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Eleições 2022: presidenciáveis não apresentam propostas consistentes para o mercado de carros elétricos

O setor dos carros elétricos é algo que está no radar de governos do mundo inteiro.

Com o atual compromisso de eletrificação total das frotas, feito por montadoras, empresas do setor e organizações públicas, está cada vez mais difícil fugir dessa realidade.

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Porém, os planos de governo dos atuais candidatos ao segundo turno eleitoral, Luiz Inácio ‘Lula’ da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), ainda não contemplam as demandas nacionais do setor.

Para Ricardo David, diretor da Elev, empresa especializada no comércio exterior, o tema ainda é tratado de forma superficial por ambos candidatos.

“Um dos candidatos apresenta de forma genérica a questão dos carros elétricos, o outro é uma incógnita, pois não fala absolutamente nada em seu plano de governo. O tema é de grande importância, tanto para o futuro da nossa economia como do posicionamento do Brasil em relação ao mercado internacional. O nosso país é um local onde estão bens essenciais para esse mercado, como o próprio lítio e é impensável não termos planos específicos para o segmento sendo debatidos nos planos dos postulantes ao cargo de presidente”, afirma o executivo.

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O especialista explica que atualmente o segmento representa muito mais do que a mobilidade para o Brasil.

“Os eletrificados tem impacto social, principalmente quando consideramos a diminuição de custos para o transporte público. Mas eles também têm papel importante no impacto ambiental, na logística do país e na geração de empregos”, explica.

Em primeiro lugar nas pesquisas, Lula não apresenta em seu planejamento o que fará para o setor. Segundo Ricardo David, o candidato “carrega uma pressão maior de uma parte substancial do movimento ambientalista”, principalmente porque a atual federação do partido conta com o Partido Verde. Porém, ainda são necessárias definições claras sobre o segmento.

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No caso de Jair Bolsonaro, o presidenciável fala sobre o investimento no setor de automóveis elétricos de forma superficial.

“Quando tratamos do candidato Jair Bolsonaro, temos apenas incertezas. Principalmente porque pouco foi feito para o segmento nos primeiros anos do seu governo”, explica Ricardo.

O empresário, que também é engenheiro eletricista, explica que o Brasil está “ficando para trás nesse mercado”, o que seria algo “paradoxal”, principalmente por nossa potencialidade de sermos os mais beneficiados pelo investimento nesse segmento.

“O nosso país tem características singulares, desde a nossa reserva de lítio e nióbio, cobiçada por empresas de todo o mundo, até a nossa matriz energética majoritariamente limpa, que poderia transformar o investimento nos automóveis elétricos algo realmente sustentável é um exemplo para o mundo. Mas infelizmente, esse diálogo está sendo deixado de lado no segundo turno dessa eleição e o setor terá que votar em uma carta em branco, sem saber o que irá receber da futura gestão da república”, lamenta o diretor.

Ricardo David também lembra que a conversão para a eletromobilidade é algo irreversível. No país, já temos inúmeras montadoras se adaptando ao setor, até mesmo montadoras de ônibus nacionais investindo no segmento.

Na COP 26, países e capitais do mundo assumiram o compromisso de converter as frotas de combustão por eletrificados até o ano de 2036.

“Se não tratarmos o tema com seriedade, chegaremos a um ponto onde o investimento na eletrificação se tornará algo, praticamente, obrigatório. Neste instante, teremos que gastar muito mais dinheiro público no setor do que teríamos que investir caso houvesse precaução”, completa o executivo.

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