Com visual diferenciado e o conhecido motor 1.4 TSI, o Volkswagen Nivus GTS 2026 chega ao mercado com promessa de esportividade, mas esbarra em um conjunto técnico conservador e preço elevado frente aos concorrentes.
Mecânica Online: esportividade contida – A principal novidade do Nivus GTS é a adoção do motor 1.4 TSI (250 TSI), já conhecido de modelos como Polo GTS, T-Cross e Virtus. Ele entrega 150 cv e 25,5 kgfm de torque com etanol ou gasolina, acoplado ao câmbio automático de seis marchas da Aisin. O conjunto recebeu calibração específica, incluindo seletor de modos de condução (Normal, Eco, Sport e Individual).
O desempenho é coerente com a proposta do modelo, mas não se destaca no segmento: aceleração de 0 a 100 km/h em 8,4 segundos e velocidade máxima de 200 km/h. A relação peso-potência é de 8,44 kg/cv — inferior à de rivais mais potentes.
Fastback Abarth domina na performance – A comparação mais direta recai sobre o Fiat Fastback Abarth, que utiliza o motor 1.3 T270, com 185 cv e 27,5 kgfm. O rival acelera de 0 a 100 km/h em 7,6 segundos, com relação peso-potência de 7,02 kg/cv e velocidade máxima de 220 km/h. Além disso, conta com modo “Poison”, que altera a resposta do acelerador para uma condução mais agressiva.
Ou seja, em termos de desempenho, o Nivus GTS fica atrás, oferecendo uma proposta mais equilibrada que esportiva.
O custo da esportividade leve – Com preço sugerido de R$ 174.990, o Nivus GTS se posiciona acima da versão Highline com motor 1.0 TSI, que parte de R$ 153.990. Considerando o pacote ADAS (opcional de R$ 4.150 no Highline), a diferença efetiva entre os dois modelos fica em cerca de R$ 10 mil.
Ainda assim, o Nivus GTS custa mais que o Fastback Abarth, vendido por R$ 167.990 — entregando desempenho superior e visual mais marcante.
Visual GTS, mas com limitações – Internamente, o modelo traz bancos tipo concha com costuras vermelhas, volante com base reta e detalhes em vermelho no painel digital. O ar-condicionado é touchscreen, e o quadro de instrumentos digital de 10” se junta à central VW Play de 10,1” com espelhamento sem fio.
Apesar disso, o acabamento geral permanece simples, com predominância de plásticos rígidos. Não há teto solar, nem como opcional, por limitações de produção. O isolamento acústico também é precário: não há manta sob o capô, e o estepe é do tipo temporário.
Discreto para um GTS – Na dianteira, o Nivus GTS mantém os faróis full LED, com grade inferior tipo colmeia e detalhes em preto brilhante com filete vermelho. As rodas de 17″ são as mesmas do pacote Outfit, mas há opção de rodas exclusivas de 18″ por R$ 2.050. O teto e capas dos retrovisores são sempre pretos.
A ausência de rack de teto segue a linha visual “limpa”, mas compromete a funcionalidade. Um detalhe ausente que faria diferença visualmente seria um escapamento aparente, item comum em modelos com proposta esportiva.
Bom pacote, mas sem surpresas – O Nivus GTS traz pacote completo de segurança ativa: 6 airbags, controles de tração e estabilidade, assistente de permanência em faixa, alerta de colisão com frenagem autônoma, piloto automático adaptativo, sensores de estacionamento e assistente de estacionamento.
O porta-malas mantém os 415 litros das demais versões, o que é um dos diferenciais positivos do Nivus no segmento.
Nivus GTS aposta no equilíbrio, mas perde no custo-benefício – O Nivus GTS não é um carro lento, mas também não é um esportivo de verdade. Sua proposta aposta no equilíbrio entre dirigibilidade e visual exclusivo, mas peca pela falta de ousadia mecânica e por um preço que o coloca acima de modelos mais potentes, equipados e empolgantes.
Para quem prioriza estilo e usabilidade diária com um toque de esportividade, ele pode ser uma escolha racional. Mas, se a busca for por desempenho de verdade, há opções mais interessantes no mercado — muitas delas mais baratas.