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Especialistas e líderes debatem o futuro da mobilidade no Brasil durante o SIMEA 2025

A 32ª edição do SIMEA, promovido pela AEA, reuniu engenheiros, executivos e autoridades para discutir políticas, tecnologias e estratégias que moldarão a mobilidade, com foco em descarbonização, digitalização e a importância do etanol e de outras rotas tecnológicas para o país.

A Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) realizou a 32ª edição do SIMEA, um evento que se consolidou como um ponto de encontro crucial para discutir os rumos da mobilidade no Brasil. Durante dois dias, o simpósio reuniu especialistas, executivos de montadoras, engenheiros e representantes do governo e da academia para debater temas urgentes, como descarbonização, combustíveis de baixo carbono, inteligência artificial e a infraestrutura necessária para a transição energética. A abertura, que contou com a presença de líderes de entidades como a AEA, Sindipeças, Anfavea, e Abeifa, reforçou a pluralidade de rotas tecnológicas como a chave para as metas de sustentabilidade do país.

Na primeira palestra, Thaianne Resende, diretora do MMA, destacou o papel histórico dos programas brasileiros de controle de emissões, como o PROCONVE e o PROMOT, que já operam há quase quatro décadas. Ela revelou que, graças a esses programas, as emissões de monóxido de carbono, hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio foram reduzidas em mais de 95%, mesmo com o aumento da frota.

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Thaianne também apresentou as futuras fases de controle de emissões e a necessidade de renovação da frota para garantir a melhoria da qualidade do ar e ganhos diretos para a saúde pública.

A transição energética foi um tema central. Fernanda Rezende, da Confederação Nacional de Transporte (CNT), comparou o cenário atual com a transição do transporte de tração animal para o automóvel no início do século XX.

Ela ressaltou que a descarbonização exige uma ação coordenada em três frentes: a diversificação das fontes de energia, a melhoria da infraestrutura e o planejamento integrado para garantir a viabilidade técnica e econômica de novas tecnologias. Heloisa Loureiro Escudeiro, do Insper, reforçou essa visão, defendendo políticas que integrem energia limpa, conectividade e segurança viária.

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As palestras especiais aprofundaram a discussão sobre o futuro tecnológico. Fabio Ferreira, da Bosch, detalhou as megatendências que guiam o desenvolvimento automotivo, como a eletrificação, a direção automatizada e a experiência digital. Ele projetou que, até 2030, o mercado global de eletrônica e software automotivos deve atingir a marca de US$ 462 bilhões.

Já Roberto David Mendes da Silva, da Petrobras, apresentou a estratégia de diversificação da empresa, que inclui combustíveis de baixo carbono como o Diesel R e a Gasolina Podium carbono neutro.

O debate sobre a descarbonização continuou nas mesas-redondas. Uma delas, com a participação de executivas da Petrobras, IBP, Transpetro, Ford e GM, destacou a urgência de aumentar a eficiência energética e logística do Brasil, que consome quatro vezes mais combustível por unidade de PIB do que países da OCDE.

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Houve consenso sobre a importância dos biocombustíveis e a necessidade de avaliar as emissões “do poço à roda”, ou seja, considerando todo o ciclo de vida do combustível.

No segundo dia, Paula Aluani, do Google/Waze, mostrou como a tecnologia e a inteligência artificial podem ajudar as cidades a gerenciar a mobilidade e a sustentabilidade. Ela apresentou ferramentas como o Greenlight, que usa IA para ajustar semáforos, e o Environment Insight Explorer, que estima emissões e potencial de energia solar.

Na sequência, Murilo Ortolan, da AEA, defendeu a eletrificação combinada ao etanol como uma rota competitiva para descarbonizar o transporte leve, enquanto Rodnei Bernardino, consultor, abordou a nova mobilidade, focada no acesso em vez da posse, com crescimento de veículos por assinatura e novas soluções financeiras.

Thiago Samarino, da ABGi, explicou o programa Mover e outros incentivos fiscais, alertando que, apesar da disponibilidade de recursos, faltam projetos bem estruturados para captar os investimentos.

Encerrando o evento, uma mesa-redonda com grandes nomes do automobilismo, como Chico Serra e Lucas Di Grassi, discutiu como as pistas de corrida funcionam como laboratórios para o desenvolvimento de tecnologias que, no futuro, serão aplicadas nos veículos de rua, como eficiência de motores, evolução de baterias e software de controle.

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PROCONVE (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores) – Programa governamental brasileiro que estabelece limites de emissão de poluentes para veículos automotores.

PROMOT (Programa de Controle de Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares) – Programa que define os padrões de emissão de poluentes para motocicletas e veículos similares no Brasil.

Manufatura 4.0 – Conceito de produção industrial inteligente que utiliza tecnologias como automação, conectividade e análise de dados para otimizar processos e aumentar a eficiência.

Biocombustíveis – Combustíveis obtidos a partir de biomassa, como o etanol e o biodiesel, que são considerados alternativas renováveis e de menor impacto ambiental em relação aos combustíveis fósseis.

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