Em sua 7ª edição, o Seminário de Manufatura, organizado e promovido pela AEA – Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, ocorrido na última quinta-feira, 22 de setembro, em evento online, destacou a importância da economia circular descarbonizada, por meio do macrotema “Indústria 4.0 e COP 26: integrando a sustentabilidade”.
Logo após a abertura oficial de Marcus Vinicius Aguiar, vice-presidente da AEA, o Seminário de Manufatura reuniu sete palestrantes, a começar pela apresentação de Sergio Teixeira de Castro, da Cemig, que fez uma ampla explanação sobre o panorama mundial de mudança climática, as demandas do COP26, a 4ª Revolução Industrial e a realidade brasileira do processo de descarbonização.
“A situação ao Brasil é uma das mais privilegiadas do mundo. O uso de energias renováveis – hidráulica, biomassa, eólica e solar – representa cerca de 80%”, pontuou Castro.
A segunda palestra do dia foi de Edmilson de Sant’Anna (Honda Energy) sobre o Parque Eólico Honda do Brasil, localizado em Xangri-lá, responsável por “abastecer” as plantas industriais da montadora em Sumáre, Itirapina e o head-office no Morumbi, em São Paulo.
Juliana Picoli, da FGV EAESP Centro de Estudos em Sustentabilidade, por sua vez, apresentou o projeto “Do berço ao portão: pegada de carbono de veículos leves fabricados no Brasil”.
Vale destacar que cada vez mais ganham força os protocolos de ESG no setor automotivo. É preciso olhar para dentro das fábricas.
Daí a importância da palestra de Picoli, que descreveu detalhadamente o projeto de descarbonização das plantas industriais. E não mais somente do produto automóvel.
Diante da tendência mundial por eletrificação veicular, o consultor de Sustentabilidade da ÚNICA, Ricardo Abreu, desenvolveu o tema “O papel da bioenergia na mobilidade e na produção sustentáveis”.
“No caso brasileiro, é imprescindível observar o tripé social, ambiental e econômico-financeiro da cadeia produtiva nacional”, argumentou Abreu.
“Hub latino-americano de descomissionamento automotivo” foi o tema da palestra do Thiago Gomes, da Firjan. Em sua avaliação, “durante o processo de criação de um produto veicular, já é preciso se prever o seu descarte e a reutilização de peças e de componentes, lembrando que, somente no Brasil, de 1,65 milhão a 3,1 milhões, por ano, de veículos chegam ao seu final de vida. E somente de 4% a 6% da frota circulante é recuperada”.
Na sequência, David Noronha, da Energy Source, mostrou a realidade da “Reciclagem de baterias de lítio” no Brasil e no mundo.
E, por fim, William Pazos, da Air Carbon Exchange, palestrou sobre “Créditos de carbono e mercado de ativos ambientais”, por meio do qual destacou o futuro do negócio de carbono.
O Seminário de Manufatura foi encerrado com sessão de debate entre todos os palestrantes, mediada por Carolina Assumpção, da DENSO.