O mercado automotivo brasileiro vive uma rápida transformação, impulsionada pelo avanço das montadoras chinesas, que já respondem por 10% das vendas de carros de passeio, com destaque para a BYD. Paralelamente, a Stellantis reagiu ao novo cenário anunciando um investimento recorde de R$ 32 bilhões para o desenvolvimento local da tecnologia Bio-Hybrid, exposta nos modelos Fiat Fastback e Peugeot 2008. Enquanto a Ram prepara a chegada da picape Dakota em 2026, marcas chinesas como GWM e OMODA aceleram lançamentos de alto impacto, como o SUV de luxo Wey 07 e o OMODA 5 HEV, com este último esgotando seu primeiro lote de pré-venda em menos de uma semana.
Após alguns dias, voltamos com a nossa coluna mais dinâmica e atualizando você dos principais fatos automotivos e relacionados, como tecnológicos, econômicos, entre outros.
Se você observar nas ruas facilmente vai perceber que as montadoras chinesas já respondem por 10% das vendas de carros de passeio no Brasil, isso, em menos de quatro anos desde a chegada de BYD e GWM.
O Brasil se tornou um dos principais destinos da expansão chinesa, com as vendas de veículos asiáticos crescendo sete vezes nos últimos três anos.
A BYD lidera esse movimento, detendo 4,3% do market share e ocupando o 8º lugar entre as marcas mais vendidas de janeiro a setembro de 2025.
Neste ano, 15 marcas chinesas já comercializaram carros no país, com destaque para BYD, Chery, GWM, Jaecoo e Omoda.
A rápida popularidade se deve, em parte, ao apelo tecnológico e ao bom custo-benefício dos modelos híbridos e elétricos, que podem custar até 1/5 do preço de seus similares europeus.
Em resposta ao novo cenário, o governo reintroduziu gradualmente o imposto de importação sobre híbridos e elétricos, que voltará ao teto de 35% em julho de 2026.
A alíquota máxima de 35% será aplicada a todas as categorias a partir de janeiro de 2027, inclusive aos veículos que tiverem montagem final no país.
Essa mudança explica a corrida das marcas chinesas para consolidar suas operações e produção nacional, como a GWM em Iracemápolis (SP) e a BYD em Camaçari (BA).
Enquanto isso, a Stellantis reforça sua estratégia de descarbonização e o compromisso com a engenharia nacional, com um investimento recorde de R$ 32 bilhões na América do Sul.
A empresa exibiu no Congresso SAE Brasil 2025 os modelos Fiat Fastback e Peugeot 2008 equipados com a tecnologia Bio-Hybrid, desenvolvida e produzida localmente.
O Bio-Hybrid é o primeiro passo da Stellantis para uma matriz múltipla de propulsão, que combinará motores flex mais eficientes, motores elétricos e sistemas híbridos otimizados para o etanol.
O Polo Automotivo de Betim (MG) é o hub global da Stellantis no desenvolvimento do Bio-Hybrid, contando com o TechMobility, o maior Centro de Desenvolvimento de Produto & Mobilidade Híbrida-Flex da América Latina.
A tecnologia Bio-Hybrid nacional confere à Stellantis uma vantagem competitiva, oferecendo soluções de eletrificação adaptadas ao etanol, em contraste com modelos importados ou menos otimizados para o biocombustível.
Em paralelo, a Ram, marca do grupo Stellantis, revelou as primeiras imagens oficiais da versão de produção da nova picape Dakota, com lançamento confirmado no Brasil para 2026.
A Ram Dakota, que resgata um nome tradicional, será fabricada no hub de picapes da Stellantis em Córdoba, na Argentina, e promete unir os pilares de Força, Capacidade, Luxo e Tecnologia.
A revelação do interior luxuoso e tecnológico da Dakota sugere um posicionamento premium no segmento de picapes médias, desafiando a concorrência tradicional.
Já a OMODA & JAECOO surpreendeu o mercado com o OMODA 5 HEV, que esgotou o estoque do primeiro lote de pré-venda em menos de uma semana.
O OMODA 5 HEV, um SUV híbrido com design arrojado e tecnologia SHS (Super Hybrid System), teve a oferta de unidades do próximo lote aumentada em 200% para atender à forte demanda e manter o preço especial abaixo de R$ 170 mil.
Outra chinesa, a GWM, iniciou as reservas antecipadas do Wey 07, um SUV híbrido plug-in de luxo e seis lugares, com depósito de R$ 9 mil.
O Wey 07 será um dos SUVs mais potentes do mercado, equipado com o sistema híbrido inteligente Hi4 de 517 cv e entre-eixos de 3.050 mm, focado em sofisticação e conforto extremo.
A GWM mira no topo do segmento premium com o Wey 07, enquanto o sucesso do OMODA 5 HEV demonstra que o consumidor brasileiro está receptivo a novas marcas que ofereçam tecnologia híbrida com preços competitivos.
A corrida das chinesas para a nacionalização da produção e o investimento da Stellantis em tecnologia Bio-Hybrid indicam que o futuro do mercado será dominado pela eletrificação e por uma intensa competição tecnológica.
Mecânica Online® – Mecânica do jeito que você entende.
Bio-Hybrid – Tecnologia de propulsão híbrida desenvolvida pela Stellantis no Brasil, otimizada para ser compatível com o uso do etanol (biocombustível) em sua matriz múltipla.
SHS (Super Hybrid System) – Sistema de propulsão híbrida exclusivo da OMODA & JAECOO, focado em alta eficiência energética e baixo consumo de combustível.
Market share – Expressão que indica a fatia de mercado de uma empresa ou marca, representando sua porcentagem das vendas totais de um setor.
Hi4 (Hybrid Intelligent 4WD) – Sistema híbrido plug-in inteligente da GWM que gere a tração integral e a energia de forma otimizada, garantindo alta performance e eficiência.
Coluna Mecânica Online® com Tarcisio Dias – Aborda aspectos de manutenção, tecnologias e inovações mecânicas nos transportes em geral. Menção honrosa na categoria internet do 7º e 13º Prêmio SAE Brasil de Jornalismo, promovido pela Sociedade de Engenheiros da Mobilidade. Entre as mais Admiradas colunas Automotivas do Brasil em 2025. Distribuição gratuita nos dias 10, 20 e 30 de cada mês.
https://mecanicaonline.com.br/category/engenharia/tarcisio_dias/