O lítio ainda é considerado o material mais apropriado para usar no polo negativo das baterias (ânodo) porque esse metal possui baixo potencial (aproximadamente -3V em relação a um eletrodo de hidrogênio) e potencial de corrente (~3.9 mAh/g) entre os vários materiais para ânodos que são conhecidos.
Recentemente fiz uma enquete com profissionais na sua grande maioria especialistas na área automotiva sobre as suas opiniões sobre o futuro da tecnologia de íons de lítio no estado sólido.
2/3 dos pesquisados responderam que acreditam no potencial da tecnologia, sendo esta a tendências no ramo de baterias para veículos elétricos. Aproximadamente 30% acham que os acumuladores de alta tensão partirão para outros caminhos devido a custos elevados e disponibilidade de produção de matéria prima.
As baterias de íons de lítio atualmente no mercado utilizam eletrólito com solução líquida com sais de lítio (LiPF6). Estes são misturados a solventes orgânico juntamente a separadores.
Em baterias do estado sólido, como o próprio nome sugere, o eletrólito é sólido. A corrente elétrica é feita através da estabilização de eletrólitos sólidos em lítio metálico. Esta nova forma construtiva apresenta maior condutividade e maior estabilidade do eletrólito. E essa mudança gera melhorias significativas para a performance da bateria de alta tensão.
A principal melhoria é o aumento da densidade energética do acumulador. Este aumento de capacidade permite à bateria reter mais energia num menor peso e volume de bateria.
Que, pragmaticamente falando, irá diminuir o peso total do carro, aumentando a autonomia, diminuindo o consumo energético do carro, além de melhor a dinâmica de aceleração, frenagem e curvas.
Essa nova tecnologia permite também maiores potências durante espaços maiores de aceleração. Aliado a isto, há possibilidade de maiores potências de carregamento que resultam em cargas na ordem de 2 a 3 vezes mais rápidas que nas baterias atuais.
Deve-se considerar adicionalmente a todas essas vantagens, que as baterias em estado sólido são mais seguras contra incêndio e promovem maior vida útil ao componente. Diante tantas qualidades, esta nova tecnologia aparenta ser imbatível.
Porém a disponibilidade da produção íons de lítio metálico é escassa e, consequentemente o custo é elevado. Resta saber quais serão os próximos passos no desenvolvimentos da produção da principal matéria prima destas novas baterias para descobrir se as apostas dos especialistas de mercado estão no rumo correto.