Renault anunciou o encerramento da produção do Stepway e das versões turbo da Oroch no Brasil, marcando o fim de dois modelos que, apesar de suas particularidades, não conseguiram se manter competitivos no mercado.
O Stepway, um derivado do Sandero, e a versão turbo da Oroch, com motor 1.3 TCe, foram descontinuados. Ambos os modelos eram produzidos na planta da Renault em São José dos Pinhais (PR). A decisão reflete o reposicionamento estratégico da marca, que concentra seus esforços em segmentos mais lucrativos e alinhados às novas demandas dos consumidores.
O Stepway, vendido em sua última configuração apenas com motor 1.0 de três cilindros, vinha perdendo relevância no mercado. Lançado em 2008 como uma resposta aos hatches aventureiros da época, como o Volkswagen CrossFox, o modelo passou por diversas atualizações. Sua última grande mudança ocorreu em 2019, quando se desvinculou oficialmente da linha Sandero e adotou um design mais robusto e moderno. Contudo, com a chegada do Kardian, novo SUV da marca, o Stepway foi reposicionado e perdeu ainda mais apelo.
A Oroch, por sua vez, também enfrentava dificuldades para se destacar. A versão com motor 1.3 turbo de 170 cv, desenvolvida em parceria com a Mercedes-Benz, foi introduzida em 2022 na tentativa de atrair consumidores que buscavam uma picape média mais potente. No entanto, o modelo enfrentou uma dura concorrência com a líder do segmento, a Fiat Toro, que registrou 53.848 unidades vendidas em 2024, contra apenas 12.886 da Oroch no mesmo período.
Agora, a linha Oroch será mantida apenas com motores 1.6 aspirados, disponíveis em três versões: Pro, Intense e Iconic, com preços que variam entre R$ 119.990 e R$ 133.310. Todas as opções utilizam câmbio manual de cinco marchas, reforçando o foco da Renault em um público mais tradicional e menos dependente de tecnologia avançada.
A saída de cena do Stepway também marca o encerramento definitivo da era Sandero no Brasil, um modelo que, ao longo dos anos, conquistou seu espaço no mercado por sua simplicidade e robustez. Já a Oroch, pioneira entre as picapes compactas, busca se reinventar apostando em configurações mais acessíveis.
A decisão da Renault está alinhada a uma estratégia global de renovação de portfólio, priorizando veículos mais modernos e alinhados às tendências de consumo, como SUVs e modelos eletrificados. Com isso, a marca pretende fortalecer sua competitividade em mercados emergentes, como o brasileiro.
Apesar do encerramento desses modelos, a Renault reforça seu compromisso com o Brasil, mantendo a produção de outros veículos relevantes e investindo em inovações que devem moldar o futuro do mercado automotivo no país.
