Não fossem os atuais desafios da indústria automotiva, com montadoras reduzindo ou mesmo interrompendo a produção pela escassez de insumos, as locadoras comprariam 800 mil veículos no decorrer de 2021, conforme projeção da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA).
A entidade aponta para a realização de no máximo 50% desse potencial, com compras entre 380 mil a 400 mil automóveis e comerciais leves.
Conforme a projeção da ABLA, levando em consideração que o preço médio dos veículos comprados por locadoras gira em torno de R$ 60 mil, o investimento anual que deixará de ser feito neste ano será superior a R$ 22 bilhões. “A queda é impactante frente ao total de carros que o setor iria comprar, não fossem as consequências dessa pandemia”, diz o presidente do Conselho Nacional da ABLA, Paulo Miguel Junior.
As novas projeções da entidade que representa as locadoras vão ao encontro das estatísticas da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Em junho, foram quase 167 mil unidades produzidas, o que representou retração de 13,4% em relação ao mês de maio.
“É uma produção quase 70% acima daquela verificada no mesmo período do ano passado, mas é preciso lembrar que em abril, maio e junho de 2020 passamos pelo auge das medidas de isolamento”, avalia Miguel Junior.
Conforme o presidente da ABLA, a realidade da indústria automotiva no mundo, não apenas no Brasil, “é a de que as montadoras não têm carros para entregar”. Para Paulo Miguel Junior, a falta de insumos, principalmente de chips, “ainda pode piorar se pensarmos na concorrência com o setor de eletrônicos, que demanda ainda mais semicondutores no segundo semestre. Nossa expectativa é que o mercado de veículos só volte à normalidade em 2022”.