% maior, 105 cv, e torque 61% superior, 16,8 kgfm (ambos os valores com etanol).

- Publicidade -

Ainda assim, consegue economia de etanol e gasolina de cerca de 6% e se transformou no modelo de menor consumo do País. Aliás, só perde para automóveis híbridos com motores a combustão e elétrico.

O desempenho deste 3-cilindros na prática equivale a de um motor comum aspirado de 1,8 l, só que na estrada supera 20 km/l com gasolina a 120 km/h.

Motor a apenas 2.900 rpm garante silêncio a bordo. Diferencial foi alongado em nada menos de 26% para o máximo de economia e ainda assim acelera de 0 a 100 km/h em 9,1 s (etanol). Sua elasticidade impressiona porque o torque máximo se mantém entre 1.500 e 4.500 rpm. O número de vezes que se troca de marchas é bem menor.

- Publicidade -

A Volkswagen oferece o novo TSI para todas as versões (menos a de entrada, take up!) por R$ 3.100,00 extras, sendo que nas mais caras, incluída a nova speed up!, é de série.

Preços vão de R$ 43.490 a 49.900. Para reconhecer o modelo, além do emblema com o “I” vermelho, a tampa do porta-malas é sempre pintada de preto (não reconhecível na cor preta, claro) e o para-choque dianteiro é 4 cm mais pronunciado por abrigar radiador maior.

Quem roda dentro da média nacional de 12.000 km/ano obteria retorno do valor pago a mais em pouco mais de 10 anos. Para se ter ideia, um Renegade diesel, caso existisse versão equivalente mecanicamente à de um motor flex, levaria mais de 20 anos para se pagar com a economia de combustível. Só que o prazer ao dirigir é incomparável: muito mais ágil do que qualquer outro de seu segmento (inclusive de modelos de maior porte e potência), fácil de estacionar (apenas 3,64 m de comprimento) e comportamento em curvas irrepreensível em razão de suspensões um pouco mais firmes.

Conceito de subcompacto não foi, até agora, de todo absorvido pelo motorista brasileiro. Tanto que a GM descartou tal produto no plano adicional de investimentos (ver Roda Viva). VW, Fiat e Chery pensam diferente. Ainda assim o up! alcançou 2,4% do mercado de compactos hatches e sedãs no primeiro semestre do ano e com a versão TSI pode chegar a 3%. Meta-alvo bastante razoável para um hatch moderno.

RODA VIVA

GENERAL MOTORS dobrou a aposta no Brasil ao anunciar aporte adicional de R$ 6,5 bilhões até 2019. Significa 40% do total para China, México e Índia. Família de seis modelos compactos visa apenas a países emergentes. Para a Coluna, serão substituídos em quatro anos Onix, Prisma, Cobalt, Spin e Montana. E um crossover no lugar do Tracker.

INTERESSANTE é a estratégia oposta à da Ford, que alinhou seus produtos aos produzidos em mercados maduros. Carro subcompacto (em torno dos R$ 30.000) estaria fora dos planos, afirma a GM. Investimento inclui motores de três e quatro cilindros novos (inclusive turbos), além de câmbios e expansão de conectividade em toda sua linha.

JEEP apresentará em janeiro próximo no Salão de Detroit o modelo que substituirá o Compass/Patriot. Trata-se do segundo produto todo novo (maior que o Renegade) da marca de utilitários na nova fábrica da FCA em Goiana (PE). Produção e vendas começarão primeiramente no Brasil. Mercado americano, porém, será abastecido pela unidade fabril do México.

JETTA tem qualidades para avançar no disputado mercado de sedãs médios-compactos. Na versão básica (Trendline) e intermediária (Comfortline), esta produzida em parte no Brasil, os retoques de estilo e bom acabamento são pontos positivos. Motor de 2 L/120 cv não anima no uso cotidiano, apesar do ótimo câmbio automático (6-marchas). Já versão de topo Highline, motor turbo de 211 cv, deixa qualquer rival para trás.

DÓLAR ALTO (perto de R$ 3,40 na semana passada) dificulta ainda mais a vida dos importadores. Em quatro anos a participação nas vendas internas despencou de 24% para 15%. Situação só não está pior porque marcas europeias – maioria entre as importadas – se beneficiam, parcialmente, da desvalorização do euro ante a moeda americana.

Matérias relacionadas

Monte seu Fiat Pulse

Mais recentes

Menos combustível, mais Volvo!

Destaques Mecânica Online

SIMPÓSIO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA, EMISSÕES E COMBUSTÍVEIS

Avaliação MecOn

TRW - Qualidade de topo para máxima segurança