terça-feira, 29 julho , 2025
28 C
Recife
Ofertas FIAT

Montadoras pressionam governo contra incentivos à importação

Fabricante se unem para defender a indústria nacional e alertam sobre riscos à engenharia e empregos no Brasil

Preocupadas com o futuro da produção automotiva no Brasil, grandes montadoras enviaram uma carta ao presidente Lula cobrando isonomia competitiva e medidas que priorizem quem investe no país. O alerta é claro: sem proteção à produção local, empregos e tecnologia estão ameaçados.

No dia 15 de julho de 2025, a General Motors, ao lado de outras fabricantes instaladas no Brasil, assinou uma carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressando profunda preocupação com os rumos da indústria automotiva nacional. O documento foi motivado pela possibilidade de aprovação de incentivos fiscais à importação de veículos em regime SKD (semidesmontado) ou CKD (completamente desmontado).

- Publicidade -

A carta destaca o peso do setor automotivo na economia brasileira. Atualmente, representa 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e 20% do PIB da indústria de transformação, além de ser responsável pela geração de 1,3 milhão de empregos diretos e indiretos e movimentar aproximadamente US$ 74,7 bilhões por ano.

As montadoras alertam que o possível incentivo à importação de SKDs ou CKDs enfraquece a cadeia produtiva local, reduz o valor agregado nacional e compromete a competitividade da indústria instalada no país. Isso inclui impactos diretos em empregos, inovação tecnológica e, especialmente, na engenharia brasileira, que tem papel estratégico no desenvolvimento de veículos adaptados às realidades do mercado latino-americano.

O cenário ganhou ainda mais relevância após a divulgação, pela imprensa, de que a montadora chinesa BYD solicitou ao governo federal a redução das tarifas de importação dos kits SKD e CKD, de 20% para até 5%. O pedido acendeu o alerta vermelho entre as montadoras tradicionais, que veem nessa medida uma ameaça direta ao equilíbrio competitivo.

- Publicidade -

Em entrevista à Coluna do Estadão, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), Igor Calvet, afirmou:
“Não podemos transformar o Brasil em mera montadora de veículos que já chegam prontos do exterior, desmontando todo o esforço de industrialização e geração de valor no país.”

Segundo ele, a eventual mudança nas regras pode colocar em risco os investimentos já anunciados pela indústria automotiva até 2030, que somam R$ 180 bilhões. A medida também teria efeito cascata sobre o setor de autopeças, tradicionalmente responsável por grande parte da geração de empregos industriais no país.

A proposta defendida pelas montadoras é a de uma concorrência equilibrada, onde empresas que investem, produzem e geram empregos no Brasil não sejam prejudicadas por uma abertura desequilibrada ao produto importado. O setor ressalta ainda que segue comprometido com bilhões de reais em novos investimentos, especialmente voltados ao desenvolvimento de uma nova geração de veículos mais sustentáveis, conectados e tecnologicamente avançados.

- Publicidade -

A General Motors South America, que tem protagonizado um papel ativo nesse debate, reforçou seu apoio ao conteúdo da carta com a campanha #IWorkForGM, buscando engajamento de colaboradores e da sociedade na defesa da produção nacional.

O setor acredita na sensibilidade do governo federal para reconhecer a importância da indústria automotiva como um vetor de desenvolvimento e soberania tecnológica. A expectativa é de que as decisões futuras considerem o longo prazo e valorizem a presença industrial consolidada no Brasil, especialmente no momento de transição energética e tecnológica.

Mecânica Online® – Mecânica do jeito que você entende

SKD (Semi Knocked Down) – Trata-se da importação de veículos parcialmente desmontados, geralmente com algumas partes montadas no exterior e finalizadas no Brasil, com menor geração de valor local.

CKD (Completely Knocked Down) – É o regime em que o veículo chega totalmente desmontado ao país e é montado em uma planta local. Apesar de gerar mais empregos do que o SKD, ainda tem menor conteúdo nacional do que a fabricação integral.

Valor Agregado Nacional – Indica o percentual de componentes e mão de obra locais utilizados na fabricação de um produto. Quanto maior o valor, mais a indústria local é valorizada.

Isonomia Competitiva – Refere-se à prática de oferecer condições iguais de concorrência entre empresas, evitando distorções que beneficiem um grupo específico de forma desleal.

Ofertas FIAT

Matérias relacionadas

Ofertas FIAT
Novo Peugeot 2008

Mais recentes

Ofertas de Serviços Chevrolet
Com a Volvo rumo ao Zero Acidentes – Grupo Tombini

Destaques Mecânica Online

Avaliação MecOn

SIMEA 2025 - AEA