O governo federal anunciou planos para aumentar a quantidade de etanol na gasolina vendida no Brasil. A medida, defendida pelo Ministério de Minas e Energia, promete reduzir os custos dos combustíveis e diminuir a dependência de importação de gasolina. No entanto, especialistas alertam que a mudança pode causar problemas mecânicos em veículos monocombustíveis que não foram projetados para a nova mistura.
Atualmente, a legislação permite a adição de até 35% de etanol na gasolina, desde que estudos técnicos garantam a viabilidade da mudança. Segundo o Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), testes mostraram que a nova composição pode ajudar a reduzir o preço da gasolina em até R$ 0,13 por litro, contribuindo para o controle da inflação.
A medida tem forte apelo ambiental e econômico. O etanol é um combustível renovável, considerado “verde” por emitir menos CO₂ do que a gasolina. Além disso, o aumento na sua participação na mistura reduziria a necessidade de importação de derivados de petróleo, tornando o país mais autossuficiente.
Por outro lado, a mudança pode trazer impactos negativos para donos de veículos movidos apenas a gasolina. Carros monocombustíveis mais antigos e importados, que não foram projetados para uma proporção maior de etanol, podem apresentar falhas no funcionamento, dificuldades na partida e aumento no consumo.
Outro ponto incerto é se a gasolina premium, recomendada para muitos modelos de luxo e esportivos, também passará pela alteração. O Ministério de Minas e Energia ainda não detalhou se a nova mistura será aplicada a esse tipo de combustível.
Com a viabilidade técnica confirmada, o próximo passo é a análise da proposta pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que decidirá se a mudança será implementada nos postos brasileiros ainda em 2025.
Enquanto o governo vê a iniciativa como um avanço estratégico para a economia e o meio ambiente, motoristas e montadoras devem acompanhar de perto os impactos da nova mistura, principalmente no desempenho e durabilidade dos veículos.