O Fiat Coupé, lançado em 1993 na Europa e importado para o Brasil a partir de 1995, é um exemplo de automóvel que nasceu à frente de seu tempo, mantendo-se extremamente atual e icônico. Em uma década de efervescência no design, o Coupé se impôs com linhas ousadas e detalhes originais, como os faróis em formato de bolha e a carroceria com vinco em “Z”. Desenvolvido sobre a plataforma do Fiat Tipo, o modelo chegou ao mercado brasileiro com motor 2.0 16V aspirado, entregando 137 cv de potência e 18,4 kgfm de torque, e agora pode integrar o seleto clube dos carros “placa preta”.
O Fiat Coupé, lançado na Europa em 1993, chegou ao Brasil em 1995 e rapidamente se transformou em um objeto de desejo entre os entusiastas de automóveis.
Mesmo após mais de 30 anos, o modelo permanece extremamente atual, sendo a melhor tradução da palavra icônico devido ao seu design disruptivo e engenharia refinada.
Na década de 1990, o design automotivo vivia uma efervescência que permitia criações “fora da caixinha”, e o Coupé surgiu imponente com linhas ousadas e detalhes originais.
A carroceria exibia características marcantes, como o capô que avançava sobre parte do para-lamas, criando um recorte incomum.
As maçanetas eram embutidas nas colunas centrais e as lanternas traseiras circulares eram duplas, reforçando o visual esportivo.
Um dos destaques eram os faróis posicionados atrás de lentes em formato de bolha, uma alternativa inteligente aos custosos faróis escamoteáveis da época.
Um vinco sobre as rodas traseiras repetia o recorte presente entre o capô e os para-lamas dianteiros, criando uma harmonia visual dinâmica.
Esse vinco, que lembrava a letra “Z”, tinha o efeito de dar visualmente a sensação de velocidade ao carro, mesmo ele estando parado.
O design exterior do Fiat Coupé foi desenhado no Centro Stile Fiat pelo designer Chris Bangle.
O interior do carro, no entanto, é que trazia a assinatura do estúdio Pininfarina.
O interior se destacava por uma faixa pintada na mesma cor da carroceria que atravessava o painel de fora-a-fora, reforçando a exclusividade e a esportividade do modelo.
O designer Chris Bangle era conhecido por ser criativo e disruptivo, transformando detalhes em oportunidades de design, segundo seu colega Peter Fassbender.
O designer Peter Fassbender, que na época era Vice-presidente de Design para a América do Sul, conta que a solução dos faróis em bolha foi escolhida por ser a mais ousada e uma alternativa econômica e fluida aos faróis que abriam e fechavam.
Peter Fassbender também relembrou que a charmosa tampa de combustível do Coupé foi inspirada em motocicletas, uma ideia de Chris Bangle.
O Fiat Coupé foi desenvolvido sobre a plataforma do Fiat Tipo, o que demonstra o aproveitamento de uma base sólida da marca.
No Brasil, o Coupé chegou na versão equipada com o motor 2.0 16V aspirado, o mesmo utilizado no Tipo Sedicivalvole.
Este motor entregava 137 cv de potência e 18,4 kgfm de torque, garantindo o apelo esportivo do modelo.
O carro contava com freios a disco nas quatro rodas e a suspensão era ajustada para uma condução esportiva de alto nível.
Até o ano de 1997, foram importadas e vendidas 1.124 unidades do Coupé no mercado brasileiro, limitando sua presença.
O Fiat Coupé se destaca no legado de inovação da Fiat, que sempre quebrou paradigmas e trouxe conceitos inusitados, como o Fiat 147, o Uno, o Tempra e, mais recentemente, a Toro, o Fastback e o Pulse.
Sua engenharia refinada e design atemporal o diferenciam de outros carros esportivos da época. Embora modelos concorrentes, como alguns coupés alemães, pudessem ter maior status de motorização, o Coupé ofereceu um pacote de design exclusivo e manejo esportivo por um preço competitivo para o segmento de importados.
O fato de ter um design tão marcante e ousado fez dele um carro nunca esquecido, mantendo sua relevância no mercado.
Com a possibilidade de entrar para o seleto clube dos carros de “placa preta” (veículos com mais de 30 anos em estado de originalidade), o Fiat Coupé reafirma sua posição como um ícone com estilo contemporâneo.
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Faróis Escamoteáveis – Tipo de farol que ficava escondido na carroceria quando desligado e se levantava (escamoteava) eletricamente quando acionado, sendo uma característica de design comum em carros esportivos nas décadas de 1980 e 1990
Design Disruptivo – Abordagem de design que introduz uma novidade radical, que quebra com os padrões estéticos estabelecidos no mercado e redefine as expectativas do público para o segmento
Placa Preta – Placa de identificação especial concedida no Brasil a veículos com mais de 30 anos de fabricação que atingiram um alto grau de originalidade, conferindo-lhes status de colecionador.
Tipo Sedicivalvole – Versão de alta performance do Fiat Tipo equipada com o mesmo motor 2.0 16V (quatro válvulas por cilindro) aspirado utilizado no Fiat Coupé.
