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Sistemas ADAS exigem recalibração após manutenção em direção, suspensão e freios

Sensores e câmeras precisam estar alinhados com a geometria do veículo para garantir precisão de funções como permanência em faixa e frenagem automática

Tecnologia embarcada dos veículos modernos requer atenção redobrada durante a manutenção preventiva. Componentes mecânicos impactam diretamente no desempenho dos sistemas de assistência ao motorista.

A crescente presença dos sistemas avançados de assistência à condução — conhecidos como ADAS (Advanced Driver Assistance Systems) — nos veículos modernos tem elevado o nível de segurança e conforto ao dirigir. No entanto, esses recursos exigem cuidados específicos durante a manutenção preventiva. Ao realizar serviços em componentes da direção, suspensão e freios, é necessário recalibrar sensores, câmeras e radares para preservar o correto funcionamento das assistências.

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Os sistemas ADAS contam com sensores distribuídos pela carroceria e acoplados a módulos eletrônicos, que atuam em funções críticas como assistente de permanência em faixa, frenagem automática de emergência, controle de estabilidade e assistente de direção em curvas. Todos esses recursos dependem da leitura precisa do sensor de ângulo de direção, que é diretamente afetado por alterações mecânicas no veículo.

Segundo Juliano Caretta, supervisor técnico da DRiV, empresa global de reposição automotiva, a recalibração dos sensores é indispensável após serviços como troca de amortecedores, pivôs, bandejas, coxins, barras de direção e até mesmo alinhamento e balanceamento.

“Esses sistemas dependem da estrutura geométrica do conjunto rodas, freios, suspensão e direção para operarem com precisão. Qualquer componente fora das especificações altera a leitura dos sensores e pode comprometer a resposta dos sistemas de assistência”, explica o especialista.

Como exemplo, ele destaca que a instalação de uma nova barra de direção, sem a devida recalibração, pode alterar a convergência do veículo, o que impacta diretamente a leitura do sensor de ângulo de direção, inclusive em condução em linha reta. O efeito colateral pode incluir ativação indevida da frenagem automática, falhas no reconhecimento de faixas e respostas incorretas em manobras de emergência.

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Após qualquer serviço que envolva desmontagem da suspensão ou modifique o alinhamento estrutural do veículo, é fundamental realizar o processo de recalibração. Esse procedimento pode ser feito de forma estática, com o carro parado em frente a painéis-alvo, ou dinâmica, com o veículo em movimento monitorado por scanner. Em alguns casos, os dois métodos são complementares para garantir a precisão.

Para isso, as oficinas precisam contar com equipamentos especializados e softwares homologados que asseguram a conformidade com os parâmetros originais de fábrica. A ausência desse processo compromete o desempenho dos sistemas e pode colocar a segurança do motorista e passageiros em risco.

Caretta alerta ainda que mesmo pequenas divergências na geometria — como estar fora da convergência por apenas 1 grau — são suficientes para acelerar o desgaste de pneus e impactar a dirigibilidade. Ele reforça a importância do aconselhamento técnico ao cliente:

“Caso a oficina não possua estrutura para realizar a recalibração, é essencial orientar o proprietário sobre a necessidade do serviço e encaminhá-lo a um centro especializado. Ignorar esse processo é deixar o veículo incompleto em termos de segurança.”

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Com a eletrificação crescente e o avanço dos sistemas de condução assistida, a correta integração entre componentes mecânicos e eletrônicos se tornou parte essencial da manutenção automotiva moderna. Manter os ADAS ajustados é tão importante quanto substituir peças desgastadas.

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  • ADAS (Advanced Driver Assistance Systems): sistemas eletrônicos que auxiliam o condutor com alertas e intervenções automáticas, aumentando a segurança.
  • Sensor de ângulo de direção: dispositivo que indica ao sistema eletrônico a posição exata do volante em relação ao deslocamento do veículo.
  • Recalibração estática/dinâmica: processo de ajuste dos sensores que pode ocorrer com o veículo parado (alinhado a alvos) ou em movimento (monitorado por scanner).
  • Convergência: ângulo de alinhamento das rodas dianteiras; divergências afetam a estabilidade e leitura dos sensores de direção.

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