A indústria vai mudar mais nos próximos 5 anos do que mudou nos últimos 50 anos. Foi assim que Plinio Cabral Jr., Diretor de Engenharia Elétrica e Thermal da GM South America, iniciou a palestra “Mobilidade e as tendências dos veículos elétricos no Brasil e no mundo”, no dia 27 de setembro, na Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais, em Santo André/SP.
A frase é de Mary T. Barra, CEO da General Motors Company, e os veículos elétricos são um dos fatores que impactarão o futuro.
“Os veículos elétricos estão vindo para ficar, estimulados pelas leis de emissões, agora, bastante rigorosas”, afirmou Cabral.
Atualmente, a China e os Estados Unidos são os países mais desenvolvidos quando se trata de veículos elétricos.
Durante a palestra, Cabral afastou o risco de desabastecimento de energia elétrica no Brasil.
“Em curto prazo, no qual as previsões indicam uma frota de pouco mais de 14 mil veículos, o risco de desabastecimento é praticamente zero”, comentou.
Mas o País ainda precisa evoluir muito. Nos Estados Unidos são 48 mil pontos de recarga.
O Brasil conta apenas com 155 pontos de recarga. Há também a questão de conectores para recarga.
“São três tipos e o Brasil optou pelo mesmo que é utilizado na comunidade europeia”, disse o executivo, explicando que o ideal era ter apenas um conector universal para todos os países, já que não há como usar adaptadores devido à periculosidade.
A General Motors quer ser líder em processo de eletrificação e já divulgou que as vendas do elétrico Bolt deverão iniciar em 2019 no Brasil, tendo como base a visão da GM Global, que compreende três pontos – zero acidentes, zero emissões e zero congestionamento.
O novo Bolt será equipado com motorização Powertrain, que desenvolve 203 cv (150kW), rotação máxima de 8.810 rpm e 148 km/h de velocidade máxima em 6,5 segundos (0-96 km/h) e contará com refrigeração líquida.
A bateria de íons de lítio de 60 kwh com 429 kg e 288 células, que faz parte do chassi, gerará autonomia média de 383 km, segundo Cabral.
As rodas dianteiras terão frenagem regenerativa, os pneus autovedantes e o veículo contará com 8 anos de garantia.
Há também vários itens para segurança ativa, entre eles, câmera 360º, aviso de mudança de faixa e de tráfego traseiro cruzado e alerta de colisão frontal.
Para completar a bateria do zero, num carregador público ou residencial de 240 volts, serão necessárias, pouco mais de 9 horas, comentou o executivo.
Em carregadores de alta velocidade – já disponíveis nos Estados Unidos – esse tempo é reduzido para três horas, sendo que com 1 hora de carga, a bateria chega a 80% de autonomia.
“Assim, é possível carregar o carro enquanto se almoça num restaurante com a família, em locais que venham a dispor desse dispositivo”, explica.
Para João Moura, presidente da Abrafiltros “a eletrificação de veículos é não somente realidade, mas uma oportunidade de novos negócios, a partir da chegada de novos entrantes que passarão a interagir com as necessidades de mercado. Sempre nos adequamos e moldamos ao futuro que se apresenta e com a área de filtros, não será diferente. Todavia, é preciso estar preparado”.
A palestra fez parte do Ciclo de Palestras Abrafiltros 2018, que são encontros mensais para discussão de temas relacionados ao segmento de filtros e também ao contexto sócio econômico do Brasil e do mundo.
Em 25 de outubro, a Abrafiltros realizará a palestra “A importância da transformação digital nos ambientes de aprendizagem” e terá como palestrante o reitor do Instituto Mauá de Tecnologia, Prof. Dr. José Carlos de Souza Jr.
Para inscrever-se, basta acessar o site www.abrafiltros.org.br e trazer no dia do evento 1kg de alimento não perecível.
A arrecadação faz parte da campanha de doação de alimentos do dia das crianças.
Todo alimento arrecadado será doado para a aldeia indígena Krukutu.