A frota de carros elétricos aumenta a cada dia no Brasil e, consequentemente, empresas de serviços automotivos precisam ficar ainda mais atentas para garantir a execução de um trabalho compatível com os modernos veículos.
Nesse cenário, uma atividade que tem recebido destaque nos últimos meses é a atenção necessária com a blindagem e todas as suas propriedades.
“É preciso compreender que a blindagem é, praticamente, um serviço artesanal. Todo o processo é feito manualmente pelos profissionais que precisam conhecer os detalhes de cada carro para garantir não apenas a segurança, mas o correto acabamento”, esclarece Renato Escobar, sócio e diretor da Collet Blindagens.
“Quando você pega um modelo híbrido, ou elétrico, essa expertise é ainda mais importante, pois existe uma série de componentes como as baterias e a complexidade do sistema elétrico, que são diferentes dos carros à combustão”.
Porém, existe uma particularidade nos novos modelos que pode interferir – e muito – no desempenho: o peso do veículo.
Por conta das baterias necessárias, os carros elétricos já são conhecidos como opções mais pesadas do que os carros à combustão.
O quadro fica ainda mais delicado, pois um procedimento de blindagem resulta em aumento de peso, o que contribui diretamente para diminuir a autonomia e acelerar a necessidade de recargas.
Para se ter uma ideia, em um processo de revestimento de um BMW i3, de 1300 kg, cada 150 kg extras de proteção resultam em uma perda de 10% da autonomia do veículo.
Por isso, a blindagem de um carro elétrico tem que conciliar a garantia de segurança com o menor acréscimo possível de peso ao conjunto. Nesse cenário, a utilização do aço cede ainda mais espaço para a utilização das mantas de aramida.
Também conhecida como fibra de aramida, o material é um tecido com construção tipo tela que apresenta grande resistência a rasgos ou cortes, sendo desenvolvido para garantir proteção balística.
Enquanto o metro quadrado do aço habitual usado em blindagens pesa 24kg, a tela de aramida pesa apenas 4,5 kg.
“Os carros já vêm preparados para suportar um peso extra, porém, principalmente nos casos de blindagem dos elétricos, buscar uma maior eficiência com um menor acréscimo de peso é fundamental”, esclarece Renato.
“Um carro mais pesado, significa, inclusive, um maior gasto do sistema de freio, para ter uma ideia do impacto que o peso gera em todos os componentes do veículo”.
Menos peso é bom, mas com garantia de segurança
Para garantir a proteção balística nível III-A, a regulamentação do Exército Brasileiro exige a utilização de uma manta composta por seis camadas de aramida.
Para o especialista, é preciso dar ainda mais atenção à segurança, recomendando, em alguns pontos do veículo, pelo menos nove camadas.
“É preciso ter confiança no local de fazer a blindagem. Às vezes, o estabelecimento oferece uma opção mais barata que garante menos peso final, mas isso acontece porque não está usando todas as camadas necessárias. Eu já recebi de fabricante uma proposta de fazer a manta com menos camadas do que o recomendado”, revela Renato.
“O nosso trabalho não tem margem de erro. Se a blindagem não funciona, uma pessoa pode morrer”.
A chegada dos carros elétricos já está revolucionando o transporte mundial.
Nessa mudança, é fundamental conhecer cada vez mais os detalhes e pormenores da nova tecnologia para acertar na escolha dos fornecedores. Mais do que um veículo, um carro blindado corretamente é sinônimo de segurança.