O desempenho da exportação de autoveículos em dezembro, com 61,1 mil unidades, confirmou algo que já era quase certo: 2017 foi o ano em que o Brasil mais exportou em toda a história. Os dados são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Anfavea, que divulgou balanço de 2017 na sexta-feira, 5, em São Paulo, SP.
No total do ano foram 762 mil unidades exportadas, alta de 46,5% na comparação com as 520,1 mil de 2016. O melhor ano em exportação até então era 2005, com 724,2 mil unidades. Na comparação mensal, dezembro ficou 16,3% abaixo das 73,1 mil unidades de novembro e 2,6% menor que as 62,8 mil de dezembro de 2016.
As exportações tiveram papel importante no desempenho da produção. No último mês do ano a indústria fabricou 213,7 mil unidades, acréscimo de 6,9% sobre as 199,9 mil de dezembro de 2016 e redução de 14,2% sobre as 249,1 mil de novembro. No ano foram produzidos 2,70 milhões de unidades, alta de 25,2% diante das 2,16 milhões de 2016.
O licenciamento terminou 2017 com 2,24 milhões de unidades comercializadas, 9,2% acima das 2,05 milhões de 2016. Apenas no último mês foram 212,6 mil unidades licenciadas, alta de 4,1% tanto sobre igual período de 2016 quanto sobre novembro do mesmo ano.
Na avaliação de Antonio Megale, presidente da Anfavea, “o ano passado ficará marcado positivamente. Primeiro porque batemos o recorde histórico das nossas exportações e, segundo, porque foi de fato o ano da retomada do crescimento após quatro anos seguidos de queda. Os indicadores melhoraram ao longo dos doze meses, o que permitiu um desempenho aquecido no segundo semestre”.
Caminhões e ônibus
Em 2017 as vendas de caminhões somaram 51,9 mil unidades, aumento de 2,7% diante das 50,6 mil unidades do ano anterior. Em dezembro, 6,1 mil unidades foram comercializadas, número 11% maior do que as 5,5 mil de novembro e 36,5% superior as 4,5 mil unidades de dezembro de 2016.
Na produção, o ano fechou com alta de 37%: foram 82,9 mil caminhões este ano e 60,5 mil no ano passado. As 7,4 mil unidades de dezembro representam alta de 81,3% sobre as 4,1 mil do último mês de 2016, mas baixa de 8,9% ante as 8,2 mil de novembro.
As exportações de caminhões encerraram 2017 com 28,3 mil unidades, expansão de 31,3% ante as 21,6 mil unidades de 2016. Na análise mensal, os 2,2 mil caminhões enviados para outros países em dezembro apontam baixas de 6,7% se comparado com as 2,3 mil de novembro passado e de 11,8% com relação as 2,4 mil de dezembro de 2016.
No segmento de ônibus houve registro de alta no licenciamento: 5,3% ao comparar as 11,8 mil unidades de 2017 com as 11,2 mil de 2016. Apenas no último mês de ano, 1,2 mil unidades foram comercializadas, valor 12,4% superior as 1,1 mil de novembro e 83,3% acima das 666 unidades do mesmo mês no ano passado.
Em 2017 a produção registrou 20,7 mil chassis para ônibus – alta de 10,5% diante das 18,7 mil de 2016. Em dezembro, 1,3 mil chassis foram produzidos, 20,6% abaixo das 1,7 mil de novembro e acima em 35,9% contra as 973 unidades de dezembro de um ano antes. As exportações apresentaram leve queda: foram exportados 9,1 mil chassis para ônibus em 2017, 6,4% menor com relação as 9,8 mil de 2016.
Maior exportadora da história da indústria automobilística brasileira, Volkswagen aumenta em 52,16% as exportações em 2017 – Maior fabricante e exportadora de veículos da história do País, com mais de 3,6 milhões de unidades enviadas a 147 países desde 1970, a Volkswagen do Brasil finalizou o ano de 2017 com aumento de 52,16% em suas exportações, totalizando 163.306 veículos enviados para 15 países. Em 2016, foram 107.322 unidades exportadas.
O Gol foi o modelo mais exportado da marca, com 73.848 unidades embarcadas em 2017. A Argentina é o mercado que mais recebe os modelos exportados pela Volkswagen do Brasil, com 93.891 unidades em 2017; a Volkswagen foi, pelo 14º ano consecutivo, a marca líder em vendas no país vizinho.
“O ano de 2017 já foi bastante positivo e a Volkswagen foi o motor das exportações do setor automotivo brasileiro. Como maior empresa nesse segmento, apresentou um desempenho muito forte, fruto da estratégia de regionalização das suas operações na América do Sul, Central e Caribe. Com o olhar dedicado a esses mercados, conseguimos aumentar consideravelmente nossas exportações, oferecendo produtos desenvolvidos para atender às necessidades específicas dos consumidores desses países”, destaca Pablo Di Si, Presidente e CEO da Volkswagen Região América do Sul e Brasil.
O Novo Polo, mais recente lançamento da Volkswagen do Brasil, produzido na fábrica Anchieta (em São Bernardo do Campo – SP) com foco no mercado sul-americano, está sendo exportado para a Argentina, Chile e Paraguai desde o fim do ano passado, já contabilizando 7.057 unidades embarcadas até o momento.
“A chegada do Novo Polo aos demais países da região nos apoiará na atração de novos consumidores, reforçando o nosso volume de vendas, que já tem crescido desde a criação da estrutura regional para a América do Sul. E com a chegada do Virtus, em janeiro de 2018, vamos ampliar ainda mais a nossa gama de produtos altamente interessantes para esses mercados”, destaca Thomas Owsianski, Primeiro Vice-Presidente Executivo da Volkswagen para a Região SAM (América do Sul).
Até dezembro de 2017, as vendas da Volkswagen na Região América do Sul, América Central e Caribe registraram crescimento de 25,3% em relação ao mesmo período de 2016, tornando-se a região com maior percentual de aumento entre todas as estruturas da marca Volkswagen no mundo.
Exportação Volkswagen do Brasil (Jan-Dez 2017)
Total de exportações Volkswagen do Brasil: 163.306 unidades
Gol: 73.848 unidades
Voyage: 24.861 unidades
Saveiro: 24.234 unidades
up!: 20.850 unidades
Vendas da Volkswagen crescem 19,1% no Brasil em 2017, mercado cresce 9,4% – No mercado brasileiro, a Volkswagen do Brasil registrou aumento de 19,1% nas vendas no ano de 2017 (272.119 veículos comercializados) em relação a 2016 (228.473 unidades vendidas no País). Esse desempenho representa um crescimento superior ao registrado pelo setor automotivo brasileiro, que teve aumento de 9,4% nas vendas em 2017 (2.175.987 unidades), em comparação com 2016 (1.988.597 unidades vendidas no País). Os números têm como base o Renavam (emplacamentos) de automóveis e comerciais leves.
Máquinas agrícolas e rodoviárias – As vendas de máquinas autopropulsadas no mercado interno terminaram 2017 com 44,4 mil máquinas negociadas, número superior em 1,5% sobre as 43,7 mil em 2016.
No décimo segundo mês do ano, quando o setor comercializou 3,8 mil máquinas, houve elevação de 25% ante as 3,1 mil de novembro e queda de 8,8% na análise com as 4,2 mil de dezembro de 2016.
A produção de 2017 totalizou 55 mil unidades, aumento de 1,8% comparado com as 54 mil unidades do ano passado. Em dezembro, 2,7 mil unidades foram fabricadas, queda de 31,1% contra novembro, com 4 mil unidades, e de 52,1% contra as 5,7 mil unidades de dezembro de 2016.
As exportações no segmento encerraram o ano com 14,1 mil unidades, o que significa expansão de 46,9% frente as 9,6 mil do ano passado.
Projeções para 2018
Seguindo a tradição, a Anfavea apresentou também suas projeções para 2018 em nos diversos segmentos que representa.
No total de autoveículos, a expectativa é de crescimento em todas as vertentes: 11,7% no licenciamento (2,50 milhões de unidades), 5% na exportação (800 mil unidades) e 13,2% na produção (3,06 milhões de unidades).
Para Antonio Megale, presidente da Anfavea, “a conjuntura macroeconômica indica cenário otimista, pois a inflação em baixa, câmbio estável e expectativa de crescimento do PIB possibilitam a retomada da confiança do consumidor e do investidor. Mesmo sendo um ano com eleições e uma reforma previdenciária a ser aprovada, 2018 deve seguir rumo crescente na economia e na indústria automobilística”.
Para o setor de máquinas agrícolas e rodoviárias, a projeção é de alta de 3,7% nas vendas internas, com 46 mil unidades, e crescimentos na exportação, de 9,9%, e na produção, de 11,8% – totalizando 15,5 mil e 61,5 mil unidades respectivamente.