A Honda Motor Co. delineou sua estratégia para o futuro do negócio de motocicletas, focando no crescimento global, eletrificação e neutralidade de carbono. Até 2030, a marca pretende ampliar sua produção e oferecer 30 modelos elétricos, além de conquistar 50% do mercado global.
Com uma história que remonta a 1949, quando lançou sua primeira motocicleta, a Dream D-Type, a Honda consolidou-se como um nome fundamental na indústria de motocicletas global. A empresa se destaca por sua capacidade de produção, superando a marca de 20 milhões de unidades por ano, com fábricas em 37 locais ao redor do mundo. Para o ano fiscal que se encerra em março de 2025, espera-se que as vendas globais de motocicletas atinjam 20,2 milhões de unidades, o que representa aproximadamente 40% do mercado mundial. A Ásia, liderada por países como Índia, Indonésia e Vietnã, responde por 85% das vendas, enquanto mercados como Japão, EUA e Europa representam apenas 6% desse total.
O mercado de motocicletas continua crescendo, e a Honda antecipa um aumento significativo na demanda, especialmente nas regiões do “Sul Global”, que incluem a Índia, Brasil e países da América do Sul. Para suportar esse crescimento, a Honda não só pretende expandir sua linha de produtos, mas também se dedica à eletrificação, com um compromisso sério de alcançar neutralidade de carbono até 2040. As vendas globais de motocicletas devem atingir 60 milhões de unidades até 2030, sendo uma grande parte desse aumento composta por motocicletas elétricas.
No caso da Índia, maior mercado mundial de motocicletas, a Honda tem se destacado com modelos como a ACTIVA, a scooter mais vendida do país, e a Shine, um modelo versátil utilizado principalmente em áreas rurais. Com a automação das plantas de produção e a adoção de tecnologias locais, a marca está cada vez mais perto de alcançar a maior participação de mercado na Índia. Além disso, a Honda planeja expandir suas operações e exportar modelos fabricados na Índia para a América do Sul, uma estratégia que visa atender a mercados com características semelhantes.
Já na Europa, onde a demanda por motocicletas de alta cilindrada é forte, a marca continua a investir em modelos como as linhas CB e Africa Twin, além de relançar clássicos como Hornet e Transalp. A tecnologia tem sido um diferencial, com destaque para a Dual Clutch Transmission (DCT) e o Honda E-Clutch, que melhoram a experiência de pilotagem. A marca também se prepara para a produção de um motor V3 turbocomprimido com motor elétrico, que promete revolucionar o mercado de motocicletas FUN.
No campo da sustentabilidade, a Honda está tomando medidas significativas. Além de trabalhar para reduzir as emissões de CO2, a empresa investe em baterias recicláveis e na criação de uma rede de carregamento de baterias para motocicletas elétricas. No Brasil, por exemplo, a fábrica de Manaus contribui para a neutralidade de carbono com sua área de conservação florestal, que ajuda a absorver CO2. A Honda também está trabalhando para reduzir o Custo Total de Propriedade das motocicletas elétricas, tornando seus modelos mais acessíveis.
Uma das iniciativas mais promissoras é o Honda e:Swap, um sistema de compartilhamento de baterias que será implementado em cidades da Índia, como Bengaluru e Mumbai. Este serviço visa combater a ansiedade dos usuários quanto à autonomia das baterias, oferecendo uma experiência de mobilidade mais conveniente e confiável. Além disso, a empresa está desenvolvendo modelos elétricos acessíveis, com planos para reduzir os custos e aumentar a produção até 2028.
A Honda não está apenas inovando na linha de produtos, mas também está criando um sistema global de sustentabilidade e reciclagem de baterias, com o objetivo de garantir que sua transição para a eletrificação seja tão ecológica quanto possível. Com tudo isso, a marca está determinada a se manter na vanguarda da indústria de motocicletas e alcançar seu objetivo de ser líder no setor de motocicletas elétricas.