O Zero Summit São Paulo 2024, maior evento de descarbonização da América Latina, aconteceu no prédio da Bloomberg no dia 13 de março. Com a presença de representantes de importantes instituições como ApexBRASIL, UCB Power, Julius Baer e Banco BV, o evento abordou possibilidades para alcançar um futuro com menos emissões de carbono e mais sustentabilidade econômica e social.
O Zero Summit São Paulo 2024 reuniu representantes de instituições nacionais e internacionais para discutir estratégias de descarbonização e mobilidade sustentável. No painel “Mobilidade e Armazenamento”, mediado por Leonardo Lara, Editor da Bloomberg News, foram debatidas questões sobre investimentos em carros elétricos e infraestrutura necessária para tornar a eletromobilidade uma realidade no Brasil.
George Fernandes, CEO da UCB Power, destacou a hibridização como solução ideal para o cenário de produção de baterias, permitindo a adaptação da indústria para produzir baterias mais sofisticadas e infraestrutura de recarga. Ele ressaltou a viabilidade do plano brasileiro neste aspecto, enfatizando a necessidade de adaptação conforme as condições locais.
Alberto Longo, Cofundador da Fórmula-E, destacou o papel da modalidade automobilística como laboratório para o desenvolvimento de novas tecnologias em veículos elétricos. Ele mencionou exemplos de tecnologias transportadas das pistas para as ruas, evidenciando a evolução significativa nos últimos 10 anos.
José Irineu Medeiros, VP de assuntos regulatórios da Stellantis para América do Sul, apontou a falta de investimento na implementação de fábricas de baterias no país, ressaltando as diferenças entre Europa e Brasil em termos de demanda e custos. Ele enfatizou a importância da hibridização como parte do processo de descarbonização.
José Irineu Medeiros, VP de assuntos regulatórios da Stellantis para América do Sul, quando questionado sobre a falta de investimento na implementação de fábricas de baterias no país, também traça um paralelo entre Europa e Brasil: “A cadeia depende de grandes volumes. O mix de vendas de carros 100% elétricos ainda é muito baixo na região e não justifica uma fábrica de bateria. Uma fábrica de bateria como colocamos na Europa, por exemplo, custa de 3 a 4 bilhões de dólares, e produz baterias para 600 mil carros 100% elétricos, e nós não temos demanda para essa produção aqui. Nós produzimos hoje 900 mil carros, onde o mix de veículos elétricos é muito baixo e o custo da bateria muito alto”, revela. Assim como Fernandes, ele também acredita na hibridização como uma das etapas da descarbonização e aumento da demanda por automóveis elétricos. “É necessário percorrer essas etapas para trilhar a descarbonização de forma sustentável. Não podemos errar nessa trajetória. Nosso país não aceita erros e, se errarmos, quem vai pagar a conta é o contribuinte”, concluiu.
O evento, que contou com a participação de 100 convidados e foi transmitido ao vivo gratuitamente por uma plataforma online, reforçou a importância do debate sobre descarbonização e mobilidade sustentável para o futuro do país e do mundo.