O Diretor da Câmara de Climatização do Sindirepa SP, Alexsandro Faride Frazão, conhecido no setor como Mineiro, também Presidente e sócio do Clube dos Refrigeristas em São José do Rio Preto tem observado nos últimos três anos um aumento significativo de acidentes durante o reparo do sistema de refrigeração em todo o País. São peças que acabam rompendo, fissurando ou quebrando, o que pode provocar ferimentos leves no reparador até danos mais sérios em caso de explosões.
Há 36 anos no mercado de instalação e reparação de ar-condicionados automotivos, Mineiro alerta para o crescimento acelerado de explosões nas oficinas.
A baixa qualidade de peças, peças como compressores, condensadores, evaporadores e até mangueiras, que chegam do exterior sem homologação, não suportam as altas pressões e acabam rompendo.
Outro detalhe é deixar contaminantes dentro das máquinas. Os acidentes costumam ocorrer quando o reparador está fazendo teste de pressurização em uma máquina sem usar o regulador de pressão do cilindro de nitrogênio, como não é possível controlar a pressão injetada há o rompimento da peça. Nesse caso, a presença de combustível ou faísca provoca explosões.
Higienizadores, que têm como propelente produtos inflamáveis, também representam riscos para operador. Outra situação que exige atenção é o momento do recolhimento do fluido refrigerante para a unidade condensadora. A presença do oxigênio, resultado de uma manutenção anterior incorreta, em contato com o líquido é capaz de gerar uma explosão. Em todas essas operações, o reparador precisa estar preparado e seguir um protocolo para evitar danos sérios”, explica Mineiro.
“A questão é que em todas as regiões do País o número de acidentes explosões tem aumentado muito e o principal motivo é a falha na operação de manutenção corretiva ou preditiva do sistema, na ausência de um protocolo e isso tem muito a ver com a qualificação técnica dos nossos profissionais. Existem as questões da falta de qualidade de peças, ausência de informativos explicativos de muitos fabricantes, mas eu diria que 30 a 40% dos acidentes resultam do despreparo técnico.”
Diante desse cenário, a necessidade de cursos de formação profissional se faz urgente. Por serem menos poluentes, a indústria tem optado cada vez mais por fluídos inflamáveis gerando risco ao reparador, que trabalha com máquinas de refrigeração com altas e diferentes pressões. “O reparador precisa ter informação e qualificação técnica para operar as máquinas indiferentemente delas serem fluídos refrigerantes inflamáveis ou não. O segundo ponto é o uso de ferramentas específicas aferidas em boas condições de trabalho, como reguladores de pressão, conjunto Manifolds, mangueiras, engates rápidos e uso de EPIs. Tudo isso faz acidentes serem evitados”. Portanto, é importante que o reparador saiba como operar a máquina, qual o limite dela, qual fluído a ser aplicado e quais as características dele e garantir que a manutenção preventiva dessa máquina esteja em dia.
Como Diretor da Câmara de Climatização do Sindirepa SP, Mineiro tem atuado fortemente no combate a esses acidentes e na criação de protocolos de manutenção que garantam a segurança do reparador. “É importante que o profissional conheça o perigo e saiba como se proteger. A informação técnica é o único caminho para evitar acidentes, que estão se agravando com a disseminação dos fluídos inflamáveis”, revela.