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Avaliação | Renegade Longitude 2.0 Turbodiesel 4×4: disposição para as aventuras dentro e fora da cidade

Não é a toa que o Jeep Renegade, fabricado em Pernambuco, vem conquistando cada vez mais novos clientes. O modelo que resgata o clássico aponta para o futuro com itens de tecnologia e conforto, e quando comparado com seus principais concorrentes, também é destaque na oferta de preços e benefícios.

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Enquanto a versão bicombustível deixa a desejar no aspecto dinâmico, quando a relação peso x potência deixam o Renegade de certa forma mais lento, pesado, a versão diesel chega com mais disposição para enfrentar os desafios dentro e fora da cidade.

Por R$ 114.900 você encontra no site da Jeep a versão Longitude que avaliamos. A partir de R$ 99.900 já é possível encontrar a versão Sport com motorização também diesel, sendo assim o modelo diesel mais barato nesse segmento.

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Completo, incluindo o teto móvel My Sky, o veículo se aproxima de R$ 143.000 com pintura sólida. O valor é alto e se distancia muito da proposta da versão 1.8 Flex, que parte de R$ 72.900.

O Renegade Diesel 4×4 tem porte e disposição para encarar estradas de terra bem ruins, mas sem perder itens de conforto ou mesmo de segurança. Nossa avaliação aconteceu em Recife, capital do Estado onde o Renegade é produzido, na cidade de Goiana.

São 4,24 metros de comprimento que exploram robustez e estilo próprio inspirado no clássico CJ, as grades com barras verticais remetem aos famosos modelos da marca na Segunda Guerra. Nos faróis encontramos o “X” alusivo ao galão de gasolina do “Jeep”, presente também nas lanternas traseiras, quadradas e bem posicionadas.

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Para-brisa e teto reto só reforçam a impressão real de robustez, bem como as grossas colunas C. No teto, as duas tampas do My Sky são feitas em poliuretano e se parecem com fibra de carbono, sendo que a primeira possui acionamento elétrico e ambas podem ser removidas. Uma bolsa fica localizada no porta-malas para acomodar os dois tetos.

As portas pequenas ampliam a sensação de robustez externa e já preveem o que o motorista vai encontrar no espaço interno. Pequeno. Não é apertado, mas justo. Muitas pessoas tem a impressão que o Renegade é muito grande por fora, mas quando entram no modelo, logo ficam com a impressão que é pequeno.

O porta-malas compromete o conjunto com apenas 260 litros e com a bolsa do My Sky, perde um pouco mais de espaço. No entanto, o estepe é igual ao conjunto rodante.

O painel tem aspecto moderno, nota-se o emprego de materiais que aparentam boa resistência, bem como um visual que remete ao off-road, destacando-se os tapetes de borracha e a alça frontal no lado do passageiro.

O cluster com display multifuncional em TFT chama atenção e faz o jipinho parecer um carro muito mais caro. Colorido e com visual que impressiona, apresenta informações de mídia, telefonia, navegação, serviço, configuração, entre outros.

O conjunto de instrumentos é muito completo e é mais do que suficiente. A central multimídia Uconnect também é outro item muito bom. Tem navegador, Bluetooth, câmera de ré e reconhecimento de voz. Completo, ele também tem entrada e partida sem uso de chave e sensores de chuva e crepuscular. Fique esperto na hora de configurar o modelo quando da realização da compra.

Há muito mais na versão Longitude com pacote completo, incluindo sistema de som Beats com 8 alto-falantes, incluindo um subwoofer no porta-malas.

Há lanterna de LED no bagageiro, ar condicionado dual zone, tomada de 127V, painel com material emborrachado, bancos em couro, volante multifuncional completo e com paddle shifts.

Os detalhes do acabamento são interessantes, pois o modelo é recheado de referências à marca Jeep (os chamados Easter Eggs). Tanto por fora, quanto por dentro, você vai encontrar muito deles.

É fácil encontra-los sob a tampa do porta-malas, nos alto-falantes das portas, acima da multimídia (since 1941), na vigia da tampa traseira (há alguma coisa andando por lá…), no lado direito do para-brisa (desenho do modelo clássico), dentro do porta-objetos central e no bocal do tanque, por exemplo, onde uma simpática aranha manda seu recado: “ciao baby”.

A robustez externa chega no pedal do acelerador – A primeira sensação é que o Renegade é um veículo pesado. A versão Longitude pesa 1.636 kg, mas a agilidade do motor diesel vence fácil a inércia e mostra disposição. A vibração característica do motor diesel não é um incomodo, mas um aviso: ele não está para brincar.

O motor 2.0 Multijet tem 16v, turbocompressor, injeção direta e intercooler. Com 170 cv a 3.750 rpm e 35,7 kgfm a partir de 1.750 rpm, ele entrega muita disposição no dia a dia e puxa bem o pequeno peso pesado. A transmissão ZF 9HP combina bem com a motorização..

As mudanças de marcha são bastante suaves, mas em marcha lenta, redução para primeira e na ré, o condutor sente levemente um tranco. Fica a impressão de que você está realmente em um Jeep com foco na robustez. Não há nada de feixes de molas ou três diferenciais como antigamente.

A suspensão é independente nas quatro rodas e o sistema de tração permanente vem com quadro modos de operação: Auto, Mud, Sand e Snow. No Trailhawk ainda tem o Rock. Isso sem contar controle de descida, 4×4 permanente e 4×4 reduzido.

Ou seja, nada que passe a impressão de baixo custo tecnológico. Isso sem contar TCS, ESP, assistente de partida em rampa, freio de estacionamento eletrônico, entre outros.

Com boa posição de direção, a impressão geral é de segurança com o reforço das cinco estrelas no Latin NCAP.

Saídas rápidas e retomadas podem surpreender os passageiros. A sensação de solidez estrutural é grande e o veículo fica sempre à mão.

A direção elétrica não é muito leve, mas atende bem à proposta do veículo, assim como os freios. A suspensão tem um bom ajuste, é firme. Em ruas de asfalto ruim, bloquetes e paralelepípedos, sentimos um pouco as imperfeições por conta dos pneus de perfil baixo.

O condutor pode ainda explorar a transmissão de nove marchas (com motor diesel até parece um caminhão…) mudando as posições na alavanca ou nas borboletas atrás do volante. O nível de ruído é condizente com a proposta do carro.

Se você gosta de chamar realmente a atenção, fique esperto na hora de ativar o travamento das portas através do alarme. O som que o modelo emite é muito alto e nos faz lembrar o aviso sonoro de um forno de microondas. Tanto na abertura, quanto no travamento, o aviso sonoro incomoda.

Na estrada, o Renegade se comporta bem, mas seu formato se faz ouvir junto das colunas A, dada a turbulência gerada pelo vento. Rodando a 110 km/h, ele gira a 1.700 rpm, garantindo menor ruído do motor e alguma economia. Durante nossos testes alcançamos a marca de 13,5 km/litro na estrada. Na cidade, o melhor foi 9,2 km/litro.

Por fora da cidade – O novo SUV da Jeep se mostra muito valente no off-road. Mesmo com pneus inapropriados para aventuras mais ousadas, o 4×4 da marca americana entra com tudo e não pede para sair.

Com 4×4 acionado, assim como o modo Sand (lama), entramos num lamaçal fundo. O Renegade passou sem exigir nada mais do que uma leve e constante aceleração.

O sistema de tração nas quatro rodas modula de forma perfeita a força em cada roda em várias situações, com o condutor escolhendo entre três opções de atuação no fora de estrada.

O motor tem muita força em baixa e ajuda bastante quando se exige mais disposição, bem como o câmbio, reduzido e pronto para subir ou descer ladeiras com eficiência, ainda mais com o controle de descida, que dispensa o uso do freio.

Os bons ângulos de entrada e saída do Renegade favorecem a condução em locais com obstáculos grandes, tais como transposição de riachos, valetas, barrancos e trechos com muitas pedras grandes pelo caminho, entre outros.

Sem dúvida, com bons pneus lameiros ou mesmo aqueles de uso misto, o Jeep Renegade 2.0 vai ser um bom companheiro em aventuras mais radicais pelo país a fora.

Na realidade brasileira, o preço de R$ 114.900 não deve ser comparado com os demais SUV compactos, muito menos com o carro completo. Ou seja, o Renegade diesel é para um público de maior poder aquisitivo e com espírito aventureiro, acima de tudo. Ele pode ficar ainda mais caro com os muitos acessórios disponíveis e exige R$ 6.429 em revisões até 120.000 km, sendo necessária apenas uma por ano.

Até 60.000 km, o proprietário gastará R$ 2.748, valor correspondente ao de muitos compactos de entrada. As revisões são feitas a cada 20.000 km e em apenas seis visitas, o veículo já estará com seis anos de uso. E então? Diante de tudo isso, o Jeep Renegade 2.0 Turbo 4×4 se converte em uma opção muito boa no segmento de SUV diesel. Para suas pretensões, vale a pena sim.

E o reconhecimento ao Jeep Pernambucano já começa a se converter em prêmios. Na premiação Carro do Ano 2015, promovido pela Revista Auto Esporte e conta com a participação do Mecânica Online® o modelo conquistou o principal prêmio: Carro do Ano 2016. Agora é aguardar os demais prêmios que acontecem até o final do ano.

Ficha Técnica do Jeep Renegade Longitude 2.0 Turbo 4×4

Motor/Transmissão
Número de cilindros – 4 em linha, turbo
Cilindrada – 1956 cm³
Potência – 170 cv a 3.750 rpm (diesel)
Torque – 35,7 kgfm a 1.750 rpm
Transmissão – Automática de nove velocidades e mudanças manuais na alavanca ou paddle shifts
Tração – Nas quatro rodas com reduzida e bloqueio do diferencial

Desempenho
Aceleração de 0 a 100 km/h – 9,9 segundos
Velocidade máxima – 190 km/h
Rotação a 110 km/h – 1.700 rpm
Consumo urbano – 9,5 km/litro
Consumo rodoviário – 13,4 km/litro

Suspensão/Direção
Dianteira – McPherson/Traseira – Multilink
Direção: Elétrica

Freios
Discos dianteiros e traseiros com ABS e EDB

Rodas/Pneus
Liga leve aro 18 com pneus 225/55 R18

Dimensões/Pesos/Capacidades
Comprimento – 4.242 mm
Largura – 1.798 mm (sem retrovisores)
Altura – 1.716 mm
Entre-eixos – 2.570 mm
Peso em ordem de marcha – 1.636 kg
Tanque – 60 litros
Porta-malas – 260 litros.

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