Se o carro é preto, prata, azul, o popular branco ou o extravagante laranja não importa.
O fato é que, independentemente da cor do veículo, todas passam pelo mesmo processo de desenvolvimento.
Ricardo Vettorazzi, gerente técnico da divisão de Repintura da PPG, responde a algumas perguntas sobre como são feitas as diferentes tonalidades utilizadas na repintura automotiva. Confira a seguir.
Como as cores são criadas? A mistura de concentrados é o procedimento mais adequado para se chegar a qualquer cor.
A PPG possui sistemas tintométricos dedicados especialmente para essa etapa, com linhas de produtos de diferentes tonalidades e efeitos, como os metálicos e perolizados.
Cada cor tem uma formulação específica, que demanda uma combinação de pigmentos para chegar ao resultado desejado.
Parece simples, mas, na verdade, a cor está diretamente ligada à tinta aplicada e à técnica executada.
No processo automotivo original, por exemplo, a tonalidade ideal é obtida por meio da aplicação das tintas líquidas com equipamentos de pulverização, pistolas de pintura e braços robóticos.
Já na repintura automotiva, esse processo é feito com pistolas de pintura manuais, o que exige uma técnica apurada do pintor profissional. E
sse profissional, por sua vez, deve ser capacitado para realizar a pintura correta do veículo nas empresas de funilaria e pintura.
Esse processo é fácil? Não, definitivamente não é fácil. A cor é o primeiro quesito que chama a atenção do nosso olhar.
Assim, ao longo dos anos, as tonalidades foram modernizadas para agradar ao público em todos os sentidos.
Essa evolução também trouxe muitos efeitos visuais e cores cada vez mais translucidas, o que passou a exigir composições específicas que, muitas vezes, são alcançadas com a ajuda de um primer (produto aplicado antes da tinta, dando o fundo para a cor).
A coloração do primer pode variar e ajudar na tonalidade dessa cor, tornando-a mais fiel ao resultado ideal.
Por que a tonalidade é tão importante? O processo de aplicação é importante para manter a originalidade do veículo e o aspecto de carro novo.
Isso evita diferenças entre a cor das peças originais e a das peças repintadas, por exemplo.
E o processo para as cores brilhantes? Esses tons são conhecidos como perolizados. Utilizam na sua formação concentrados à base de pigmentos, constituídos de mica ou outros óxidos metálicos.
Esse tipo de pigmento tem propriedades especiais de reflexão da luz, o que aumenta a variedade de acabamentos possíveis, já que refletem tons diferentes, dependendo do ângulo de observação.
Muitas vezes, cores especiais também requerem técnicas de pinturas especiais, como a pintura tricoat, ou tri camada, que vai combinar a camada base, pérola e verniz para obter o resultado esperado para um cor.