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Scania Super revoluciona mecânica da marca e entrega melhor eficiência energética

Introdução da nova linha de motores de caminhão movida a biocombustíveis e diesel é a mais recente aposta para alcançar metas de descarbonização baseadas na ciência; Fábrica de motores foi ampliada em 72% e colaboradores passaram por 7.000 horas de treinamento para receber a nova plataforma

A Scania anuncia os lançamentos que farão parte de sua linha 2023 de caminhões. Para atender aos requisitos da nova lei de controle de emissões do Proconve P8, a marca terá duas novas famílias de motores.

Uma chamada de otimizada de propulsores P8, e a gama Super, com novo e exclusivo trem de força. Ambas vão substituir os atuais motores Euro 5 e serão utilizadas nas cabine P, G, R e S da Nova Geração de caminhões, que foi lançada no Brasil em 2018.

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Essas novidades serão apresentadas pela primeira vez ao público na Fenatran 2022 – 23º Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Carga, que será realizada de 7 a 11 de novembro, no São Paulo Expo (SP), mas o Mecânica Online, com Tarcisio Dias, já teve a oportunidade de conhecer todos os detalhes em evento realizado pela Scania na cidade de Itupeva, São Paulo.

Tarcisio Dias durante testes com os novos caminhões da linha Super da Scania

“Vamos oferecer as melhores plataformas de motores do mercado. Serão caminhões  capazes de revolucionar a eficiência da operação baseados em três pilares. A gestão inteligente e rentável – com eficiência energética e redução das emissões de CO2 –, a disponibilidade máxima do produto rodando o maior tempo possível e a confiança e qualidade dos nossos serviços. Essa nova fase da Scania está sendo trilhada em parceria com nossa competente rede de concessionárias e as equipes dos Serviços Financeiros, do Banco, Consórcio e Seguradora, para que o cliente receba em sua frota as melhores soluções do mercado”, afirma Silvio Munhoz, diretor-geral das Operações Comerciais da Scania no Brasil.   

Os lançamentos foram desenvolvidos com tecnologia para atender aos requisitos obrigatórios de metas de controle de emissões da fase P8 do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), ou equivalente à lei europeia Euro 6, definidos na resolução 490, de novembro de 2018, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), integrante do Ministério do Meio Ambiente. Norma que entrará em vigor em 1.º de janeiro de 2023.

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“Trabalhamos intensamente neste ano para chegar na Fenatran e fazer os olhos dos nossos clientes brilharem com nossas novidades”, revela Marcelo Gallao, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Scania no Brasil.

“As tecnologias da nova linha P8/Euro 6 e da gama Super vão, sem dúvida, surpreender os clientes positivamente. Vamos avançar em fronteiras mais profundas para melhorar a gestão da operação com produtos, soluções e especificações técnicas ainda mais personalizadas para atender o máximo possível de aplicações de transporte de cargas.”

A linha 2023 de caminhões da Scania do ponto de vista da eficiência energética vai proporcionar por meio dos motores Euro 6 (até 2% de economia de diesel) e da gama Super (até 8% de redução de consumo e novo trem de força), estreia de potências, duas novas gerações de caixas de câmbio (G25 e G33) e redução de emissões de material particulado, óxidos de nitrogênio (NOx) e CO2.

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Já na garantia da disponibilidade estão as melhorias nos produtos com o aumento dos intervalos de troca e de manutenção, os Serviços Conectados Scania, o Scania FIT, o treinamento de motoristas e o apoio total da rede de concessionárias Scania, cada vez mais digitalizada e qualificada.

Além disso ingredientes essenciais de sustentabilidade e segurança no reforço da economia de combustível, do novo sistema ADAS 2.0, com o novo sistema de freio de cabeçote CRB de maior potência de frenagem – que testamos na prática, demonstrando força plena na segurança (+ Scania Retarder) e estreando o eixo traseiro RB885 6×4 agora com o cardan no formato reto, ainda mais robusto e confiável.

A nova linha de caminhões Proconve P8/Euro 6 foi desenvolvida a partir da otimização dos motores de 7, 9, 13 e 16 litros, que passam a contar com bomba hidráulica de refrigeração variável, menor perda por fricção, coletores do turbo e de escape aperfeiçoados e maiores taxas de compressão. Os motores estarão disponíveis com combustão a diesel e a gás (natural, liquefeito e/ou biometano).

“Estamos trazendo ao Brasil as recentes gerações de motores da Europa. A gama Super, a exemplo, foi lançada globalmente em novembro de 2021. Portanto, chegará aqui pouco mais de um ano depois, a partir de fevereiro de 2023. Queremos colocar o quanto antes nas mãos do cliente as melhores tecnologias, desde que viáveis para o nosso mercado, adaptadas às necessidades de cada segmento”, diz Gallao.

Trem de força Super – “Essa nova plataforma está sendo introduzida em um momento de grande expectativa do setor automotivo, principalmente depois de atravessarmos um cenário global desafiador ocasionado pela pandemia, que impactou toda a sociedade e as indústrias em geral e exigiu de todos uma dose extra de resiliência para conseguir finalizar o projeto dentro do prazo”, destaca Christopher Podgorski, presidente e CEO da Scania Latin America.

“Não tenho dúvidas de que esse movimento é um importante salto na transição energética. A eficiência que o Super aporta é refletida diretamente em emissões. Oito por cento (8%) em redução de combustível é significativo para um setor que todo 1% faz diferença”, pontua o executivo.

Maior eficiência energética – Os motores Scania Proconve P8/Euro 6 propiciam o aumento da eficiência energética em relação à geração atual, P7/Euro 5, o que na prática traz melhores resultados aos negócios dos clientes.

“Chegamos a um desempenho superior com a implementação do sistema XPI, que nos permite ter melhor eficiência da combustão com pontos múltiplos de injeção, independentemente da rotação do motor. Com isso, garantimos menor emissão de poluentes e de ruídos”, reforça Gallao.

O sistema de tratamento de gases permanece o SCR (Selective Catalytic Reduction ou Redução Catalítica Seletiva), com o uso do reagente ARLA 32, que passa a ter um filtro de particulado DPF para atender a lei Proconve P8. Esse filtro, por sua vez, quando abastecido com diesel S10 e o novo lubrificante da linha Euro 6 aumenta os intervalos de troca para operações de longa distância.

Mantendo a posição de líder de mercado quando o assunto é torque e potência da categoria, as plataformas otimizadas apresentam opções entre 250 e 770 cavalos, sendo que os modelos de 450 e 500 cv passam a ficar disponíveis apenas para o segmento da mineração.

Os motores V8 foram atualizados para as mesmas potências usadas na Europa. Dessa forma, ganham as duas novas opções de 660 e 770 cavalos – as maiores do mercado. Já em relação ao torque, os motores desenvolvem 3.300 Nm (660) e o inigualável 3.700 Nm (770 cv).

Os modelos serão vocacionados para o transporte de cana-de-açúcar (91 toneladas), rodoviário (74 toneladas), mineração (versão 10×4 no 770) e no segmento de cargas indivisíveis. Os propulsores também estão 2% mais econômicos do que a geração Euro 5.

“No ‘cartão de visitas’ do R 770 V8 está escrito “eu sou o caminhão mais potente do mundo no segmento rodoviário” e agora estará disponível no Brasil fazendo história”, comenta Marcelo Gallao.

Evolução mecânica – A nova linha de caminhões Scania P8/Euro 6 é ofertada com as caixas de câmbio nos modelos G25CM e G33CM, que garantem trocas de marchas mais rápidas, escalonamento otimizado, melhor lubrificação e menores atritos internos.

O modelo G25CM é 75 kg mais leve do que a atual GRS905 e será indicada para veículos com torque de entrada de 2.500 Nm e potência de até 460 cv.

Do outro lado, a G33CM foi desenvolvida para veículos com torque de entrada de 3.300 Nm e potência a partir de 500 cv. Ela pesa 60 kg a menos do que a atual GRS905. A redução dos pesos das duas caixas vai permitir um ganho em carga transportada.

As novas transmissões também ganham maior disponibilidade com os novos sensores de nível e temperatura do óleo, proporcionando ao cliente maior controle da operação e previsibilidade em relação aos componentes.

Já o filtro de óleo por sua vez passa a ter maior vida útil e mais desempenho com o novo lubrificante Scania-MTF.

Para a linha de caminhões Euro 6, os novos motores foram redesenhados para otimizar a lubrificação de todo o conjunto. Com isso, passarão a utilizar lubrificantes de última geração com tecnologia de redução de atrito, que, aliados a tecnologia exclusiva dos planos flexíveis, irão reduzir significativamente a necessidade de paradas para manutenção em até 50 % na comparação com a geração atual.

Além disso, o Scania Opticruise, a primeira caixa automatizada lançada no Brasil (2001), foi totalmente redesenhada e ganhou uma atualização do software. A consequência: elevou em 1% sua economia de combustível, num benefício imediato na operação.

A nova inteligência artificial do câmbio promove uma experiência ainda mais prazerosa numa direção fácil, confortável e segura, independentemente do peso, rota e topografia. “Essa nova geração espaça os intervalos de manutenção, teve a capacidade de arranque melhorada e garante superior rapidez na troca. Tudo para que os motoristas desfrutem dos melhores recursos na viagem”, diz Gallao.

Outro ponto de destaque das novas caixas é o freio de cabeçote CRB (do inglês Compression Release Brake), que garante melhor desempenho de frenagem auxiliar do propulsor (capacidade de 350 Kw) e não necessita de manutenção. Será oferecido de série para todas as versões da linha P8. O freio hidráulico auxiliar Scania Retarder permanece opcional e juntos podem chegar a 850 Kw de potência de frenagem.

Durante o teste dos caminhões foi possível notar o aumento da eficiência de frenagem através do sistema CRB, que garante a condução de forma segura e sempre disponível.

Por falar no Scania Retarder, ele ganha uma nova versão para atender as plataformas  P8/Euro 6. O sistema de freio integrado estará disponível tanto para a caixa G25CM quanto para a G33CM, agora com um toque máximo de frenagem de 4.700Nm e potência máxima de 500 kW.

O Retarder mantém sua característica de desengate do trem de força, ou seja, não consome combustível enquanto o veículo roda sem acionamento. Sua utilização deverá levar em consideração a aplicação, com base nos fatores operacionais de peso bruto, topografia e velocidade de cruzeiro.

Também entre as novidades estão também o eixo traseiro RB885+R885, que estará disponível nos modelos 6×4 para transferir cargas de até 90 toneladas, oferecendo maior disponibilidade e capacidade de tração.

Mais conforto na cabine – O conforto das cabines da Nova Geração de caminhões Scania, rodando pelas estradas brasileiras desde 2019, é reconhecido como superior entre os concorrentes. Os caminhões da nova linha P8/Euro 6 estreará as novidades do interior da boleia. A nova cor da parte interna passa a ser preta e em um tom mais suave.

Além disso, as cabines Scania passam a contar com mais um recurso nos itens opcionais com foco em conforto e segurança na direção: quebra-sol interno elétrico. Caso opte pelo equipamento, o cliente poderá acionar o ajuste por um botão estrategicamente posicionado atrás do volante para facilitar o acesso, algo mais prático e ergonômico.

Dessa forma, o motorista não vai precisar esticar o braço ou se levantar para dobrar o quebra-sol, igual faria no modo manual. Foi diminuído o espaço entre a viseira e as colunas laterais. Assim sendo, a incidência dos raios solares nos olhos do motorista para atrapalhar a visão na condução será muito menor.

“As nossas cabines P, G, R e S estão atualizadas e atendendo os clientes de forma perfeita. O que estamos mudando é no coração da cabine, onde tudo começa para mover o caminhão pelas estradas, o motor. E, no caso da gama Super com o novíssimo trem de força, formado por motor, câmbio, eixo cardan e diferencial”, afirma Alex Nucci, diretor de Vendas de Soluções de Transporte da Scania no Brasil.

Segurança aprimorada – Avançando na segurança ativa dos motoristas, a Scania introduz na linha Euro 6, da mesma forma que fez para os ônibus, a evolução do sistema de segurança ADAS (Advanced Driver Assistance Systems ou sistema de auxílio ao motorista), que foi lançado de forma pioneira pela Scania, em 2016, como parte do pacote de segurança opcional da fabricante. O objetivo é oferecer assistência ao motorista, melhorar a condução e prevenir acidentes de trânsito.

Ofertado em sua segunda geração, o novo ADAS ganhou dois sistemas. São sensores laterais e ambos provocam alertas de ponto cego e de pedestres, com o objetivo de diminuir a falta de visibilidade nas laterais dos caminhões. A forma de chamar a atenção é feita por três ações.

A primeira é uma indicação de luz âmbar fixa (quando há uma pessoa vulnerável na estrada na lateral do veículo). A segunda é um aviso por indicação de luz âmbar piscando e vibração do assento do motorista (quando ele ativa o indicador na direção do usuário vulnerável da estrada).

Por último, um alerta por meio de indicação de luz vermelha constante e aumento da vibração do assento (quando o condutor dirige o veículo em direção à pessoa vulnerável da estrada).

Além disso, com o ADAS 2.0 os caminhões contarão ainda com direção elétrica ativa, que permite a correção automática da direção pelo veículo, e controle de velocidade cruzeiro com predição ativa, que é ativado caso o veículo não fique parado a 0 km/h por mais de três segundos, voltando a acompanhar o veículo da frente em um sistema“stop and go”.

“O sistema ADAS representa o que temos de melhor no quesito de segurança ao motorista, além de exigir menos reparos e ofertar mais disponibilidade”, pontua Marcelo Gallao.

Exemplos de soluções Scania Euro 6 para alguns segmentos – A nova linha de motores P8 da Scania permite inúmeras combinações pelo sistema TMA (Tailor Made for Aplication). Dentre as opções de configurações de rodas 6×2 e 6×4 vão se destacar os seguintes modelos para atender às utilizações no transporte de grãos, combustíveis e cargas frigorificadas.

R 460 com transmissão G25CM e eixo R885, 13 litros – No caso das cargas gerais e frigorificadas, a caixa G25 é a mais recomendada para uma operação em que há maior dirigibilidade e eficiência com menor peso. Combinada ao novo eixo R885, permite mais velocidade com baixa rotação. Dessa forma, é possível ter uma operação altamente eficiente e com redução no consumo de combustível.

R 500 com transmissão G33CM e eixo R885, 13 litros – São indicados para o transporte de grãos e combustíveis. Os modelos possibilitam aos clientes excelentes resultados operacionais pela robustez do conjunto e baixo consumo de combustível.

A caixa G33 permite um ganho de dirigibilidade e eficiência com menor peso, já o novo eixo garante velocidade com baixa rotação. Para o transporte de grãos é recomendado também o sistema de frenagem CRB de 300 KW.

R 560 com transmissão G33CM e eixo R885, 13 litros – Quando usados para o transporte de grãos e combustíveis, a caixa G33 oferece maior dirigibilidade e eficiência com menor peso. Já o eixo RB885 é recomendado na relação 3,07, garantindo velocidade com baixa rotação. Com relação ao sistema de frenagem, pode-se optar pelo freio de cabeçote CRB com Scania Retarder opcional.

Scania Super – o trem de força mais eficiente da história da marca – A gama Super chega ao mercado alinhada aos padrões Proconve P8/Euro 6 com o maior torque do mercado para motores de 13 litros.

Os motores Super disponíveis são de quatro potências (420, 460, 500, 560 cv), que desenvolvem, respectivamente, torques de 2.300 Nm, 2.500 Nm, 2.650 Nm e 2.800 Nm. O ganho prático dos três primeiros modelos foi de 150Nm em relação à geração atual e de 100 Nm na versão de 560 cv. Por falar nele, o modelo R 560 Super de 2.800 Nm será o pesado de motor 13 litros de maior torque da categoria.

O propulsor Super traz muitas novidades. Dentre elas, o aumento da pressão de pico no cilindro para 250 bar, duplo comando de válvulas no cabeçote​, fricção reduzida dos componentes internos e melhorias da lubrificação, refrigeração e da eficiência do turbo compressor.

Outro grande benefício do Scania Super está na introdução de série da nova unidade de  otimização do tanque de combustível. O recurso, exclusivo da Scania para estes modelos, foi chamado de FOU (Fuel Optimization Unit), e funciona como um tanque de captura capaz de garantir a utilização máxima do combustível.

Ainda falando na configuração do veículo, os modelos rígidos (ou chassi plataforma) ganham também várias novas posições de montagem dos tanques, de combustível e de Arla 32, permitindo melhor distribuição do peso no chassi (mais próximo do eixo traseiro) e proporcionando maior carga útil.

Aposta na eficiência – O Scania SUPER é a mais recente aposta da fabricante sueca para alcançar metas de descarbonização baseadas na ciência e integra o aporte de 2 bilhões de Euros na Europa e cerca de R$ 1 bilhão nas instalações da fábrica de São Bernardo do Campo/SP.

“Estivemos com o Scania Super em exposição no Salão Internacional de Veículos Comerciais (IAA), em Hannover, e é com muito orgulho que o trazemos para cá, justo no ano em que celebramos 65 anos de trajetória no Brasil. O investimento em tecnologia e inovação, na ampliação de nossa fábrica e no treinamento de nosso pessoal para receber a nova plataforma é recompensador. É um importante passo em nossa jornada de sustentabilidade, com metas claras e ambiciosas endossadas pela ciência”, diz o executivo.

Desde 2016, pós-Acordo de Paris, a empresa tem se conectado intensivamente aos compromissos climáticos. Em 2020, a Scania teve suas metas aprovadas pela Science Based Targets initiative (SBTi): reduzir em 50% a emissão de gases de efeito estufa das operações industriais e comerciais do grupo com foco nos Escopos 1 e 2; e reduzir em 20% as emissões de carbono com foco no Escopo 3.

“Estamos desembarcando no Brasil um trem de força incomparável no quesito eficiência, disponibilidade e produtividade. Motores, caixa de câmbio, sistema pós-tratamento, arquitetura modular do chasiss e eixos, tudo novo para garantir maior performance e rentabilidade”, ressalta Paulo Moraes, vice-presidente de Sales & Marketing da Operação Industrial da Scania Latin America.

“Esse é um passo extremamente significativo para o transporte sustentável, onde a melhor gota de combustível é aquela que não queimamos”, diz o executivo.

Fábrica de motores de cara nova – A fábrica de motores da Scania foi a primeira a ser inaugurada pela montadora no Brasil e em São Bernardo do Campo/SP, em 1962, e agora está 72% maior para abarcar a nova linha de motores SUPER, passando a ocupar um espaço de 43 mil metros quadrados (ante 25 mil m²).

No total, foram mais de quatro anos para a empresa se preparar para o lançamento do produto. Entre os aperfeiçoamentos que integram a ampliação da fábrica estão as medidas que tornaram o prédio mais sustentável – pensado para ser Green Building – como captação de água de chuva, preparação para receber placas de energia solar, pé direito mais alto que favorece na redução de ruído e condição térmica para os colaboradores durante o trabalho, entre outros.

No que se refere à usinagem, alguns mecanismos adotados tornam a operação mais sustentável, limpa e com maior valor agregado. A remoção de material residual de peças compradas, que passam a ter seus resíduos compactados – tornando-o mais puro e em volumes menores – faz com que a quantidade de caminhões para a retirada do material da área de usinagem seja menor; e a quantidade mínima de lubrificação usada no processo de usinagem reduz o consumo de água e de elementos químicos.

Soma-se a isso a aquisição de equipamentos de usinagem e montagem com boa eficiência energética (diminuindo o consumo de energia) e operação de empilhadeiras articuladas na área da Logística, (utilizando corredores menores, permitindo alocação de quantidades maiores de material no mesmo espaço).

Uma das inovações tecnológicas da ‘nova’ fábrica é o Laboratório de Cleanliness, o mais avançado da América Latina, por ter um microscópio eletrônico de escaneamento que verifica os componentes encontrados na auditoria de limpeza. Um de seus fortes requisitos é ser um laboratório de auditoria capaz de identificar as impurezas, medir, pesar e saber de onde elas vêm.

Uma curiosidade também são as novas máquinas de lavar final da área do bloco e cabeçote: elas possuem 18 metros de comprimento e 14 estações de trabalho. Além da etapa de limpeza de componentes, outros processos também foram revisados (novas linhas de usinagem do bloco, cabeçote e linha de montagem e adaptações nas áreas do virabrequim, comando, camisa e teste de motores) e o nível de automação foi aperfeiçoado.

Outra inovação é a introdução do transporte de peças através dos AMRs, (Autonomous Mobile Robots); são veículos guiados automatizados (AGVs) de última geração, que reconhecem o trajeto a ser percorrido para entrega de componentes e definem a melhor rota.

Para tudo isso funcionar em perfeita harmonia, uma série de treinamentos foi realizada nos últimos anos, totalizando sete mil horas de treinamentos. Todos os mais de 700 colaboradores foram envolvidos nas atividades e se engajaram fortemente para o sucesso da ampliação da fábrica de motores.

Mas além do envolvimento do time de motores, muitas pessoas de áreas não envolvidas diretamente no projeto têm trabalhado intensamente e colaborado com ele, como a fábrica de Cabinas, Segurança Patrimonial e Engenharia, Jurídico e Pessoas e Cultura (RH).

“Quatro anos é um tempo justo para fazer uma introdução desse tamanho, mas a pandemia demandou um engajamento muito maior do time, além do envolvimento e colaboração de todas as áreas da empresa, especialmente no desafio da introdução: Pesquisa e Desenvolvimento, Compras, Project Office, Manutenção, Logística, Vendas e Marketing, Comunicações, Fábricas de Chassis & Transmissão. Isso foi fundamental para chegarmos no estágio que estamos. Se tivesse uma palavra para designar eu diria que é superação. Em termos de produto, o que a gente conseguiu fazer com o motor, quando você vê os índices de redução de combustível, é algo que nos enche de orgulho. E quando falamos em processos, um desafio que demandou diferentes formas de trabalhar com fornecedores, com nossa matriz e entre nós aqui na SLA”, conta Suzana Martin, gerente executiva da fábrica de motores.

Scania Super – um pouco de história – A matriz da Scania na Suécia escolheu batizar a nova gama global de trem de força numa homenagem ao Brasil. Exatamente, o Scania Super nasceu aqui em 1970.

Numa manhã de sábado, na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), um caminhão Scania, naquele momento o mais potente do Brasil, estava sendo fotografado pelo Departamento de Propaganda. Em meio ao trabalho, apareceu um curioso e, humildemente, lançou a pergunta: “É turbinado?”.

Nascia, após dois anos de testes, o caminhão “jacaré” Scania Super L76, com 42% mais torque e 41% mais potência que os modelos anteriores. Não demorou para surgir a peça publicitária: “O caminhão mais potente do Brasil não é mais o Scania. É o Scania Super”.

Com ele, a Scania aumentou a produção e as vendas das unidades com motor superalimentado. Ele era equipado com motor DS 11 R 01A de 275cv e torque de 108Nm. Em 1971, o L76 foi substituído pelo L110.

Em 1972, o Brasil pronuncia duas palavras de ordem: “integração” e “exportação”. Não muito longe da fábrica da Scania, uma rodovia começa a ganhar formas, a dos Imigrantes, “um novo caminho para o mar”. O principal produto da Scania, o Scania Super, passa a ser chamado de “o Caminhão da Integração Nacional”.

O novo Scania Super produzido  nas versões L, LS e LT e com distância entre eixos de 4m20. A nova distância entre eixos permitiu o desenvolvimento de uma cabine com leito, um lançamento que era esperando há tempo pelos motoristas de Scania. Ficou no mercado até 1976 quando chegou o L 111, o último “jacaré” produzido.

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