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Estudo da UnB aponta desafios do aumento do biodiesel no diesel para o setor de transporte

Pesquisa da Universidade de Brasília revela impactos negativos no desempenho dos motores e no meio ambiente com a adoção do biodiesel em maior proporção no diesel.

Um estudo da Universidade de Brasília (UnB) alerta que o aumento do teor de biodiesel no diesel pode resultar em falhas mecânicas e emissões mais poluentes, contrariando a ideia de um transporte mais sustentável.

A decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) de aumentar gradualmente a mistura de biodiesel no óleo diesel B, com previsão de chegar a 20% até 2030, gerou debate no setor de transporte rodoviário de cargas. Apesar da intenção de promover um transporte mais sustentável, um estudo da Universidade de Brasília (UnB) revelou que a maior concentração de biodiesel no diesel pode, na verdade, comprometer a eficiência dos motores e aumentar as emissões de poluentes.

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De acordo com o estudo realizado pela UnB, que analisou a operação de motores com 20% de biodiesel (B20), houve um aumento significativo nas emissões específicas de CO2 e na diminuição da potência do motor. Além disso, o estudo indicou que a mistura elevada de biodiesel resulta em problemas mecânicos como a formação de resíduos e a contaminação do óleo lubrificante, o que exige maior cuidado com a manutenção dos veículos.

Marcel Zorzin, diretor operacional da Zorzin Logística, um dos principais nomes do setor de transporte, comentou sobre os impactos da qualidade do biodiesel disponível no Brasil, ressaltando que o biodiesel nacional é um dos mais contaminados, o que pode acarretar em aumento do consumo de combustível e maior desgaste dos motores. “Nosso biodiesel tem uma facilidade enorme de contaminação, o que faz com que a queima não seja perfeita. Isso fará com que os caminhões consumam mais e obriguem as empresas a utilizarem o diesel comum”, afirmou Zorzin.

Além dos problemas mecânicos, o estudo da UnB revelou que o aumento da mistura de biodiesel pode aumentar as emissões de óxidos de nitrogênio (NOx), substâncias extremamente prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana. O NOx pode provocar infecções respiratórias e contribuir para a formação de chuva ácida, um efeito nocivo tanto para a saúde quanto para o ecossistema.

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Zorzin também destacou que as questões de manutenção são uma preocupação crescente para as transportadoras: “O biodiesel pode contaminar rapidamente o sistema de abastecimento, causando entupimento de filtros, problemas nas mangueiras e falhas nas unidades injetoras. Esses problemas, embora mecânicos, têm um impacto direto na segurança viária e na eficiência operacional das frotas”.

O impacto financeiro também é uma preocupação, com aumento nos custos operacionais devido ao maior consumo de combustível e à necessidade constante de manutenção. Zorzin afirmou que a qualidade do biodiesel deveria ser melhorada antes de se considerar o aumento da sua porcentagem na mistura. “É importante pensar na qualidade do biodiesel e não apenas na porcentagem de adição. Se não tivermos um biodiesel de boa qualidade, o aumento dessa mistura será um golpe tanto no orçamento das transportadoras quanto no meio ambiente”, conclui.

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