segunda-feira, 6 outubro , 2025
28 C
Recife
Ofertas FIAT

Porto Digital projeta mercado de R$ 5 bilhões com manutenção de veículos elétricos no Brasil

Estudo alerta para gargalo de profissionais qualificados no Brasil e reforça urgência em políticas públicas e capacitação técnica para acompanhar a revolução automotiva.

O mercado de serviços automotivos para veículos elétricos no Brasil pode movimentar até R$ 5 bilhões anuais até 2030, segundo estimativa do Porto Digital. O avanço da frota eletrificada (que cresceu 50,5% até agosto de 2025) cria uma demanda urgente por reparos especializados, mas o estudo alerta para um grande desafio: a formação de mão de obra técnica apta a lidar com a alta voltagem e os complexos sistemas eletrônicos (BMS e ECUs) desses automóveis.

O mercado de veículos elétricos no Brasil está entrando em uma nova fase, com o crescimento acelerado de emplacamentos e a ampliação da infraestrutura de recarga.

- Publicidade - Ofertas FIAT

Com a chegada de novas montadoras e a consolidação da frota, a atenção do setor agora se volta para o que vem depois da venda: a manutenção especializada.

Um estudo do Porto Digital, um dos principais distritos de inovação da América Latina, estima que o mercado de serviços automotivos para veículos elétricos poderá movimentar até R$ 5 bilhões anuais até 2030.

Esse valor será impulsionado pela demanda por reparos especializados, peças eletrônicas e a atualização de sistemas embarcados e softwares.

- Publicidade -

O alerta, no entanto, vem acompanhado de um desafio estrutural: a urgente necessidade de formação de mão de obra técnica especializada no país.

Em agosto de 2025, o Brasil registrou 25.297 emplacamentos de veículos eletrificados, com 7.603 puramente elétricos, representando um crescimento de 48,8% em relação a agosto de 2024.

No acumulado de janeiro a agosto, foram 164.457 unidades emplacadas, uma alta de 50,5% sobre o mesmo período do ano anterior. Isso representa 10,5% do total de automóveis e comerciais leves.

- Publicidade - Ofertas FIAT

As estimativas do setor apontam para uma frota de cerca de 500 mil veículos eletrificados em circulação, o que equivale a 1,1% da frota nacional de leves.

Em paralelo, a infraestrutura de recarga também cresce: em fevereiro de 2025 havia 16.880 pontos de recarga públicos e semipúblicos, um avanço de 14% em apenas seis meses.

Esse avanço é sustentado pela entrada de novas montadoras. A BYD, por exemplo, importou mais de 22 mil veículos no período de janeiro a maio de 2025 e pretende fechar o ano com 50 mil montados a partir de kits.

A BYD ainda anunciou a produção completa de automóveis elétricos em território nacional a partir de meados de 2026, reforçando o compromisso com o mercado local.

A GWM inaugurou sua fábrica no interior de São Paulo em agosto de 2025 e pretende fabricar 30 mil veículos em 2026, injetando mais modelos eletrificados no país.

A Stellantis também firmou parceria com a Leapmotor para importar e lançar modelos elétricos mais acessíveis, embora ainda não haja anúncio oficial sobre a produção local.

Luíz Maia, professor de Economia e Finanças na UFRPE e pesquisador do Porto Digital, afirma que a transição energética da mobilidade é um caminho sem volta.

O pesquisador alerta, contudo, que sem capital humano qualificado, o Brasil corre o risco de assistir à revolução elétrica de fora.

Ao contrário dos carros a combustão, veículos elétricos exigem menos peças móveis e trocas de óleo, mas muito mais conhecimento em eletrônica de potência, software e sistemas digitais.

Elementos como o BMS (Battery Management System), as ECUs (Electronic Control Units) e os sensores de condução autônoma exigem técnicos aptos a diagnosticar falhas digitais.

O estudo estima que, após o fim do período de garantia (entre 3 e 5 anos), grande parte da frota estará exposta à necessidade de manutenção fora das concessionárias.

Esse movimento abre espaço para oficinas especializadas, que poderão capturar parte do mercado acessível, estimado em R$ 2,5 bilhões anuais (considerando 50% da frota fora das concessionárias).

Para suprir a demanda, o estudo recomenda que as empresas invistam em requalificação técnica, parcerias com instituições de ensino e aquisição de equipamentos de diagnóstico avançado.

O setor público, por sua vez, deve priorizar o financiamento de laboratórios, a regulação de normas técnicas para alta tensão e o fomento a empregos verdes.

Um exemplo bem-sucedido na formação de talentos é o Embarque Digital, programa do Porto Digital em parceria com a Prefeitura do Recife, que serve de referência para o setor.

Maia finaliza reforçando que investir na formação de eletricistas, técnicos em eletrônica veicular e especialistas em softwares é fundamental para que o Brasil se consolide como um player relevante na economia da mobilidade elétrica.

Mecânica Online® – Mecânica do jeito que você entende.

BMS (Battery Management System) – Sistema eletrônico crucial que monitora e gerencia a bateria de veículos elétricos, controlando o estado de carga, a temperatura e a saúde de cada célula, otimizando o desempenho e a segurança.

ECU (Electronic Control Unit) – Unidade de Controle Eletrônico. É o “cérebro” de um veículo, responsável por gerenciar e controlar diversos sistemas digitais e eletromecânicos do carro, desde o motor até a segurança.

Fragilização por Hidrogênio – Processo de degradação em metais onde a penetração de átomos de hidrogênio no material causa perda de ductilidade e torna o componente suscetível à fratura. (Mantido para coerência com textos anteriores).

Infraestrutura de Recarga – Conjunto de pontos de abastecimento (eletropostos) públicos, semipúblicos e privados necessários para fornecer energia aos veículos elétricos e híbridos plug-in, sustentando o crescimento da frota.

Ofertas FIAT

Matérias relacionadas

Ofertas FIAT
NOVO PEUGEOT
2008 GT HYBRID

Mais recentes

Bosch Brasil
Salão do Automóvel de São Paulo 2025

Destaques Mecânica Online

Avaliação MecOn

Mobilidade em transformação