Em uso diário, a embreagem Citymatic (fabricada pela empresa alemã Luk) funciona bem e com surpreendente brandura. Motoristas menos sensíveis passam até a “dirigir” melhor, já que não há trancos nem nas reduções. É só tirar um pouquinho o pé do acelerador e jogar a marcha e pisar de novo, que tudo acontece muito rapidamente, sempre com suavidade. O Citymatic dá a rudes barbeiros os dotes de um refinado motorista.
Num sinal, deixando a primeira engrenada, esse Palio anda um pouquinho como se tivesse câmbio automático. Saindo da imobilidade numa subida, deve-se acelerar com vontade para não retroceder (pode-se recorrer ao freio de mão). E há recursos de segurança. É impossível ligar o carro com uma marcha engrenada. Se a porta estiver aberta, um apito faz-se ouvir. O mesmo acontece quando se joga a marcha errada — terceira para sair da vaga, por exemplo.
Os reacionários dirão: a embreagem automática é mais uma coisa para quebrar. Pode ser, mas o sistema já prevê panes e tem um dispositivo para não deixar o motorista a pé.
Um detalhe que conta pontos é o preço: o sistema Citymatic é oferecido como opcional apenas na versão ELX 1.0 e custa menos de R$ 750.
Problema? Só a falta de força do motor Fiasa 1.0. Como todo Palio “mil”, o Citymatic põe a ciência em prova nas ultrapassagens e subidas. Ao menos, esse motor será substituído no fim do ano.
Por enquanto, o opcional não foi descoberto pelo consumidor. Entre janeiro e o fim de abril, apenas 1.600 Palio Citymatic foram vendidos.
As embreagens automáticas foram comuns na Europa nos anos 60. E foi nessa época que a fábrica DKW-Vemag lançou o sistema Saxomat no Brasil.
Como no Palio Citymatic, havia apenas dois pedais e as marchas eram passadas manualmente. Mas o projeto era bem diferente, por força centrífuga, contrapesos e vácuo.
A embreagem Saxomat era produzida pela Sachs e oferecida como opcional nos DKW Fissore, Belcar e Vemaguet. Nunca caiu no gosto dos brasileiros.