O Sistema de Consórcios atingiu 2,07 milhões de cotas vendidas entre janeiro e maio de 2025, superando em 19,7% as 1,73 milhão do mesmo período de 2024, resultado que representa o maior volume dos últimos vinte anos.
O desempenho do Sistema de Consórcios nos primeiros cinco meses de 2025 mostra forte evolução, com destaque para o mês de maio, que registrou a venda de 464,82 mil cotas, o maior número em uma única mês na última década. Segundo dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), a alta no tíquete médio – valor médio pago por cada cota – foi de 16,6% em maio, saltando de R$ 83,74 mil para R$ 97,60 mil, impulsionando o volume financeiro total para R$ 186,55 bilhões no acumulado do ano, 32,6% superior aos R$ 140,71 bilhões em igual período de 2024.
O aumento expressivo nas vendas reflete-se também no número de participantes ativos, que cresceu 10,8% em maio, alcançando 11,73 milhões de consorciados, contra 10,59 milhões registrados no mesmo mês do ano anterior. Esse crescimento consistente é resultado da soma mensal iniciada em janeiro de 2022, quando o total de participantes ativos era de 8,21 milhões, atingindo recordes sucessivos, mesmo com a única retração observada em abril de 2023.
A distribuição das 2,07 milhões de cotas comercializadas nos cinco meses revela a forte participação dos setores de veículos leves, motocicletas e imóveis. Entre eles, 814,47 mil cotas foram vendidas para veículos leves, 591,69 mil para motocicletas e 491,50 mil para imóveis. Os setores de eletroeletrônicos e bens móveis duráveis registraram alta de 115,2% nas vendas, enquanto imóveis cresceram 44,7%, serviços 21,9%, veículos leves 15,1% e motocicletas 9,4%. Apenas o segmento de veículos pesados teve retração de 12,9%, mas com sinais claros de recuperação ao longo dos meses, subindo de 14,68 mil cotas vendidas em janeiro para 20,94 mil em maio, um avanço de 42,6% no período.
No que se refere às contemplações – momento em que o consorciado recebe o crédito para aquisição do bem ou serviço – o Sistema contabilizou 722,75 mil entre janeiro e maio, número estável em relação ao ano anterior, distribuído entre veículos leves, motocicletas, imóveis, veículos pesados, eletroeletrônicos e serviços. A liberação de créditos alcançou R$ 47,32 bilhões, 15,5% acima dos R$ 40,96 bilhões registrados no mesmo período de 2024.
O volume de participantes ativos em cada setor destaca que 42,8% estão no segmento de veículos leves, com 5,02 milhões de consorciados ativos, seguido pelas motocicletas, com 3,10 milhões (26,4%), e imóveis, com 2,34 milhões (19,9%). Veículos pesados, eletroeletrônicos e serviços representam parcelas menores, com 7,6%, 2,3% e 1,0%, respectivamente.
Analisando o tíquete médio nos últimos cinco anos, observou-se um aumento nominal de 57,2% nos meses de maio, com valorização real após descontar a inflação medida pelo IPCA, refletindo a maior capacidade financeira dos consorciados e o aumento dos preços dos bens adquiridos pelo consórcio.
No setor de veículos pesados, que engloba caminhões, ônibus, tratores e implementos rodoviários e agrícolas, o tíquete médio cresceu 37,6% em maio, e os negócios realizados subiram 11,8% no acumulado de janeiro a maio. Apesar da retração inicial nas vendas de cotas, a liberação de créditos evoluiu 43,1%, e o número de participantes ativos aumentou 11,2%. A recuperação das vendas desse segmento mostra-se constante, reforçando sua importância no transporte rodoviário de cargas e passageiros e no agronegócio. As contemplações de caminhões, que somaram 26,45 mil unidades, representaram 37,0% das vendas internas, ou seja, aproximadamente um caminhão a cada dois comercializados no Brasil.
O consórcio de motocicletas, segundo maior em volume de participantes ativos, apresentou crescimento de 9,4% nas vendas de cotas e avanço de 16,9% nos negócios realizados. O tíquete médio teve aumento de 3,6% em maio, e o número de consorciados cresceu 5,1%. As quase 280 mil contemplações correspondem a 33,0% do mercado interno, indicando que uma em cada três motos vendidas no país passou por essa modalidade.
Já o segmento de veículos leves, que inclui automóveis, camionetas e utilitários, apresentou mais de 15% de alta nas vendas de cotas, totalizando mais de 810 mil unidades no acumulado. Mesmo com retração no tíquete médio, houve crescimento no número de participantes ativos, que alcançou 9,1% de aumento em maio. As contemplações de veículos leves chegaram a mais de 308 mil, representando potencial participação de 33,2% nas vendas nacionais, ou seja, um veículo a cada três vendidos no Brasil.
A história do consórcio no Brasil tem origem nos anos 1960, quando a indústria automobilística iniciava no país e não havia linhas de crédito para aquisição de veículos. O sistema surgiu como uma alternativa genuinamente brasileira, simplificando e tornando mais econômica a compra de bens duráveis. Hoje, essa modalidade está presente em diversos setores, consolidando-se como uma ferramenta de planejamento financeiro que atende necessidades pessoais, familiares e profissionais.
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Tíquete médio – Valor médio pago por uma cota, representando o preço médio do bem ou serviço adquirido pelo consórcio.
Contemplação – Momento em que o consorciado recebe o crédito para adquirir o bem ou contratar o serviço, por sorteio, lance ou término do plano.
Participantes ativos – Consorciados em dia com seus pagamentos, aptos a participar das assembleias e receber contemplações.