O congestionamento é um problema sério para as cidades brasileiras, e só está piorando.
A taxa de urbanização do Brasil está aumentando, e estima-se que até 2025, quase nove em cada dez brasileiros estarão vivendo em cidades. Esta tendência está contribuindo para o crescimento do tráfego veicular e, como resultado, o congestionamento do trânsito tornou-se um grande problema em muitas cidades brasileiras.
Segundo o fornecedor de tecnologia de navegação TomTom, o tempo perdido no trânsito em horários de pico nas seis maiores áreas metropolitanas do país totalizou mais de 200 horas por motorista em 2022.
Isto significa que o motorista médio nestas cidades passou mais de uma semana inteira no trânsito. Além do tempo perdido individualmente, os custos econômicos do congestionamento são significativos, chegando a cifras de bilhões para o país como um todo.
De acordo com os especialistas em gestao da mobilidade da Kapsch TrafficCom, estas questões não são exclusivas do Brasil e há exemplos de cidades ao redor do mundo que tomaram medidas para combater o congestionamento.
Melbourne, Gothenburg, Sevilha – A cidade australiana de Melbourne, por exemplo, está usando inteligência artificial e tecnologia de veículos conectados não apenas para tornar o tráfego mais seguro, mas também para lidar com o crescente volume de tráfego que traz níveis crescentes de poluição e congestionamento.
O “Australian Integrated Multimodal EcoSystem” ou AIMES, conecta todos os participantes do tráfego através de uma complexa teia de sensores ambientais e de tráfego. Estes sensores coletam, analisam e distribuem informações em segundos para pintar um quadro preciso da situação atual do tráfego e até mesmo abrem uma janela de previsão para o futuro próximo.
Isto ajuda as autoridades de tráfego a tomar decisões sobre fluxo de tráfego e rotas alternativas, proporcionando eficiência em tempo real e benefícios de segurança aos participantes de tráfego.
Gothenburg, Suécia, por sua vez, está atualmente estabelecendo um novo sistema de cobrança de congestionamento destinado a gerenciar os níveis de tráfego urbano.
O sistema de cobrança de pedágio sem barreiras cobre uma área urbana complexa atravessada por aproximadamente 150 milhões de veículos por ano. Além de reduzir os níveis de tráfego, ele proporciona à cidade aproximadamente 90 milhões de euros de receita tributária por ano.
Finalmente, na cidade espanhola de Sevilha, a gestão de tráfego também está tomando a rota da inteligência artificial com a implantação da Plataforma de Dados de Mobilidade.
Conceitos anteriormente futuristas, como informações de estacionamento em tempo real, controle dinâmico de tráfego para evitar congestionamentos, ou controle baseado na demanda do transporte público durante grandes eventos, estão se tornando uma realidade, já que o sistema transforma dados dispersos em informações acessíveis para os gestores de tráfego.
Um caminho para o futuro – Como o número de motoristas no Brasil continua crescendo, é claro que o congestionamento é um problema que só vai piorar se não for resolvido.
As tecnologias para fazer algo a respeito já existem, e o retorno do investimento se torna claro quando os custos econômicos do congestionamento são considerados.
Algumas cidades já deram os primeiros passos para explorar as possibilidades técnicas que podem ajudá-las em sua batalha contra o congestionamento, e muitas outras certamente seguirão o exemplo, portanto a questão não é realmente se, mas quando tais sistemas se tornarão um lugar comum nas cidades do Brasil e do mundo.