A nova rodada de resultados do Latin NCAP (Programa de Avaliação de Veículos Novos para a América Latina e o Caribe) de 2025 trouxe o primeiro resultado de cinco estrelas para a Hyundai na história do programa, com o Tucson, e o péssimo desempenho de zero estrelas para o Citroën Basalt. O contraste é evidente, pois o Hyundai Tucson evoluiu de zero para cinco estrelas em três anos, ao passo que o Basalt, produzido no Brasil, demonstrou falhas críticas de segurança, como a estrutura instável e a falta de proteção lateral para a cabeça. Este resultado negativo do modelo da Citroën se soma aos dez modelos da Stellantis avaliados sob o protocolo de 2020 que não conseguiram obter mais do que duas estrelas, expondo uma política de segurança que fica aquém dos padrões globais, conforme criticado pelo Latin NCAP.
O renovado Hyundai Tucson, com produção na Coreia e na República Tcheca, obteve a classificação máxima de cinco estrelas na avaliação do Latin NCAP.
O Tucson agora oferece seis airbags e Controle Eletrônico de Estabilidade (ESC) de série, além de incorporar Sistemas Avançados de Assistência à Condução (ADAS) opcionais com volume suficiente para pontuar no programa.
As notas obtidas pelo Tucson foram: 83,98% em Ocupante Adulto, 91,62% em Ocupante Infantil, 75,08% em Proteção de Pedestres e Usuários Vulneráveis das Vias e 96,28% em Assistência à Segurança.
A evolução do Tucson é notável, pois o modelo foi avaliado pela primeira vez em 2022 sob os protocolos atuais, oferecendo apenas dois airbags frontais de série e obtendo a classificação de zero estrelas.
Naquela época, a Hyundai padronizou os airbags laterais e de cortina, juntamente com o ESC, e o modelo foi reavaliado, alcançando três estrelas.
Em 2025, a Hyundai apresentou a versão com atualizações estéticas e de equipamento, incluindo maior disponibilidade das tecnologias ADAS, atendendo aos requisitos mínimos de volume do Latin NCAP.
A pedido da fabricante, o Latin NCAP reavaliou o Tucson atualizado, e o resultado de cinco estrelas é válido para unidades a partir do número de VIN KMHJB81DASU349493 e data de 5 de abril de 2024.
No teste de impacto frontal com a versão híbrida – mais pesada devido ao motor elétrico e à bateria – a estrutura apresentou um desempenho instável, mas a pontuação e o restante do desempenho foram robustos o suficiente para garantir as cinco estrelas.
Foram avaliadas todas as tecnologias ADAS, como Frenagem Autônoma de Emergência (AEB) para Usuários Vulneráveis das Vias (VRU), AEB Urbano e Interurbano, Sistemas de Apoio de Faixa (LSS) e Detecção de Ponto Cego (BSD).
O veículo apresentou desempenho robusto em AEB VRU urbano e interurbano, e os sistemas LSS e BSD obtiveram a pontuação máxima.
Em total contraste, o Citroën Basalt, produzido no Brasil, obteve a classificação de zero estrelas no teste de segurança.
O Basalt oferece quatro airbags e ESC de série, mas não conta com airbags laterais para a cabeça ou tecnologias ADAS, nem mesmo como opcionais.
As pontuações do Basalt foram significativamente mais baixas: 39,37% em Ocupante Adulto, 58,35% em Ocupante Infantil, 53,38% em Proteção de Pedestres e Usuários Vulneráveis das Vias e 34,88% em Assistência à Segurança.
O modelo não foi submetido ao teste de impacto lateral de poste, sendo classificado com zero pontos devido à ausência de proteção lateral para a cabeça nas fileiras dianteira e traseira.
No teste de colisão frontal, o Basalt apresentou estrutura instável com um reforço estrutural assimétrico no limiar inferior do lado do motorista, ausente no lado do passageiro.
O pretensor do cinto de segurança do passageiro dianteiro não funcionou como esperado, resultando em proteção fraca para o peito.
A proteção do ocupante infantil falhou em evitar o contato da cabeça do dummy de três anos no teste de impacto lateral, resultando em zero pontos para a cabeça nessa configuração.
O modelo também não oferece um interruptor para desativar o airbag do passageiro e o aviso de uso do cinto de segurança não atende aos requisitos do Latin NCAP.

Em resposta aos resultados, a Stellantis divulgou um posicionamento, reforçando o seu compromisso com a Segurança Veicular.
A fabricante assegurou que todos os seus modelos comercializados atendem às regulamentações nacionais e internacionais vigentes nos países da América Latina e Europa.
A empresa afirma que todos os veículos Stellantis vendidos na América do Sul passam por rigorosos protocolos de avaliação em seu Safety Center, em Betim/MG, considerado o centro de testes de colisão mais moderno do hemisfério sul.

Esses testes, segundo a Stellantis, garantem as certificações legais e técnicas necessárias para todos os projetos desenvolvidos pelas marcas da companhia.
A Stellantis ressalta que a segurança de um veículo é um conjunto concebido desde o início do seu desenvolvimento e vai além da oferta individual de itens de segurança ativa e passiva.
A fabricante aponta que a variante da plataforma CMP permite que toda a gama Citroën tenha uma carroceria com ampla proteção ao habitáculo.
Em relação ao Citroën Basalt, a Stellantis informa que o modelo conta com estrutura robusta, carroceria com aço de alta e ultra resistência, arquitetura com máxima proteção contra choques, testes de colisão aptos e segurança passiva sólida, atendendo aos requisitos da regulamentação brasileira e global.
Por fim, a Stellantis esclarece que a empresa não financia nem patrocina as avaliações realizadas pela entidade Latin NCAP.
O desempenho estrutural instável e a falta de airbags laterais de cabeça e ADAS demonstram uma política da Stellantis que, segundo o Latin NCAP, não prioriza a segurança dos consumidores da América Latina e Caribe.
Em comparação, o Citroën Basalt produzido na Índia oferece seis airbags como equipamento padrão, o que é visto como um padrão de segurança superior para outro mercado.
O resultado do Tucson mostra a Hyundai implementando uma mudança em direção a veículos mais seguros, enquanto a Stellantis continua com padrões de segurança muito abaixo dos oferecidos em outras regiões e em dez modelos testados desde 2020, conforme os testes divulgados pelo Latin NCAP.
O Latin NCAP destaca a importância de um programa de rotulagem de segurança veicular e recomenda a compra de versões com tecnologias ADAS e bom desempenho, como a Frenagem Autônoma de Emergência (AEB).
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Airbags Laterais e de Cortina – Bolsas infláveis de segurança localizadas nas laterais do veículo, projetadas para proteger a cabeça e o tronco dos ocupantes em colisões laterais ou contra postes.
Controle Eletrônico de Estabilidade (ESC) – Sistema que ajuda o motorista a manter o controle do veículo em situações de perda de tração ou derrapagem, aplicando seletivamente os freios.
Sistemas Avançados de Assistência à Condução (ADAS) – Tecnologias que auxiliam o motorista na condução e segurança, como frenagem de emergência automática, assistência de permanência em faixa e detecção de ponto cego.
Plataforma CMP – Sigla para Common Modular Platform, uma arquitetura modular usada pelo grupo Stellantis que serve de base para o desenvolvimento de diferentes modelos de veículos.