O primeiro Jeep civil, o CJ-2A, completou 80 anos em julho de 2025. Lançado em 1945, o modelo foi pioneiro na transição dos veículos militares para o uso civil, tornando-se referência em versatilidade e desempenho off-road. Seu legado segue vivo na atual linha da Jeep.
A Jeep celebrou, no último dia 17 de julho, os 80 anos do lançamento do seu primeiro veículo civil, o CJ-2A, introduzido em 1945 após a Segunda Guerra Mundial. O modelo foi o primeiro a trazer a icônica grade com sete fendas, que até hoje define o design visual da marca e é símbolo de sua identidade global.
O CJ-2A foi concebido para atender às necessidades do setor agrícola e da construção civil, destacando-se por sua versatilidade mecânica. Era possível equipá-lo com uma ampla gama de acessórios, como guincho, tomadas de força, cortador de grama, limpadores de para-brisa a vácuo, assentos adicionais e até aquecedor, tornando-o um verdadeiro utilitário multifuncional adaptado ao trabalho pesado.
Com mais de 215 mil unidades fabricadas, o CJ-2A manteve a essência visual do Willys MB – o Jeep militar original – mas introduziu inovações técnicas marcantes. Entre os destaques estavam a caixa de transferência Spicer 18 e os eixos flutuantes Dana 25 na dianteira e Dana 23-2 na traseira, componentes que se tornaram referência em durabilidade e desempenho off-road.
Legado histórico da linha CJ
O CJ-2A deu origem à lendária linha CJ (Civilian Jeep), produzida até a década de 1980, cuja filosofia permanece viva nos modelos modernos como o Wrangler, o Gladiator e o Renegade. Esses modelos mantêm a proposta original de oferecer capacidade off-road, robustez e um forte apelo emocional com o público entusiasta da marca.
Em 1949 foi lançado o CJ-3A, com para-brisa de peça única e eixo traseiro reforçado, mantendo o motor de quatro cilindros com cabeçote em L. Já o CJ-3B, introduzido em 1953, foi o primeiro a ser produzido no Brasil, na planta de São Bernardo do Campo pela Willys-Overland do Brasil.
Os CJ-5 (1957–1982) e CJ-6 (1956–1975) ampliaram ainda mais a robustez da linha, com freios maiores, bitola mais larga e eixos reforçados. O grande salto veio com o CJ-7, em 1976, o primeiro Jeep a oferecer transmissão automática, teto rígido moldado e portas de aço como opcionais.
Tradição de liberdade e aventura – Ao longo de quatro décadas, mais de 1,5 milhão de veículos CJ foram produzidos, consolidando-se como um ícone do espírito Jeep: liberdade, capacidade off-road e autenticidade. A conexão emocional criada com os fãs da marca transformou esses modelos em símbolos de um estilo de vida aventureiro, presente até hoje nas trilhas e estradas do mundo.
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Caixa de transferência Spicer 18 – Componente responsável por distribuir a tração entre os eixos dianteiro e traseiro, essencial para veículos com tração 4×4, garantindo maior aderência em terrenos difíceis.
Eixos flutuantes Dana 25 e Dana 23-2 – Conjuntos de eixos diferenciados por sua resistência e facilidade de manutenção, foram usados extensivamente em veículos off-road por sua robustez.
Cabeçote em L (L-head engine) – Tipo de motor com válvulas posicionadas lateralmente no bloco, o que resultava em construção mais simples e baixo custo, típico de motores da época.
Transmissão automática – Sistema que realiza automaticamente as trocas de marcha, aumentando o conforto ao dirigir e ampliando o público-alvo dos veículos, especialmente em uso urbano.