O piloto brasileiro Lucas Di Grassi, campeão da temporada 2016-17 da Fórmula E, se tornou na manhã desta terça-feira patrono da Fórmula SAE Elétrica, projeto desenvolvido pela Society of Automotive Engineers (SAE) em todo o mundo, com um capítulo também no Brasil.
Em um evento no complexo do Anhembi, onde neste final de semana a Fórmula E realiza sua primeira etapa em território nacional, Di Grassi reuniu estudantes de engenharia de vários estados do país para debater qualificação e oportunidades de trabalho no automobilismo internacional, com foco especial na Fórmula E.
No encontro, um grupo de estudantes foi premiado com um tour pelos bastidores da Fórmula E em São Paulo.
A paraibana Joseane dos Santos Silva (Universidade Federal de Campina Grande) e a paulista Isabella Queiroz Paes (Universidade Federal do ABC) foram escolhidas por uma bancada de especialistas da SAE para acompanhar de dentro do box os trabalhos da equipe Mahindra Racing, defendida pelo brasileiro, durante o ePrix de São Paulo.
Cinquenta deles serão convidados a visitar a fábrica da multinacional ABB, em Sorocaba. E todos poderão se inscrever no banco de talentos da ABB, ZF e Enel – todas elas, polos de tecnologia automotiva no país.
Participaram das apresentações Ronaldo Bianchini, diretor-geral da SAE Brasil; Álvaro Buenaventura, diretor regional da Fórmula E na América do Sul; Plínio Casante, diretor de operações da ZF na América do Sul; Fernanda Janguas, diretora de talentos da ABB; Paulo Maisonnave, head da Enel X Way, e Mardônio Barros, diretor da Fórmula CE Elétrica.
Jovens e empresas – “Este encontro é uma tentativa de aproximar jovens engenheiros das empresas envolvidas com a competição e assim gerar oportunidades de emprego e especialização”, disse o recordista de vitórias, pódios e pontos da Fórmula E.
“O futuro depende muito de dois aspectos: a qualidade da educação no país e as oportunidades que podemos oferecer para todos os estudantes de uma forma geral. Isso é ainda mais importante por que, durante décadas, deixamos de criar tecnologia no Brasil. Nossa indústria está sucateada e defasada. O sonho dourado dos novos engenheiros é ir para fora do país. Precisamos ajudar o Brasil a ter uma cadeia produtiva de qualidade”, completou.
Para Di Grassi, as novas gerações terão o papel de trazer o know-how aprendido do exterior para impulsionar o mercado brasileiro nos próximos anos. “Os estudantes de hoje sonham em trabalhar fora. Mas quando voltarem vão abrir empresas para resolver problemas brasileiros com tecnologia de ponta, que vai ser competitiva fora do Brasil”, comentou. “Quero usar a Fórmula E como plataforma, esse encontro entre empresas e estudantes é só o primeiro passo”.
O primeiro compromisso de Lucas Di Grassi como patrono da Fórmula SAE será em agosto, durante a competição de nível nacional entre as universidades, que apontará os campeões da edição 2023.
(Rafael Catelan)
(Rafael Catelan)