Dois projetos conduzidos pelo SENAI-SP, em parceria com empresas da cadeia automotiva, foram selecionados pelo Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), recebendo R$ 91 milhões em recursos para fomentar soluções industriais voltadas à descarbonização.
A iniciativa, coordenada pelo SENAI Nacional e pela Embrapii, destina R$ 210 milhões para projetos estruturantes. No caso paulista, os aportes serão divididos entre o Hub do Grafeno, com R$ 42,2 milhões, e o Motor a Etanol de Alta Eficiência, com R$ 48,8 milhões.
Segundo Ricardo Terra, diretor regional do SENAI-SP, os projetos reforçam o papel da instituição como agente de transformação tecnológica e competitividade industrial. “O motor a etanol de alta eficiência e o Hub do Grafeno evidenciam nossa capacidade de desenvolver soluções alinhadas à transição energética e à mobilidade sustentável.”
O Hub do Grafeno tem como objetivo desenvolver peças automotivas mais leves e sustentáveis, combinando aumento de desempenho mecânico com uso de materiais reciclados aprimorados pelo grafeno.
O grafeno, nanomaterial com propriedades extraordinárias, pode ser aplicado em plásticos, semicondutores, baterias e dispositivos eletrônicos. Sua utilização permite reduzir espessura de peças, substituir materiais pesados e ampliar o uso de polímeros reciclados sem perda de performance.
O projeto está alinhado ao Decreto nº 12.435/2025, que exige que veículos novos tenham ao menos 80% de materiais reutilizáveis ou recicláveis a partir de 2027.
A aliança industrial do Hub do Grafeno reúne empresas como Toyota, Volkswagen, General Motors, Ford, Hyundai, Mahle, Plascar, além de startups como Hexo Graphene e Degrad.
Já o projeto Motor a Etanol de Alta Eficiência busca democratizar tecnologias limpas, adaptando soluções de alta performance, como a ignição distribuída com pré-câmara, para veículos populares movidos a etanol.
Essa tecnologia, usada em carros de Fórmula 1, melhora a queima do combustível e, combinada ao etanol, aumenta a eficiência energética e reduz emissões de gases de efeito estufa.
De acordo com Everton Coelho, pesquisador líder do projeto, a iniciativa fortalece o protagonismo do Brasil como líder global em mobilidade sustentável, expandindo a tecnologia para mercados internacionais.
O projeto está alinhado à Lei do Combustível do Futuro (Lei nº 14.993/2024), que incentiva o uso de biocombustíveis de baixa pegada de carbono.
A aliança industrial do Motor a Etanol reúne empresas como Volkswagen, Stellantis, General Motors, Hyundai, CNH, Tupy, MWM, Mahle, Schaeffler, além de startups como Dirac e Liconic.
Ambos os projetos convergem para o mesmo propósito: acelerar a transição rumo a uma mobilidade mais verde e eficiente, reposicionando o Brasil na fronteira da descarbonização global.
Com execução prevista para até três anos, as iniciativas reforçam o compromisso do SENAI-SP com inovação, sustentabilidade e competitividade industrial.
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Grafeno: nanomaterial formado por uma camada única de átomos de carbono, extremamente leve, resistente e condutor.
Pré-câmara de ignição: tecnologia que melhora a combustão ao criar uma chama inicial em uma câmara auxiliar, aumentando eficiência.
Descarbonização: processo de redução das emissões de carbono na indústria e nos transportes, essencial para a transição energética.
