O setor de seguros de automóveis está enfrentando uma nova ameaça: os riscos cibernéticos. Um estudo da CNseg revelou que fraudes com pedidos de indenização somaram mais de R$ 2 bilhões no primeiro semestre de 2024. A vulnerabilidade do setor, exposta por ataques recentes, exige a adoção urgente de estratégias de proteção digital, como a Autenticação Multifator (MFA) e a criptografia de dados, para proteger as informações dos clientes e a reputação das empresas.
O setor de seguros de automóveis, tradicionalmente focado em proteger contra roubos e danos físicos, está se deparando com uma nova e grave ameaça: os riscos cibernéticos. Com a crescente digitalização, as seguradoras acumulam um vasto volume de dados sensíveis, tornando-se alvos atrativos para cibercriminosos. De acordo com a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), as fraudes em pedidos de indenização somaram mais de R$ 2 bilhões apenas no primeiro semestre de 2024.
A diretora-presidente da GlobalSign Brasil, Luiza Dias, destaca que a cibersegurança deixou de ser um diferencial para se tornar um requisito estratégico e operacional para o setor. Um caso recente, envolvendo a seguradora norte-americana Aflac, expôs a urgência do problema. Em junho de 2025, a empresa foi alvo de uma intrusão que visava dados pessoais e de sinistros dos clientes, revelando que os modelos de proteção tradicionais, baseados apenas em perímetro, não são mais suficientes.
Prejuízos e a necessidade de novas estratégias
Para Luiza Dias, as seguradoras precisam reforçar suas estratégias de ciberdefesa. Um ataque cibernético pode resultar em prejuízos financeiros severos, danos à reputação e perda de confiança. As empresas estão vulneráveis a ameaças cada vez mais sofisticadas, como a engenharia social, o comprometimento de e-mails (BEC) e o ransomware.
Para combater esses riscos, é crucial a adoção de práticas avançadas que vão além da segurança básica. A Autenticação Multifator (MFA), por exemplo, pode reduzir drasticamente o risco de acesso não autorizado, principalmente em sistemas de gestão de sinistros. A criptografia ponta a ponta é outra camada essencial para garantir que as informações sensíveis permaneçam invioláveis.
O uso de assinaturas digitais baseadas em Infraestrutura de Chave Pública (PKI) é vital para autenticar documentos e garantir sua integridade, impedindo falsificações e fraudes internas.
Cultura de segurança e conscientização
Por fim, a especialista ressalta que a conscientização é o alicerce de qualquer estratégia de segurança. Treinamentos constantes com simulações de phishing e engenharia social, aliados a políticas rigorosas de controle de acesso, são essenciais para estabelecer uma cultura de segurança ativa. O setor deve promover essa mentalidade em todos os níveis, reforçando que a cibersegurança é responsabilidade de todos.
Em resumo, enquanto o seguro de automóveis protege contra danos físicos, a cibersegurança é a apólice que cobre o futuro digital do setor. Para manter a credibilidade junto a clientes, parceiros e reguladores, as seguradoras precisam integrar a ciberdefesa em sua estratégia corporativa.
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Cibersegurança – Prática de proteger sistemas, redes e programas contra ataques digitais. O objetivo é garantir a confidencialidade, integridade e disponibilidade das informações.
Autenticação Multifator (MFA) – Um método de verificação de identidade que exige que o usuário forneça dois ou mais fatores de verificação para ter acesso a uma conta. Por exemplo: senha e código enviado por SMS.
Criptografia – Processo de codificação de informações para que apenas pessoas autorizadas possam ter acesso a elas. A criptografia ponta a ponta garante que a informação seja protegida do remetente ao destinatário.
Ransomware – Um tipo de malware que criptografa os arquivos do usuário e exige um resgate (ransom) para devolvê-los.
Phishing – Tipo de fraude digital em que um criminoso se faz passar por uma pessoa ou empresa de confiança para enganar a vítima e obter informações confidenciais.