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1929 e Segunda Guerra foram os momentos desafiadores para a GM do Brasil

Crise levou empresa a diversificar produção e investir na nacionalização dos veículos. De 1942 até 1945, a GM, assim como outras fabricantes, foi submetida ao comando militar e passou a montar veículos bélicos – A rápida expansão da produção e das vendas levou a General Motors do Brasil a adquirir uma vasta área em São Caetano do Sul, considerada, na época, um subúrbio longínquo em relação a capital paulista.

Em 24 de setembro de 1927, os tijolos começaram a ser assentados no local. Dois anos depois, em outubro de 1929, a fábrica já podia funcionar. No entanto aquele ano foi um dos marcos negros da economia norte-americana: o “crash” (quebra) das bolsas de Nova York e de Chicago.

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Os efeitos da crise tiveram repercussão mundial. No Brasil, as expansões de café reduziram-se drasticamente, ao mesmo tempo em que houve extrema desvalorização do dólar.

A GM do Brasil sofreu impacto semelhante ao da GM dos Estados Unidos, Canadá e Europa. As vendas no Brasil despencaram de 17,7 mil unidades, em 1929, para 4.051 em 1930; e 1.566 em 1932. Centenas dos seus 1.500 empregados perderam seus postos de trabalho.

Quando tudo parecia perdido, um fato foi fundamental para que a empresa superasse aquele momento difícil. A Revolução Constitucionalista, que aconteceu em São Paulo, no dia 9 de julho de 1932, foi provocada pela insatisfação da população com o governo de Getúlio Vargas.

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Por conta de intensa mobilização dos 7 milhões de habitantes do Estado de São Paulo, a GMB decidiu fechar as portas, temerosa do que pudesse acontecer com a produção diante do conflito. Para surpresa geral dos empregados, veio contraordem: retomar as atividades imediatamente.

O governo paulista havia adquirido o estoque inteiro de veículos da empresa e solicitava que a GMB voltasse a funcionar normalmente, junto a todo o setor, que participava da retaguarda civil da mobilização militar. A empresa passou a fazer manutenção e reparo de veículos danificados, adaptação de carros civis para uso militar e outros serviços. Com a presença constante de oficiais das forças, as dependências da fábrica de São Caetano do Sul praticamente se tornaram uma extensão dos quartéis revolucionários.

Diversificação – Tal momento deu forças para a GM seguir seu caminho. A empresa decidiu diversificar a produção e investir na nacionalização dos veículos. Em 1933, a companhia retomou sua marcha para o crescimento até 1941, aumentando sempre a produção e a venda.

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A diversificação começou em duas frentes: no mercado de posição, com a venda de peças e acessórias usados para montagem de seus veículos; e no segmento de transportes urbanos.

A primeira carroceria de ônibus fabricada no Brasil foi produzida pela GM em 1934. A matéria prima utilizada era a madeira, abundante no país. Espécies como faveiro, ipê e peroba davam origem aos ônibus brasileiros na época.

Em 1940, 77% dos veículos destinados a transporte coletivo e de carga possuíam carrocerias fabricadas em São Caetano do Sul. A GMB também passou a fabricar carrocerias de madeira para caminhões, e o Chevrolet alcançou o índice de nacionalização de 62%. A empresa também vendia carrocerias para outras montadoras.

Além de diversificação a produção de veículos, a GMB investiu em outro mercado. Como experiência, importou da GM dos Estados Unidos os primeiros refrigeradores Frigidaire. A empresa previa uma boa aceitação do produto, mas não poderia imaginar que seria umas das marcas de eletrodomésticos de maior prestigio entre consumidores brasileiros mas décadas de 40 e 50.

Depois das dificuldades do final da década de 20, a empresa teve folego para recuperar-se e retomar uma curva de crescimento que brevemente extrapolaria a capacidade de sua montadora.

Em 1936 saía das linhas de montagem em São Caetano do Sul o veículo número 100 mil montado no Brasil. Naquele mesmo ano, circulavam pelas ruas de São Paulo 22.100 Chevrolet, 762 Buick, 87 Cadillac e 357 Oldsmobile. Cinco anos mais tarde, em 1941, foi alcançada a marca de 150 mil unidades.

Segunda Guerra Mundial – Como mais um teste para a força da GMB, o Brasil começou a sentir os efeitos da Segunda Guerra Mundial, deflagrada em 1939. Os fabricantes europeus de veículos tornaram-se fornecedores de material de uso bélico. No final de 1941, os Estados Unidos entraram no combate e sua indústria foi convocada para mobilizar-se aos esforços de guerra.

Totalmente independente da importação de petróleo na época, o Brasil sofreu as consequências da interrupção de abastecimento. A gasolina foi racionada e milhares de veículos foram adaptados para uso de gasogênio, condutível alternativo derivado da queima de carvão, que piora o desemprenho e reduz a vida útil dos motores. Na primeira metade da década de 40, São Paulo teve 20 mil veículos convertidos.

Com a criação da Forca Expedicionária Brasileira, as indústrias daqui também tiveram suas atenções voltadas às necessidades da guerra e ficaram sob controle governamental.

A fábrica da GMB, assim como as de outros fabricantes, foi submetida ao comando militar e passou a montar veículos bélicos com componentes produzidas pela matriz norte-americana e fornecidos ao Brasil sob lei de empréstimo.

Também foram produzidos para as Forças Armadas Brasileiras caminhões para transporte de tropas e materiais, reboques de duas rodas e unidades de cozinha de campanha, além de recipientes para transporte de gasolina e outros materiais. A empresa fabricou ainda itens que jamais imaginou sair de suas dependências, como poltronas de vagões, molas de locomotivas e aparelhos de gasogênio para carros caminhões.

Quando a Guerra terminou, o balanço das vendas no período tinha sido de 9.167 veículos, um número tímido se comparado com as vendas de 1929, de 17.741 unidade unidades, mas bastante superior aos números registrados no auge da crise, em 1932.

Após mais este conturbado período, a economia brasileira desenvolvia-se a passos largos. Nunca se registrara na história da GMB uma produção tão grande de carros caminhões e… geladeiras!

Enquanto os exércitos se enfrentaram pelo mundo, os brasileiros economizaram dinheiro, no mesmo período em que a GMB traçou, em sintonia com a General Motors americana, um plano de diversificação.

Era o momento certo de investir no Brasil. Getúlio Vargas incentiva o desenvolvimento da indústria do país e, por consequência, a nacionalização da produção.

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