domingo, 29 junho , 2025
28 C
Recife

Fiat Uno Turbo i.e. comemora 40 anos como ícone esportivo acessível

Lançado em 1985, o Fiat Uno Turbo i.e. se tornou um símbolo de juventude, liberdade e desempenho, marcando época com sua tecnologia avançada e espírito indomável.

Com motor turbo, visual ousado e tecnologias à frente do seu tempo, o Fiat Uno Turbo i.e. conquistou uma geração que sonhava com velocidade e estilo — e, 40 anos depois, segue como um dos esportivos compactos mais cultuados da história.

Em 1985, a Fiat surpreendia o mercado automotivo com o lançamento do Uno Turbo i.e., um compacto esportivo que aliava desempenho, estilo e tecnologia em um pacote acessível. A resposta italiana ao crescente sucesso dos “pocket rockets” — pequenos carros esportivos que já faziam sucesso na França e Alemanha — chegou com um motor sobrealimentado, design arrojado e uma proposta ousada: levar emoção de verdade aos jovens motoristas.

- Publicidade -

O motor 1.3 turbo, com injeção eletrônica Bosch e turbo IHI, entregava 105 cv e 147 Nm de torque a apenas 3.200 rpm. Isso permitia ao leve hatch de 845 kg atingir os 200 km/h e acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 8,3 segundos. O sistema incluía intercooler, ignição eletrônica Magneti Marelli e um câmbio manual de cinco marchas derivado do Fiat Ritmo 105 TC, garantindo respostas rápidas e comportamento esportivo.

A dirigibilidade era aprimorada com barra estabilizadora e freios a disco ventilados na dianteira, elementos pouco comuns na categoria na época. Complementando a experiência, o Uno Turbo trazia um painel completo com indicadores analógicos da Veglia-Borletti ou, opcionalmente, um inovador painel digital da Nippon-Seiki — com mostradores para turbo, pressão e temperatura do óleo, temperatura da água e combustível, além do exclusivo “check panel” que monitorava portas, luzes e sistema de lubrificação.

O design marcante incluía para-choques com entradas de ar, faróis de neblina, saias laterais e aerofólio, enquanto o porta-malas era feito de fibra de vidro. As rodas de liga leve de 13 polegadas, com pneus 175/60 de perfil baixo, traziam calotas com o escorpião da Abarth sobre fundo vermelho. O interior seguia o tom esportivo: estofados em veludo preto com faixas vermelhas, carpete vermelho, cintos de segurança pretos, volante de quatro raios e um relógio digital em cristal líquido.

- Publicidade -

O sucesso foi imediato, impulsionado inclusive por um teste histórico com Michele Alboreto, piloto da Ferrari na Fórmula 1. Em uma sessão realizada no circuito de Jacarepaguá, no Brasil, Alboreto elogiou o comportamento dinâmico do Uno Turbo, destacando sua agilidade e o entusiasmo proporcionado pelo turbo. “Com um pouco mais de potência, seria perfeito até para as pistas”, declarou na época.

Nos anos seguintes, o modelo passou por diversas atualizações visuais e técnicas. Em 1986, estreou novas cores e o painel digital esverdeado. Em 1987, o sistema “Antiskid”, uma tentativa pioneira de controle de tração nas rodas dianteiras, foi introduzido. A segunda série, lançada em 1990, trouxe motor de 1.372 cm³, turbocompressor Garrett T2, 116 cv e aceleração de 0 a 100 km/h em 7,7 segundos. O visual ficou mais discreto, com rodas redesenhadas, interior mais ergonômico e volante Momo revestido de couro.

Versões especiais e personalizações exclusivas também marcaram a trajetória do Uno Turbo i.e. Diversas unidades foram entregues a encarroçadoras italianas como Scioneri, Giannini, Moretti e Hormann, que personalizavam os veículos com pinturas exclusivas, rodas diferenciadas, revestimentos em couro ou Alcantara e equipamentos de luxo como ar-condicionado — recurso incomum em compactos da época. O destaque vai para o Moretti Uno Turbo MX de 1986, com acabamento em madeira de raiz e painel digital.

- Publicidade -

Produzido até 1994, com algumas unidades registradas em 1995, o Uno Turbo passou o bastão para o Punto GT. No entanto, sua herança permanece viva. Foram mais de 50 mil unidades vendidas, e hoje é um dos modelos mais desejados entre os entusiastas dos esportivos clássicos. Bem conservados e em configuração original, os exemplares podem ultrapassar os €20 mil no mercado europeu.

Mais do que números, o Fiat Uno Turbo i.e. tornou-se um ícone cultural e emocional, simbolizando juventude, liberdade e rebeldia. Como cantava Vasco Rossi, era uma geração que “andava al massimo e queria uma vida spericolata” — e encontrou no pequeno Fiat um companheiro à altura. Quatro décadas depois, seu ronco ainda ecoa como um grito de liberdade nas ruas e memórias de quem viveu aquela era de ouro dos esportivos acessíveis.

Mecânica Online® – Mecânica do jeito que você entende

Turbocharger (turboalimentador) – Componente que utiliza os gases do escapamento para girar uma turbina, que comprime o ar admitido pelo motor, aumentando a potência sem elevar o consumo em mesma proporção.

Intercooler – Radiador que resfria o ar comprimido pelo turbo antes de entrar no motor, aumentando sua densidade e, consequentemente, a eficiência da combustão.

Check panel – Painel eletrônico que monitora sistemas básicos do carro, como luzes, portas e lubrificação, alertando o motorista para possíveis falhas — um recurso raro e avançado para compactos dos anos 1980.

Matérias relacionadas

Novo Peugeot 2008

Mais recentes

Ofertas de Serviços Chevrolet

Destaques Mecânica Online

Seminário de Inovação em Powertrain AEA

Avaliação MecOn

Novo Peugeot 2008