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Mecânica em Dias | A velocidade da evolução do som automotivo

“No toca-fita do meu carro, uma canção me faz lembrar você…”, assim começa a canção – No Toca-Fita, de Bartô Galeno – e não pense você que o especialista aqui está com dor de cotovelo, mas sim, observando que ao passar do tempo, a evolução acontece para todos, até mesmo na hora de ouvir música dentro do automóvel.

O que para muitos é algo mais que normal, a ideia de ouvir músicas no automóvel surge nos Estados Unidos em 1929 e tão rapidamente, um ano depois, já tem seu primeiro modelo de produção a ser fabricado pela Motorola.

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Nessa época eram necessários dois homens para realizar o processo de instalação do “auto rádio”, durante vários dias, considerando a necessidade de desmontagem completa do painel para que receptor e alto-falante único pudessem ser montados, além do teto do veículo que precisava ser cortado para colocar a antena.

Motorola 5T71, lançado em 1930 pela Galvin Manufacturing Company – O nome veio da junção de motor (em alusão aos carros) e o sufixo -ola, na época associado a sistemas de áudio como “radiola”. Era apenas um rádio AM valvulado, com um pequeno dial para ser preso à coluna de direção e um alto-falante com caixa de madeira.

O homem e a relação com a música – Durante recente viagem que fiz na Alemanha, tive a oportunidade de visitar na cidade de Bruchsal, o Museu de Caixas de Música. Por três andares do castelo foi possível vivenciar toda a história das caixas de músicas alemãs, com peças impecáveis. Uma experiência única. Não creio que em qualquer outro lugar do mundo seja possível encontrar um acervo tão grandioso e tão preservado!!!

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Lá, entre as cerca de 500 caixas de música temos o desenvolvimento da produção artesanal nos séculos 17 e 18 e o seu auge no final do século 19, e seu papel na época da grande depressão na década de 1920. É possível ouvir pianos e violinos, realejos, relógios musicais, figuras automáticas.

Uma viagem sonora em ambientes fiéis a época aonde se usavam estas mágicas máquinas de som, como salões de beleza, restaurantes e mercados de outros tempos!

Já ao final da visita, em um dos últimos corredores, observo elementos que surgiram na década de 50 e revolucionaram o automóvel, aliás, o som automotivo.

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A primeira das revoluções foi o rádio FM, lançado pela Blaupunkt em 1952. Em 1955 a Chrysler lançou o primeiro sistema a usar uma mídia externa. Não eram fitas nem cartuchos, mas sim um tocador de discos de vinil. Batizado de Highway Hi-Fi, ele era, resumidamente, uma vitrola que funcionava em rotações mais baixas e tinha o braço da agulha reprojetado e balanceado para não riscar os discos nem pular músicas nas irregularidades do piso. O maior problema, contudo, era a fragilidade decorrente da complexidade do mecanismo, e por isso a Chrysler tirou o sistema de catálogo em 1959.

Os alemães da Becker voltaram a inovar e, em 1963, lançaram o Monte Carlo, o primeiro rádio automotivo totalmente transistorizado. Em 1965 Ford e Motorola se uniram para produzir um sistema mais simples baseado em mídias externas. Neste caso, um cartucho de fita magnética com oito pistas (o chamado eight-track nos EUA).
A grande inovação da década de 1970 foi a fita cassete. Elas já eram bastante utilizadas em gravadores domésticos e profissionais quando alguém pensou em criar um rádio automotivo capaz de reproduzi-las.

Os cassetes eram mais práticos de armazenar e tinham mais qualidade que os cartuchos, mas a principal vantagem era que você poderia gravar a fita com as músicas que mais gostasse.

Surgiu assim a cultura da “mixtape“, que marcou as décadas seguintes. Muitos dos que hoje fazem a internet acontecer nunca gravaram uma fita com suas músicas, lado A, lado B, rebobinar, procurar a música. As fitas nos automóveis levaram um bom tempo de aplicação.

Mas a geração atual é de renovação, com a diferença de ser rápida, ou seja, o moderno de hoje, já pode ser ultrapassado amanhã. É a velocidade da evolução!

Da fita partimos para o CD-ROM e sua boa relação de custo e principalmente qualidade. Na sequência o que muda é o formato de decodificação do arquivo da música, denominado MP3. Com músicas menores, ampliamos a capacidade das músicas em um único disco. Mais de 160 músicas, mais de 10 horas de músicas ininterruptas!

E você nem conseguiu montar sua coleção de CDs ou mesmo MP3 e quando olha no mercado, já surge um veículo sem unidade de leitura de CD-ROM. Como assim?

O formato agora pede um novo elemento, é o Pen Drive ou Memória USB Flash Drive. Um dispositivo de memória constituído por memória flash, com aspecto semelhante a um isqueiro. Surgiu no ano de 2000, com o objetivo de substituir o disquete, resgatar dados de computadores estragados, realizar backup com mais facilidade, abrigar determinados sistemas e aplicativos mais utilizados.

Possui diferentes capacidades de armazenamento que varia entre 64 megabytes e 80 gigabytes. Ou seja, toda sua discoteca em um único pen drive. Se este for bem cuidado, pode desempenhar suas funções por até dez anos. Alguns carros chegaram a colocar discos rígidos em seus sistemas multimídia, ampliando a capacidade de armazenamento.

Agora sim! Vamos começar um novo ciclo! Para ficar no salão, é preciso dançar rápido, pois o ritmo muda. O pen drive de hoje já começa a perder espaço para o streaming, diretamente do celular para o som do carro, permitindo assim uma convergência de mídias.

E o streaming do celular já tem concorrência das webrádios. Tudo isso sem falar no armazenamento através da nuvem, que vai permitir encontrar as mesmas músicas no automóvel, celular, em casa ou qualquer lugar que você desejar.

Pelo menos, por enquanto, uma pesquisa recente mostrou que 90% dos ouvintes também estão ouvindo ainda suas rádios AM e FM, mostrando que, pelo menos por enquanto, o rádio terrestre continua a ser uma escolha por conta do hábito, facilidade de uso e conteúdo ao vivo e local, como trânsito, notícias e tempo (prestação de serviço).

Segundo ela, as empresas de rádio terrestre devem continuar a se concentrar nesses serviços e se prepararem para o tsunami praticamente iminente das webradios embarcadas nos carros.

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