Apesar de o setor de carros leves amargar consequentes retrações na venda de veículos, ocasionando crise na produção e demissões em massa, o segmento de blindagem de veículos permanece em plena ascensão.
Segundo dados da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), em 1995, a frota de blindados no país somava 388 veículos. Mais de vinte anos depois, esse montante ultrapassa, com folga, os 160 mil.
Um crescimento bastante significativo, responsável por alçar o Brasil à liderança mundial neste tipo de processo, ultrapassando países tradicionais como Estados Unidos e México.
Paralelamente a estes dados, crescem de forma acelerada, em território nacional, os índices de violência urbana, com aumento nos números de homicídios e roubos de veículos.
Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, há mais assassinatos no Brasil do que em países que estão em guerra. Na Síria, por exemplo, em quatro anos, morreram 256 mil pessoas.
No Brasil, no mesmo período, quase 279 mil. E os casos que mais crescem são aqueles ligados ao latrocínio – roubos seguidos de morte (crescimento de 7,8% em 2015).
Para o especialista em segurança e blindagem de veículos automotivos, Glauco Splendore, a busca por proteção particular é, cada vez mais, uma preocupação das famílias brasileiras, que têm deixado de investir em outras frentes para garantir este tipo de segurança.
“Temos notado que o crescimento da violência e a sensação de insegurança vêm acompanhando o desejo de se criar alternativas de proteção. As pessoas, muitas vezes, deixam de fazer viagens ou investir na compra de um veículo zero quilômetro para realizar a blindagem”.
Splendore chama a atenção, ainda, para um outro fator que vem marcando esta crescente busca – o maior envolvimento da classe média.
“Se antes quem blindava o veículo era o grande empresário, o artista e o político, hoje, pelo que tenho notado, a classe média vem sendo um dos maiores consumidores deste serviço”.
Com mais de mil blindagens realizadas e uma vasta experiência em todo o processo, o especialista destaca, no entanto, que não só por tratar-se de um investimento significativo – custa, em média R$ 57 mil – é preciso garantir a efetiva segurança ao optar pela blindadora parceira.
“Estamos lidando com vidas. E vida só tem uma. Não existe margem para erros ou jeitinho”, ressalta.
Obter referências documentais da blindadora, conferir minunciosamente o material utilizado e acabamento interno, conhecer o sistema de testagem e obter garantias de que todos os itens, como vidro, portas, ar-condicionado e comandos do veículo estão funcionando perfeitamente ao sair da fábrica são algumas das orientações do especialista.
Além de todos estes cuidados, o profissional destaca que é, literalmente, vital para garantir a tranquilidade do cliente, conhecer as certificações da empresa e saber se ela segue todas as normas, exigidas pelo Exército Brasileiro para obtenção da licença de blindagem.
“Se houve uma falha na blindagem, por mínima que seja já não há garantia da proteção”, ressalta Splendore, que inaugura, neste mês, em São Paulo, a empresa Splendore Blindagem. “É um segmento que deverá ter um crescimento entre 15% a 20% neste ano”, enaltece.