Em artigo publicado na Gazeta Mercantil Digital, o Prof. Dr. Marcelo Alves afirma que proibir o uso da inteligência artificial nas faculdades de Engenharia é a decisão errada. Para ele, a IA já é parte do cotidiano profissional e deve ser incorporada como ferramenta pedagógica, com avaliações que valorizem domínio conceitual e pensamento crítico.
Nos últimos três anos, modelos como ChatGPT, Copilot, GROK, MidJourney e Gemini passaram a integrar o arsenal de engenheiros em escritórios, fábricas e consultorias. A chegada às salas de aula trouxe a dúvida sobre a autoria dos trabalhos, mas a reação de muitos departamentos foi simplesmente proibir o uso. Para Marcelo Alves, essa postura transmite medo da tecnologia e ignora que engenheiros sempre conviveram com auxiliares poderosos, como réguas de cálculo, softwares CAD/CAE e sistemas de simulação.
Segundo o professor, a IA é apenas o auxiliar mais potente já criado, mas exige ainda mais do usuário. Quem não domina conceitos fundamentais, como termodinâmica ou estruturas de concreto, não consegue avaliar se a resposta gerada pela máquina é correta ou se viola normas técnicas. Por isso, o desafio não é expulsar a IA da sala de aula, mas transformar a forma de avaliar os alunos.
Entre as alternativas, Alves sugere avaliações orais, apresentações técnicas com perguntas em tempo real, projetos em etapas com defesa individual e estudos de caso que exijam adaptação criativa. O objetivo é medir raciocínio e julgamento crítico, algo que nenhuma IA consegue reproduzir.
O papel dos professores também muda: é preciso ensinar a usar a IA de forma ética e eficiente, mostrando como escrever prompts, validar respostas e citar corretamente o uso de ferramentas generativas. O engenheiro do futuro deve ser parceiro da IA, não refém dela.
No mercado, essa realidade já é clara. Empresas contratam jovens que sabem extrair o máximo das ferramentas e punem quem entrega relatórios “perfeitos” sem compreender o conteúdo. Para Alves, universidades que insistirem na proibição estarão formando profissionais para o mundo de 2019, enquanto o mercado já vive 2025.
Editorialmente, o artigo reforça que a revolução da IA não pede licença para entrar nas escolas de Engenharia. Cabe às instituições decidir se vão liderar a transformação ou se vão ficar discutindo como colocar o gênio de volta na lâmpada. A escolha mais inteligente é abrir a porta, ensinar o aluno a comandar o gênio e avaliar se ele realmente sabe fazer a mágica acontecer.
Adicione o Mecânica Online® como seu site favorito e nos encontre no Instagram @tarcisio_mecanica_online e @mecanicaonlinepe. Acompanhe também os vídeos no canal do YouTube @autoespecialista para ter uma informação mais completa, com conteúdo técnico que ajuda na melhor tomada de decisão sobre produtos, reparação e tecnologias.
Mecânica Online® – Mecânica do jeito que você entende.
O termo CAD/CAE refere-se a softwares de projeto e engenharia assistidos por computador, usados para simulação e modelagem.
A NBR 6118 é a norma brasileira que estabelece critérios para o projeto de estruturas de concreto armado.
Um prompt é o comando ou instrução escrita pelo usuário para orientar a resposta de uma inteligência artificial.

