Esta semana, estava eu dirigindo com a janela aberta quando de repente passa um caminhão antigo jogando fumaça preta para dentro do carro.
Isso me fez lembrar de quando era criança, quase adolescente ou jovem (kkkk), e os carros movidos a diesel pareciam andar com verdadeiras chaminés a expelir fumaça tóxica nas pessoas. Mas sobrevivemos e estamos aqui para contar a história.
O diesel, tornou-se uma alternativa menos poluente com o uso de novas tecnologias. Tanto que países onde as normas de emissões são mais rígidas, até carros de passeio são movidos a este combustível, porém, com uso de tecnologias bem avançadas.
A mais antiga é a utilização de injeção eletrônica com um duto comum (common rail), que pode chegar a fornecer uma pressão de 1800bar para injeção do combustível.
Essa pressão elevada, faz com que o diesel possa ser melhor pulverizado, facilitando a queima do mesmo e permitindo ao motor usar taxas de compressão mais altas, o que também facilitaria a queima do combustível.
Depois veio o diesel leve, ou seja, o diesel S10 (nenhuma relação com a pick-up do mesmo nome), esse é um diesel que utiliza 10ppm de enxofre contra os 500ppm utilizados no diesel vermelho.
Junto com esse novo combustível também surgiu o filtro DPF, ou seja, uma evolução do catalizador que armazena a fuligem, aquela velha fumaça preta, e de tempos em tempo queima esse resíduo evitando que o mesmo seja lançado ao ar.
Essa queima dá-se de três maneiras, no uso normal do veículo a temperatura atingida pelo filtro queima parte destas partículas, se essa temperatura não for atingida o motor entra em modo de regeneração, enriquecendo a mistura para que o excesso do diesel seja queimado no DPF ou de forma induzida pelo equipamento diagnóstico.
Isso mantém a vida útil da peça e a saúde dos nossos pulmões. Outro artifício utilizado é a válvula EGR, ela serve como um by pass permitindo que os gases do escapamento sejam redirecionados para a admissão, como os gases de escape são inertes, a mistura fica momentaneamente rica, sem o acréscimo do tempo de injeção, economizando combustível e ainda favorecendo a queima da fuligem no filtro DPF.
Tudo isso veio a tornar o diesel menos poluente que a gasolina, perceptível até aos nossos narizes que hoje quase nem notam uma caminhonete funcionando em uma área coberta, como por exemplo o galpão de uma oficina.
Pena que, em nosso país, os carros movidos a este combustível sejam de preços muito acima dos movidos a gasolina.
Se fossem mais baratos, teríamos uma melhora da qualidade do ar. Mas isso em breve não será mais objeto de estudo, pois o combustível do futuro será outro.
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Tobias França @franca.tobias, engenheiro mecânico especialista em tecnologia automotiva, consultor e palestrante na UNION CONSULTORIA com mais de 1000 horas de treinamento ministrado e mais de 3000 pessoas treinadas. Instrutor certificado internacionalmente, WOLFSBURG – ALEMANHA, pela VOLKSWAGEN.