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Manhã de Tecnologia Automotiva SAE BRASIL apresentou inovações na Automec

Inovações em tecnologias aplicadas ao powertrain, e aos sistemas de gerenciamento de chassis e de frotas, novas transmissões para veículos de passeio e comerciais e a transição dos propulsores a combustão para híbridos, elétricos e autônomos foram os temas apresentados na Manhã de Tecnologia Automotiva SAE BRASIL durante a Automec 2017.

Dirigido a engenheiros, técnicos, profissionais da rede de distribuição de autopeças e provedores de serviços automotivos, o encontro foi aberto por Mauro Correia, presidente da SAE BRASIL e do Grupo CAOA, que destacou a importância da indústria automobilística para a economia brasileira e da engenharia para tornar a mobilidade uma experiência cada vez mais agradável ao usuário.

Diferentes focos na eficiência da mobilidade e novas tecnologias disponíveis nos veículos para powertrain, sistemas de monitoramento de pressão dos pneus, diagnóstico preditivo de falhas, formas eficazes para gerenciamento de frota e soluções aliadas a softwares inteligentes no aftermarket foram abordados pela equipe de especialistas da Bosch.

Erwin Franieck, gerente de engenharia de Sistemas a Gasolina da empresa, destacou a evolução das tecnologias para performance da bomba de combustível e redução da carga do sistema elétrico veicular, com redução de consumo de 1,0 a 2,5% e de emissões de CO2 de até 2,4 g/km, entre outras.

Franieck apontou grande potencial a ser desenvolvido nas áreas de eficiência energética, demandas de vida útil de produto e de sistemas como o Start stop.

“Essas e outras evoluções serão encontradas cada vez mais no mercado, a indústria vem trabalhando forte nessa tendência”, apontou.

Heldrey Maciel, chefe de Aplicação de Sistemas de Controle de Chassis da Bosch, mostrou o desenvolvimento de soluções de software para novo sistema indireto de medição de pressão dos pneus com três métodos: TPM-C (Tire Pressure Monitoring-Circunference Method), que mede a circunferência da roda; TPM-F (Tire Pressure Monitoring-Frequency Method), que verifica avarias do pneu e atende as legislações americana e europeia, e TPM-S (Tire Pressure Monitoring-Sensor), transmissão na frequência de rádio da informação da pressão com sensor de válvula em cada roda, que avisa o motorista para fazer avaliação geral e manutenção da calibragem.

Carlos Pereira, gerente de Operações e Vendas de Serviços da Bosch, abordou a estratégia 3S do Grupo Bosch (sensores, softwares e serviços), que se integram para oferecer ao usuário – sistemista, usuário da frota, usuário final do veículo ou uma cidade – a melhor experiência possível, baseada em informações, como custos, combustível, tempo, modal, preferência e satisfação, armazenadas na nuvem da Internet das Coisas da própria Bosch.

Roger Guilherme, gerente de Conceitos de Powertrain da Volkswagen, apresentou uma das respostas da empresa para a eficiência energética, a tecnologia TSi, aplicada a várias famílias de motores, usando como exemplo a versão 1.0 mais recentemente lançada.

“A eficiência energética é uma necessidade, mas procuramos manter e até superar a performance atual dos motores em nome do prazer de dirigir”, disse, ao mostrar os resultados das ações de downsizing da marca e aspectos técnicos do uso de turbo compressores em motores pequenos com injeção direta e controle de abertura variável das válvulas.

Rodrigo Florêncio, gerente de projetos da Magneti Marelli, mostrou o sistema de transmissão Free choice, que substitui o acionamento manual de uma transmissão manual convencional por sistemas eletro-hidráulicos.

A unidade eletrônica de controle comanda o acionamento da embreagem, a seleção e o engate das marchas em modo autônomo.

“A atuação eletro-hidráulica dos movimentos do câmbio é caracterizada por maior velocidade na atuação com melhoria de desempenho, esportividade e conforto” explicou. Segundo Florêncio, o sistema pode ser aplicado em veículos com diferentes gamas de motorização, inclusive carros de entrada.

“A tecnologia é também aplicada em veículos comerciais”, afirmou.

“O desenvolvimento de uma transmissão para caminhão não é trivial: há muitas variáveis a considerar, de acordo com gama de aplicações muito distintas”, afirmou Henrique Uhl, gerente de Mercado e Planejamento de Produto da Eaton, que destacou a automação da transmissão como forte tendência nos mercados.

Uhl falou de tecnologias empregadas nos sistemas automatizados de transmissão que por meio de softwares inteligentes conseguem medir, por exemplo, a carga do veículo, para fazer a troca adequada da marcha.

“Tudo o que o motorista faria o software faz, baseado em dados bastante precisos do veículo”, apontou.

As transmissões automatizadas para caminhões pesados e médios a Eaton não usam sincronizador. A sincronização é feita por software e freios de inércia agregados na transmissão.

Marcelo Ernesto, gerente de Serviço de Campo da Eaton, falou dos benefícios da automação, entre os quais a otimização do custo operacional, e ressaltou que a tecnologia não substitui o bom motorista.

“As proteções que o sistema oferece fazem com que o veículo fique maior tempo disponível na operação, reduzindo o desgaste da embreagem e evitando falhas como fraturas frágeis de dentes de engrenagem, torções de cardã e quebras de ponta de eixo, entre outras”, exemplificou.

Ernesto destacou a melhoria da qualidade de vida do motorista, que sente menos cansaço físico com o sistema automatizado.

“Levantamento que fizemos com caminhão de aplicação urbana em 1.200km registrou a média de 22 engates por km feitos pelo motorista, só isso pode medir a satisfação gerada pelo uso da transmissão automatizada”, lembrou.

“O veículo elétrico pode demorar, mas vem, passei 30 anos da vida trabalhando com powertrain e os novos engenheiros que estão aqui hoje vão pegar 30 anos bastante diferentes. Alguns gostam mais outros menos do barulho do motor a combustão, mas isso vai mudar”, anunciou Paulo Gentil, diretor de Operações da NETZ Automotiva, que abordou a transição do veículo a combustão para os híbridos, elétricos e autônomos.

O especialista enumerou os desafios do futuro bem próximo, como aumento da população mundial e das megacidades até 2050, escassez de energia e recursos naturais, legislações mais restritivas em relação a emissões de poluentes e ruídos, demandas cada vez maiores para energia limpa e renovável, relacionando-os à tendência de eletrificação veicular e à necessidade mundial de alternativas tecnológicas híbridas.

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