terça-feira, 20 maio , 2025
28 C
Recife
Ofertas FIAT

Navio-aeródromo “São Paulo”: um novo (velho) porta-aviões

A Marinha brasileira recebeu oficialmente o substituto do NAeL “Minas Gerais”. O São Paulo, ex-Foch, chega para servir de base avançada dos caças A-4 Skyhawk recém-reformados

Um antigo desejo da Marinha brasileira está prestes a tornar-se realidade. Com a chegada ao Brasil do porta-aviões “São Paulo”, falta pouco para que a Marinha passe a operar um navio-aeródromo com aviões próprios, o que deve ocorrer a partir desse mês.

- Publicidade -

Depois de algum suspense e reviravoltas, o porta-aviões francês “Foch” foi comprado da Marinha francesa pela pechincha de US$ 12 milhões. A negociação, concluída em setembro do ano passado, permitiu ao Brasil dispor de uma plataforma adequada para operar os caças A-4 Skyhawk adquiridos do Kuwait em 1998.

Curiosamente, a Marinha precisou esperar o “Foch” sair de serviço na França, após 40 anos na ativa, para colocar em prática um plano que já existe desde quando o navio francês foi construído. É que na mesma época em que o “Foch” estava nos estaleiros, chegava ao Brasil o “Minas Gerais”, ex-HMS Vengeance, comprado da Inglaterra e reformado na Holanda.

O problema é que o famoso decreto que proibiu que tanto a Marinha quanto o Exército operassem aeronaves de asa fixa, engessou literalmente qualquer plano de operar adequadamente o “Minas Gerais”. Quando enfim o atual governo decidiu rever essa limitação, a Marinha não perdeu tempo e correu em busca de suprir essa antiga deficiência na sua estrutura. Falou-se até em reativar um dos velhos e enormes porta-aviões norte-americanos da classe Forrestal, mas no fim pareceu mais adequado e econômico negociar com os franceses a compra do “Foch”, gêmeo do “Clemenceau”. Ambos estavam sendo retirados de serviço e substituídos pelo porta-aviões nuclear “Charles De Gaulle”.

- Publicidade -

O “Foch” começou a ser construído em 1957 e foi posto em serviço em 1963. Na Marinha francesa, o navio participou de inúmeras missões no Líbano, em 1982 e na Guerra de Kosovo, em 1999. Ele também serviu como base de testes de validação da versão navalizada do caça de nova geração Dassault Rafale, em 1993.

Excetuando-se a formidável frota de porta-aviões norte-americanos, que supera em todos os aspectos qualquer outra força naval do mundo, o “São Paulo” passa a ser um dos poucos porta-aviões equipados com o sistema de decolagem por catapultas e aviões de decolagem convencional. A ele se somam o “Charles de Gaulle”, o “Kuznetsov”, da Rússia e, futuramente, um exemplar derivado do “Kuznetsov” e vendido para a Índia.

A nova belonave da Marinha brasileira chegou ao País no dia 16 de fevereiro, depois de 16 dias de viagem entre Brest, na França, e o Rio de Janeiro. O portentoso navio, com mais de 260 metros de comprimento e altura equivalente a um prédio de 20 andares, adentrou a Baía de Guanabara para fundear próximo ao Aeroporto Santos Dumont. Depois de uma rápida cerimônia, o navio foi apresentado à imprensa.

- Publicidade -

Na coletiva que concedeu, o comandante do “São Paulo” considerou o navio “um instrumento de paz” e disse que ele seria uma importante ferramenta para a vigilância de todo o litoral brasileiro. O “São Paulo” veio da França com 600 tripulantes brasileiros, mais uma pequena equipe de apoio da Marinha francesa.

A intenção da Marinha brasileira era que, já no início de março, o navio recebesse mais 600 tripulantes para treinamento e adequação aos sistemas visando a sua operação com aeronaves a partir de maio. Seu contingente aéreo deverá ser composto de 20 caças A-4 (AF-1), dez helicópteros Super Puma, armados com mísseis Exocet, para emprego geral e guerra anti-submarina, e sete helicópteros de emprego geral e transporte de tropas.

A Marinha revelou também que o “São Paulo” poderá ser operado em missões conjuntas com esquadrões da Marinha Argentina, o que permitiria aos pilotos do país vizinho voltarem a pousar em alto-mar com seus A-4 e Super Étendard, o que não ocorre desde a desativação do porta-aviões “25 de Mayo”, originalmente da mesma classe que o “Minas Gerais”.

Quanto ao “Minas Gerais”, a própria Marinha admite não saber ainda qual será o seu destino. Fala-se numa vida útil de mais quatro anos, quando ele poderia continuar prestando ótimos serviços para o País. Se o “São Paulo” seguir o exemplo do “Minas Gerais”, sua carreira na Marinha será bastante longa.

Ofertas FIAT

Matérias relacionadas

Ofertas FIAT
Novo Peugeot 2008

Mais recentes

Ofertas de Serviços Chevrolet

Destaques Mecânica Online

Avaliação MecOn

Novo Peugeot 2008