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Navio-aeródromo “São Paulo”: um novo (velho) porta-aviões

A Marinha brasileira recebeu oficialmente o substituto do NAeL “Minas Gerais”. O São Paulo, ex-Foch, chega para servir de base avançada dos caças A-4 Skyhawk recém-reformados

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Um antigo desejo da Marinha brasileira está prestes a tornar-se realidade. Com a chegada ao Brasil do porta-aviões “São Paulo”, falta pouco para que a Marinha passe a operar um navio-aeródromo com aviões próprios, o que deve ocorrer a partir desse mês.

Depois de algum suspense e reviravoltas, o porta-aviões francês “Foch” foi comprado da Marinha francesa pela pechincha de US$ 12 milhões. A negociação, concluída em setembro do ano passado, permitiu ao Brasil dispor de uma plataforma adequada para operar os caças A-4 Skyhawk adquiridos do Kuwait em 1998.

Curiosamente, a Marinha precisou esperar o “Foch” sair de serviço na França, após 40 anos na ativa, para colocar em prática um plano que já existe desde quando o navio francês foi construído. É que na mesma época em que o “Foch” estava nos estaleiros, chegava ao Brasil o “Minas Gerais”, ex-HMS Vengeance, comprado da Inglaterra e reformado na Holanda.

O problema é que o famoso decreto que proibiu que tanto a Marinha quanto o Exército operassem aeronaves de asa fixa, engessou literalmente qualquer plano de operar adequadamente o “Minas Gerais”. Quando enfim o atual governo decidiu rever essa limitação, a Marinha não perdeu tempo e correu em busca de suprir essa antiga deficiência na sua estrutura. Falou-se até em reativar um dos velhos e enormes porta-aviões norte-americanos da classe Forrestal, mas no fim pareceu mais adequado e econômico negociar com os franceses a compra do “Foch”, gêmeo do “Clemenceau”. Ambos estavam sendo retirados de serviço e substituídos pelo porta-aviões nuclear “Charles De Gaulle”.

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O “Foch” começou a ser construído em 1957 e foi posto em serviço em 1963. Na Marinha francesa, o navio participou de inúmeras missões no Líbano, em 1982 e na Guerra de Kosovo, em 1999. Ele também serviu como base de testes de validação da versão navalizada do caça de nova geração Dassault Rafale, em 1993.

Excetuando-se a formidável frota de porta-aviões norte-americanos, que supera em todos os aspectos qualquer outra força naval do mundo, o “São Paulo” passa a ser um dos poucos porta-aviões equipados com o sistema de decolagem por catapultas e aviões de decolagem convencional. A ele se somam o “Charles de Gaulle”, o “Kuznetsov”, da Rússia e, futuramente, um exemplar derivado do “Kuznetsov” e vendido para a Índia.

A nova belonave da Marinha brasileira chegou ao País no dia 16 de fevereiro, depois de 16 dias de viagem entre Brest, na França, e o Rio de Janeiro. O portentoso navio, com mais de 260 metros de comprimento e altura equivalente a um prédio de 20 andares, adentrou a Baía de Guanabara para fundear próximo ao Aeroporto Santos Dumont. Depois de uma rápida cerimônia, o navio foi apresentado à imprensa.

Na coletiva que concedeu, o comandante do “São Paulo” considerou o navio “um instrumento de paz” e disse que ele seria uma importante ferramenta para a vigilância de todo o litoral brasileiro. O “São Paulo” veio da França com 600 tripulantes brasileiros, mais uma pequena equipe de apoio da Marinha francesa.

A intenção da Marinha brasileira era que, já no início de março, o navio recebesse mais 600 tripulantes para treinamento e adequação aos sistemas visando a sua operação com aeronaves a partir de maio. Seu contingente aéreo deverá ser composto de 20 caças A-4 (AF-1), dez helicópteros Super Puma, armados com mísseis Exocet, para emprego geral e guerra anti-submarina, e sete helicópteros de emprego geral e transporte de tropas.

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A Marinha revelou também que o “São Paulo” poderá ser operado em missões conjuntas com esquadrões da Marinha Argentina, o que permitiria aos pilotos do país vizinho voltarem a pousar em alto-mar com seus A-4 e Super Étendard, o que não ocorre desde a desativação do porta-aviões “25 de Mayo”, originalmente da mesma classe que o “Minas Gerais”.

Quanto ao “Minas Gerais”, a própria Marinha admite não saber ainda qual será o seu destino. Fala-se numa vida útil de mais quatro anos, quando ele poderia continuar prestando ótimos serviços para o País. Se o “São Paulo” seguir o exemplo do “Minas Gerais”, sua carreira na Marinha será bastante longa.

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