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Emplacamentos de veículos caem 73,5% em abril e 25,1% no acumulado do quadrimestre

A FENABRAVE- Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores apurou queda de 73,57% nos emplacamentos de veículos automotores no mês de abril, considerando todos os segmentos automotivos, em relação ao mesmo mês de 2019.

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Foram emplacados 89.692 veículos (entre automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, implementos rodoviários e motocicletas) em abril/2020, contra 339.388 veículos em abril de 2019.

Se comparado ao mês de março/2020, abril mostrou queda de 64,04% e, na relação do acumulado do quadrimestre (janeiro a abril), o ano de 2020 está 25,17% abaixo do mesmo período do ano passado.

“Passamos de 1.244.086 unidades, emplacadas no acumulado de 2019, para 930.918 veículos, no mesmo período deste ano. Isso demonstra o resultado da chamada parada súbita de nossa economia, e da inoperância da maior parte das Concessionárias, em decorrência da quarentena, decretada pelos estados, em função do Coronavírus, que determinou o fechamento do comércio na maior parte de nosso País”, avalia Alarico Assumpção Júnior, Presidente da FENABRAVE.

A comercialização de automóveis e comerciais leves teve queda de 76,79% entre os meses de abril de 2019/2020, passando de 221.292 unidades, comercializadas, em abril do ano passado, para 51.362 unidades, vendidas em abril de 2020.

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No acumulado do quadrimestre, a retração foi de 27,13%, com 583.905 autos e leves vendidos entre janeiro a abril de 2020, contra 801.280 comercializados em igual período de 2019.

“Lamentavelmente, voltamos aos patamares de vendas, registrados há 14 anos, para automóveis e comerciais leves e, para o Setor em Geral, retornamos aos volumes de 1992, ou seja, voltamos aos resultados de 28 anos atrás”, aponta Assumpção Júnior.

No caso de caminhões, a retração no acumulado foi de apenas 2 anos, mas, chegou a 26 anos de retrocesso, se forem considerados, apenas, os dados de abril.

Para motos, houve retrocesso de 24 anos, em relação aos dados de abril/2020, e de 17 anos, no acumulado do quadrimestre.

Acompanhe o resultado, de cada segmento, na tabela anexa abaixo, dados gerais, ao final do release.

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Entraves e Soluções para a Retomada do Setor

• Retorno às atividades

Ainda sem poder fazer projeções sobre os resultados do Setor, para 2020, em função da falta de previsibilidade do retorno da economia à normalidade, o Presidente da FENABRAVE afirma que as Concessionárias de Veículos encontram entraves importantes, para a retomada, ainda que gradativa, dos volumes de antes da crise, iniciada em março deste ano.

“Precisamos ter previsibilidade de retorno e liquidez, para sobreviver”, alerta Assumpção Júnior.

O primeiro entrave, citado por ele, é que, atualmente, há poucos estados onde as Concessionárias foram autorizadas, pelo Governo Estadual e Municipal, a voltar a operar 100%, ou seja, com vendas de veículos, além de peças e serviços de manutenção.

“Em estados onde a quarentena foi flexibilizada, como em Goiás, por exemplo, a queda do Setor foi menor, tanto na comparação entre abril de 2020 e de 2019 (-47,8%), como no acumulado do ano (-6,7%)”, declarou o Presidente da FENABRAVE.

Com isso, o primeiro passo, para o retorno do equilíbrio das 7.300 Concessionárias de Veículos, existentes no Brasil, deve ser o imediato retorno às nossas atividades normais.

“Destaco que, como vem sendo, incansavelmente, enfatizado, em todos os ofícios enviados pela Federação, e nas reuniões remotas, entre a FENABRAVE e Governos – sejam Federal, Estadual ou Municipal-, estamos prontos para voltar, com total responsabilidade e seguindo, rigorosamente, todos os protocolos de saúde e cuidados sanitários, preconizados pela OMS, Ministério da Saúde e demais Autoridades Sanitárias. Vale ressaltar que as Concessionárias não são locais que provocam aglomerações. Além disso, outro argumento irrefutável refere-se à importância das atividades das Concessionárias, que garantem a mobilidade e manutenção de veículos que são primordiais nessa fase, já que transportam cargas e pessoas, por todo o País”, argumentou Assumpção Júnior.

Nesse sentido, pleito da entidade, encaminhado ao Governo Federal, incluindo Presidência da República, Ministério da Economia (SEPEC), Infraestrutura e Casa Civil, já foi atendido, pelo recente DECRETO No. 10.329, que prevê a inclusão das Concessionárias de Veículos no rol de atividades essenciais: “….atividades de comércio de bens e serviços, incluídas aquelas de alimentação, repouso, limpeza, higiene, comercialização, manutenção e assistência técnica automotivas, de conveniência e congêneres, destinadas a assegurar o transporte e as atividades logísticas de todos os tipos de carga e de pessoas em rodovias e estradas.”

“No entanto, este Decreto não afasta a competência ou a tomada de providências normativas e administrativas pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, em conformidade com a decisão do Supremo Tribunal Federal, de 15 de abril de 2020, segundo a qual, Estados e Municípios têm o poder de estabelecer políticas de saúde, inclusive questões de quarentena e a classificação dos serviços essenciais. Por isso, continuaremos trabalhando para a retomada total das nossas atividades, em todos os estados e municípios do País, sempre observando as cautelas sanitárias necessárias, de forma a possibilitar a sobrevivência do nosso setor”, esclarece o Presidente da FENABRAVE.

A entidade e suas regionais já encaminharam ofícios as todos os Estados e Municípios, solicitando a reabertura, responsável e comprometida, das Concessionárias, e vem participando, semanalmente, de reuniões remotas com entidades congêneres ao setor e com o Governo do Estado de São Paulo, para argumentar em favor da reabertura, gradativa, das Concessionárias e DETRANs, principalmente, nos municípios menos afetados pelo COVID-19.

Desde então, alguns estados, como Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina já autorizaram a reabertura das Concessionárias locais.

• Linhas de Crédito e Capital de Giro

Outro problema, enfrentado pelas Concessionárias, é a falta de liquidez, durante o período da crise.

Nesse sentido, a entidade está se reunindo, semanalmente, com a equipe da SEPEC – Secretaria Especial da Produtividade, Emprego e Competitividade, que faz parte do Ministério da Economia, para que linhas de crédito possam chegar, rápida e efetivamente, às Concessionárias, a juros razoáveis, para que essas tenham condições de manter seus negócios até a recuperação do mercado o que, na avaliação da FENABRAVE, levará algum tempo, mesmo após o controle da pandemia.

“Sem vendas e sem liquidez, os concessionários, que respondem por 5,12% do PIB, e, consequentemente, os mais de 315 mil empregos gerados, diretamente, por eles, estarão em risco, pois, mais de 30% das empresas do setor talvez não tenham fôlego para chegar ao final deste mês”, alerta Assumpção Júnior.

A entidade também vem solicitando, ao Governo, a postergação do pagamento de impostos e orientando as Associações de Marca a negociarem, junto às Montadoras, maiores prazos de pagamento, para veículos e peças, assim como a antecipação de recebíveis.

“Todos devem estar unidos para passarmos por esse difícil momento e isso só acontecerá se as Redes tiverem capital de giro para operar”, esclarece Assumpção Júnior.

• Viabilidade de novos negócios – DETRAN e RENAVE

Para que novos negócios possam ser gerados, pelas Concessionárias, a FENABRAVE vem solicitando imediato retorno dos DETRANS que estão inoperantes.

“Sem emplacamentos, fica complicado concretizar vendas, ainda que remotamente. Por isso, pedimos que os DETRANS e Cartórios voltem a operar. Outro ponto que pode favorecer novos negócios, nesse momento, é a efetiva implantação do RENAVE- Registro Nacional de Veículos em Estoque, que se daria, eletronicamente e, portanto, sem qualquer risco”, ressalta o Presidente da FENABRAVE.

• Compromisso do Setor no Combate ao Coronavírus

A FENABRAVE formou, em 13 de março/2020, um Comitê de Crise COVID-19, com o objetivo de preparar as Concessionárias a enfrentar esse importante desafio, tomando todas as precauções sanitárias disponíveis para que o Coronavírus não se propague no Setor.

Como primeira e emergencial medida, foi desenvolvido, com base nos protocolos do Ministério da Saúde e OMS, já no início da pandemia, no Brasil, um Guia de Orientações contra o Coronavírus (no qual incluem-se vídeos de orientação), onde é possível acessar o material no portal da Federação (www.fenabrave.org.br), e já encaminhado às Concessionárias de Veículos, suas Associações de Marca e demais lideranças do Setor.

“Esse Guia prevê a adoção de todos os protocolos de saúde sanitária, com especial ênfase para os cuidados de higiene pessoal e local, incluindo sanitização constante dos veículos e instalações, tanto em showroom, oficinas como nas áreas de refeição, estacionamento e administrativas, assim como a disponibilização e uso permanentes de máscaras de proteção individual (EPI´s), álcool em gel, em todos os departamentos, à vista e oferecidos a todos os colaboradores e clientes, assim como recomendamos a colocação de cartazes e avisos, em locais de alta visibilidade, relacionados à distância necessária entre as pessoas, estações de trabalho, entre outros procedimentos, a serem rigorosamente seguidos”, enfatiza o Presidente da FENABRAVE.

Entre outras orientações, encaminhadas, pela entidade, às suas lideranças e Concessionárias a essas filiadas, estão medidas como:

• Realizar escala de revezamento, visando reduzir o número de colaboradores, utilizando-se das alternativas previstas na MP 936;

• Não manter, nas equipes, pessoas consideradas do grupo de risco, tais como idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas;

• Controlar acesso ao showroom, evitando aglomeração de pessoas;

• Reforço da alternativa de atendimento ao cliente, com agendamento prévio;

• Estabelecer controle de condições clínicas e protocolos de atuação/encaminhamento, caso haja manifestação de sintomas por quaisquer colaboradores e/ou seus parentes próximos/de convívio;

“Também estamos nos unindo, a entidades congêneres, como ANFAVEA, Sindipeças, entre outras, ligadas aos segmentos que representamos, para que, juntos, possamos encontrar caminhos para ajudar a população e as empresas do Setor a retomar suas atividades, sem correr riscos” , finaliza Alarico Assumpção Júnior.

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