Na última semana, o Detran (Departamento Estadual de Trânsito) anunciou o recorde de carros nas ruas de São Paulo, totalizando 8 milhões de veículos. Em contrapartida, 2015 registra congestionamentos menores do que no ano anterior.
Para o professor de engenharia de tráfego da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Paulo Bacaltchuck, não podemos atribuir a diminuição no índice de congestionamento à crise econômica, mas sim ao próprio trânsito e stress ocasionado. As pessoas simplesmente desistiram de sair de casa ou alteraram seus compromissos para horários alternativos, assim escapam do engarrafamento, mantendo somente o que é de extrema importância, inadiável.
Deve-se também adicionar a esse cenário um aplicativo de GPS, que leva o motorista por caminhos “ninjas” em vias locais que muitos jamais pensaram que existisse. O resultado é uma deterioração de vias locais, que eram pacatas e agora viraram o “caminho dos ratos” com consequente queda no valor dos imóveis e aumento do índice de atropelamentos em vias locais.
“O morador tem que ficar ‘esperto’ com o fluxo na sua rua para não ser atropelado e as crianças não podem mais brincar nela; tem muito carro. O pavimento das vias locais também não foi dimensionado para um fluxo maior de carros e caminhões e o resultado é mais buracos”, analisa Bacaltchuck.
Ainda de acordo com o engenheiro, as ciclovias e ciclofaixas ainda não causaram uma mudança no modo em que o paulistano se desloca, pelo contrário, tomaram espaço dos motoristas. Será necessário um tempo maior, além de uma conexão melhor entre as ciclovias para que os efeitos se tornem perceptíveis.